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Cortes orçamentários ameaçam pleno funcionamento do IF Goiano em Iporá

Uns entendem como cortes e outros como contingenciamentos, o fato é que a questão orçamentária preocupa o IF Goiano de Iporá e todas as demais unidades no Estado e no país, além de outras instituições de ensino no âmbito federal, que oferecem ensino superior e técnico como o Campus Iporá do IF Goiano. A situação orçamentária poderá não ser a mesma, se mantidos cortes, e, se o contingenciamento do momento não passar por medida de desbloqueio. 

Direção, coordenadores de áreas e professores do IF Goiano de Iporá estão preocupados com o futuro imediato de uma instituição que ministra cursos técnicos e superiores e que se integraram no dia a dia da comunidade regional. A reportagem do Oeste Goiano falou com o professor Marcelo Medeiros, Diretor Geral do Campus em Iporá. Ele expressa sua preocupação e sente-se no dever de compartilhar com a população de Iporá e região. Vamos à entrevista:

OESTE GOIANO – Em que pontos percentuais o campus está sendo afetado?
MARCELO MEDEIROS – Temos um contingenciamento de orçamento na ordem de 44% para esse ano de 2021 e isso nos afeta. Claro que o contingenciamento pode ser desbloqueado, mas não há lei que nos garanta que isso ocorrerá, e, mantida essa situação, nossa ação como educadores sofre significativas perdas. Nos últimos dois anos estamos sofrendo com limitações de orçamento para o campus. Em 2020, perdemos 3% em relação a 2019, e, no orçamento de 2021 houve uma redução no total do orçamento equivalente a 22,6%, quando comparado ao ano de 2020.

OESTE GOIANO – O senhor fala em contingenciamento que os limita no momento, mas admite que há chance de se flexibilizar uso posterior de recursos. Isso resolveria?
MARCELO MEDEIROS – Em parte não, pois se estamos sob contingenciamento, tomamos decisões em conter os gastos. Mas, se por exemplo, em outubro, o Ministério da Educação nos permite mais gastos, não dá mais tempo de se replanejamentos, de tentar fazer processos de licitação que foram interrompidos, de contratar novamente serviços que foram dispensados.  

OESTE GOIANO – De imediato, o que o campus já perdeu?
MARCELO MEDEIROS – Devido ao corte orçamentário de aproximadamente 22% de 2020 para 2021, tivemos que dispensar serviços de colaboradores terceirizados, em diferentes áreas de apoio no Campus. Alguns gastos como combustíveis, manutenções, serviços de fornecimento de água, energia elétrica, telefonia estão reduzidos devido aos serviços não presenciais. Se estivéssemos em trabalho presencial não teríamos como arcar com essas despesas. O que poderia afetar os serviços oferecidos pela escola, como as viagens técnicas, por exemplo. 

OESTE GOIANO – O senhor reclama de dificuldades orçamentárias em um momento de aulas não presenciais. E quando voltar a termos aulas em sala de forma presencial, esses gastos vão aumentar ou não?
MARCELOS MEDEIROS – Exatamente. Essa é a nossa grande preocupação. Se já estamos tendo dificuldades orçamentárias em tempo de aulas remotas, quando muitos dos gastos são naturalmente mais baixos, imagine com aulas presenciais, quando teremos o uso de salas de aulas, laboratórios, consequentemente aumentam os gastos de energia elétrica e tantas outras despesas demandadas demanda com o funcionamento presencial.

OESTE GOIANO – Retornando aulas presenciais, e havendo necessidade de cortes, como se decide a respeito disso?
MARCELO MEDEIROS – A princípio, temos feito cortes em despesas com colaboradores terceirizados, reduzimos alguns serviços, mas, estamos em situação de riscos de funcionamento. E com esse corte e contingenciamento orçamentário no ano corrente, agravou nossa situação. Na possibilidade de um retorno presencial, temos que reavaliar onde teremos que cortar gastos. Uma situação totalmente inesperada, uma vez que esse campus já está abaixo do limite mínimo de orçamento de funcionamento. Isso sem mencionar que não dispomos mais de recursos orçamentários para novos investimentos. 

OESTE GOIANO – Quer dizer que um Campus que antes contava com recursos para ampliação, como as obras de construção do auditório e ginásio de esportes, agora está sem condições de investimento?
MARCELO MEDEIROS – Estamos sem recursos de investimento do próprio orçamento. Atualmente temos duas obras em andamento na Fazenda Escola, mas ambas foram possíveis com a indicação de emendas parlamentares, como a obra de construção do novo bloco de salas de aula, com recursos de emenda do Senador Vanderlan Cardoso e as obras de recuperação parcial da pavimentação das vias de acesso da Fazenda Escola, com recursos vindos de emendas dos Deputados Federais Rubens Otoni e João Campos. Fora isso, não temos esse ano disponibilidade de recursos para aquisição de equipamentos e máquinas para atender o funcionamento de laboratórios diversos. Não somente para aquisições de mais equipamentos, mas, inclusive para reposição de equipamentos e máquinas que se desgastam pelo tempo e com o uso.

OESTE GOIANO – O que direções de Campus e Reitoria tem feito para reverter essa situação difícil? 
MARCELO MEDEIROS – Tem sido realizadas diversas reuniões com representantes dos Institutos, a nível do Conif – Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que é um colegiado formado por Reitores dos Institutos Federais no Brasil, com o Ministério da Educação, mostrando as dificuldades do momento. Por outro lado, o Instituto Federal Goiano tem buscado o apoio dos Parlamentares da bancada legislativa federal de Goiás, para que possam ser nossa voz em defesa das Instituições Federais de Ensino, em prol de políticas que possam garantir a continuidade dos serviços oferecidos de educação, pesquisa e extensão Mas, é importante que nossa comunidade, servidores, alunos, pais e responsáveis saibam das nossas dificuldades. Esse é um momento em que devemos unir forças em favor de garantir educação pública gratuita e de qualidade. Que todos nós possamos manifestar junto aos nossos representantes no Congresso Nacional, no sentido de sensibilizarmos o Governo Federal para que revertam o corte orçamentário de 2021, que retirem o veto no orçamento, e, assim possamos garantir a continuidade da oferta de ações que irão permitir a qualificação para o trabalho e melhor qualidade de vida a todos, através da educação.

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