O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores em Iporá, professor Itamar Paes, concede entrevista ao Oeste Goiano. Ele faz ampla avaliação do cenário pós-eleição, expressa crítica à atual gestão municipal em Iporá e cogita a união das oposições com vistas às eleições de 2016.
Vamos à entrevista:
OESTE GOIANO – Em relação ao seu partido, o PT, que esteve dividido no período eleitoral, com candidatos diferentes para deputado estadual e federal e apoios diversos, qual avaliação você faz desta divisão? Levando em conta que o Partido apresentou Silda Lorena candidata a deputada estadual, não teria que haver unidade?
PROFESSOR ITAMAR PAES – A minha avaliação do processo todo é positiva. O PT de Iporá participou de um processo eleitoral em que a eleição se deu em níveis estadual e federal. O PT elegeu deputados estaduais e federais, senadores, governadores e reelegeu a presidenta da República. No caso da região, o que pesa é a falta de unidade regional para eleger uma representação estadual. Se, por um lado, não existe o voto distrital, por outro as lideranças de praticamente todos os partidos agiram de forma fragmentada, e, o mais dramático disso, é que a região fica sem representação mais quatro anos. O PT, por sua vez, buscou reforçar o debate interno e externo, com a sociedade, acerca da importância de Iporá e a região projetar lideranças. Fizemos o que um partido político comprometido com o desenvolvimento regional, na nossa opinião, deve fazer: apresentar nomes, entrar no debate político, disputar conceitos, buscar colocar um nosso dentre os 41 representantes estaduais. E a postura de quem está governando Iporá? Era esperado que o grupo que teve uma votação histórica em 2012 coordenasse a unidade em prol dos interesses regionais em 2014. Isso não ocorreu. O grupo que governa a “capital do oeste goiano” age de forma estranha. Poxa! Como pode existir uma capital se seus governantes não dão conta de discutir e organizar uma candidatura competitiva capaz de aglutinar a região? Assuntos desta natureza, de Iporá assumir liderança de cidade pólo, foram debatidos internamente e com a sociedade, através da candidatura da Silda. Infelizmente, há 16 anos Iporá e região não elege representante. Já tivemos dois deputados estaduais, numa legislatura só, mas depois desse período, estamos amargando a ausência de lideranças regionais no debate político de Goiás, através da Assembléia Legislativa.
OESTE GOIANO – Qual avaliação do PT sobre a administração municipal de Iporá depois de dois anos?
PROFESSOR ITAMAR PAES – Eu avalio que até agora o PSDB de Iporá e aliados não mostrou a que veio. Politicamente não houve avanços, já que Iporá continua sem representante. As grandes demandas do município também continuam sem respostas. Cadê o tal Projeto 45? Quando se fala em projeto, a gente ta se referindo a um plano com objetivos e metas para cada secretaria, com recortes por áreas ou segmentos. Então, não tem projeto 45! O que existe é uma peça publicitária feita para ganhar eleição! Problemas crônicos como o lixo, as condições das vias urbanas esburacadas, os postos de saúde com reformas que se arrastam, a UPA24 deteriorando sem funcionar um dia sequer, a falta de vagas nas creches… E a Secretaria Municipal de Agricultura? Cadê o secretário ou secretária que nunca foi nomeado(a)? Percebe-se que a gestão está patinando. E olha que esse grupo se elegeu prometendo que a administração seria de progresso de quarenta anos em quatro! Então, se a gente for pensar desse ponto de vista já se passaram vinte anos! O PT, por sua vez, promove uma atuação tanto com os vereadores Valdomiro e Paulo Alves, quanto com os deputados estaduais, o federal, Rubens Otoni, e o governo federal: programas federais, projetos, recursos dos ministérios e de emendas parlamentares fazem a diferença no município. Quero aproveitar a oportunidade e agradecer ao povo de Iporá que reconheceu a presença do governo federal aqui, tanto que, pela primeira vez o candidato do PT à presidência da República venceu as eleições aqui no primeiro e no segundo turnos.
OESTE GOIANO – E com relação às eleições de 2016, o partido tem nome para disputar para prefeito? Que tipo de articulação começa a ser feito, já que sabemos que passa-se uma eleição é já se pensa na próxima? Nesse sentido, o que o PT articula e planeja?
PROFESSOR ITAMAR PAES – O PT de Iporá participa da bancada de oposição na Câmara de Vereadores. A oposição conta atualmente com seis vereadores: dois do PMDB, dois do PPS e os dois do PT. É bom lembrar os dois vereadores do PPS pertenciam inicialmente à bancada do prefeito Danilo Gleic. O PT entende que é preciso dialogar com esses partidos e construir uma plataforma, construir entendimentos sobre o que será principal para sociedade como um todo. O caminho é velho e conhecido: unidade política e de projeto. E como você constrói a unidade? É dialogando a cerca dos termos de cada partido, de cada força política e como cada um encara as soluções dos problemas. Por exemplo, um deles é o que eu falei, que é a fragmentação em relação a visão de região de Iporá. Qual é a visão que as lideranças políticas da oposição têm em relação ao papel de pratogonismo político de Iporá na região? Nós precisamos de dialogar sobre isso porque a eleição de 2016 é a transição para 2018. Essa discussão precisa estar permeada para que as lideranças possam construir entendimentos e trabalhar com unidade, mas também com visão de futuro. Iporá é um município que precisa resgatar sua importância administrativa e política. Faz parte da participação política do PT a postura colaborativa dos seus agentes, tanto que a bancada faz oposição no parlamento, mas administrativamente e economicamente o PT sempre busca reforçar o município com os recursos federais. Sobre a questão eleitoral, defendo a união da oposição sem precipitar nome. Primeiro, vamos identificar o que nos une, unir e, depois, avançar nesse segundo encontro.
OESTE GOIANO – Qual o balanço do que foi feito no que diz respeito às pontes que o PT faz com o governo federal, na vinda de recursos?
PROFESSOR ITAMAR PAES – O PT é um partido nacional que elege pela 4ª vez consecutiva a presidência da República. À frente do governo, com os aliados, desenvolve um programa importante para o fortalecimento das regiões interioranas e redução das desigualdades. No caso do PT de Iporá, a atuação visa jogar luz sobre as oportunidades tanto para as pessoas, quanto organizações sociais e prefeituras, buscando colaborar na inclusão de Iporá nas políticas federais. Nisso, temos o orgulho de poder contar com a forte presença e parceria do deputado federal Rubens Otoni. Podemos enumerar investimentos, programas e projetos que confirmam isto: o IF Goiano-campus Iporá, UPA-24h, de grande necessidade, as máquinas do PAC2, as diversas políticas de promoção da agricultura familiar, da o Pronatec, Unidade para a educação infantil.
