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Laboratório de Climatologia mostra que chuvas são irregulares

O Laboratório de Climatologia da UEG-UnU Iporá, coordenado pelos professores Dr. Washington Alves e Dr. Valdir Specian, demostrou por meio de uma análise que o mês de novembro de 2025 acumulou 257 mm de chuva, distribuídos em 12 dias com precipitação. O volume total está dentro do esperado para o período, porém a distribuição irregular das chuvas chama atenção. (Figura 01).

Segundo os registros, 65,4% de toda a precipitação mensal ocorreu em apenas três dias, revelando forte concentração das chuvas e indicando um padrão preocupante para o meio ambiente e para a agricultura regional.
A irregularidade na distribuição das chuvas impacta diretamente a infiltração da água no solo. Quando a precipitação ocorre de forma muito intensa em poucos dias, parte significativa da água escoa superficialmente, reduzindo a recarga do lençol freático e aumentando o risco de processos erosivos, especialmente em áreas com declividade acentuada ou pouca cobertura vegetal.
Na agricultura, esse comportamento também traz desafios. O solo pode demorar mais para atingir condições ideais de umidade para o plantio, e, após a semeadura, a irregularidade das chuvas pode comprometer o ciclo de desenvolvimento das plantas, que dependem de uma frequência mínima de precipitações para crescer adequadamente.
A Tabela 01, elaborada com base na metodologia da EMBRAPA mostra que, dos eventos registrados em novembro, três foram classificados como “muito fortes”, o que reforça o caráter concentrado e intenso das chuvas. Houve também cinco ocorrências de chuva “muito fraca” e apenas um evento de chuva “moderada”.

Essa má distribuição pode afetar tanto a produção agrícola quanto o reabastecimento dos mananciais, interferindo no abastecimento de água para consumo humano, geração de energia e dessedentação animal.
O monitoramento realizado pelo Laboratório de Climatologia da UEG em Iporá reforça a importância de acompanhar não apenas o volume total da chuva, mas principalmente sua frequência e intensidade ao longo do mês, informações essenciais para agricultores, gestores ambientais e a população em geral.

O que esperar para o verão 2025/2026: previsão do INMET e cenário para o oeste goiano
De acordo com o prognóstico climático mais recente do INMET, o trimestre que se inicia já neste dezembro de 2025 apresenta boa probabilidade de chuvas iguais ou acima da média histórica no estado de Goiás, inclusive para o oeste goiano, onde está localizada Iporá.

Para dezembro de 2025, o mapa de anomalias pluviométricas do INMET mostra a maior parte de Goiás com previsão de volumes acima da média, representados por tons de azul. (Figura 03).

Essas previsões devem ser interpretadas no contexto da possível influência do fenômeno La Niña, que está em fase inicial, de acordo com o INMET. A La Niña tende a aumentar a variabilidade das chuvas, favorecendo um padrão menos uniforme de precipitações.

O que isso pode significar para Iporá e municípios vizinhos?
Com base nessas tendências, o verão 2025/2026 no oeste goiano pode apresentar:
• Boa recarga hídrica se as chuvas se distribuírem de forma relativamente regular, o que beneficiaria a agricultura (plantio de verão, pastagens) e a reposição de mananciais.
• Risco de chuvas intensas e concentradas em poucos dias — especialmente se fenômenos como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) atuarem com intensidade, como já ocorre historicamente na região. Esse tipo de evento pode levar a alagamentos, erosão do solo, dificuldades de manejo agrícola e perdas de safra.
• Períodos de estiagem ou chuvas irregulares, caso a influência da La Niña se combine com variações espaciais nas precipitações. Isso exigirá atenção redobrada dos produtores rurais e autoridades municipais para o uso racional da água, planejamento agrícola e manejo de solo.

Por que o monitoramento local continua essencial?
Essas projeções do INMET fornecem um quadro geral plausível, mas não garantem que o padrão de chuva será uniforme ou benéfico. Na prática, como o histórico de novembro mostrou, mesmo meses com volume razoável podem apresentar chuvas concentradas em poucos dias, com impactos negativos.
Por isso, o esforço de monitoramento realizado pelo Laboratório de Climatologia da UEG-UnU de Iporá é fundamental, pois permite:

a) Detectar a real distribuição de chuvas no município e arredores;
b) Identificar episódios de precipitação intensa ou deficiência hídrica;
c) Ajudar agricultores e gestores locais a planejar melhor o uso do solo e da água;
d) Subsidiar alertas ambientais e de risco, por exemplo para erosão, alagamentos ou escassez hídrica.

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