O respeito ao próximo, enquanto ser humano, precisa estar acima de tudo, mesmo na adversidade política entre duas partes. Ir de forma agressiva ao lado pessoal é baixeza. O processo de impeachment em Caiapônia, que na quinta-feira passada, 5, cassou o mandato do prefeito Caio Lima (PP) foi recheado de tensão, momentos em que o debate de ideias e o ato fiscalizador que teria que ser a essência na atuação de um vereador, foi deturpado por manifestações em que pareceram conter muito ódio!
Em um dos trechos de seu discurso, o vereador José Bernardes (MDB), um dos opositores, disse:
…dia em que vossa excelência, prefeito Caio Lima, chegou nesta cidade, com planos de fazer morada permanente, enviado por Satanás, um anjo de luz, caído e expulso do Édem, anjo enganador, mentiroso, traidor, covarde e muitos outros atributos. Hai de todos aqueles que são seus seguidores, que vivem na mesmas práticas…
E a oposição política entre as partes descambou para muitas outras palavras das quais transbordavam sentimentos negativos… Ora, por que não apenas ir ao mérito das denúncias e exercitar a fiscalização, de forma serena? Processos de impeachment são, em muitos casos, um jogo de poder. Pode haver, de fato, o erro do administrador. Mas pode haver um jogo de poder, muito frequente na relação entre Executivo e Legislativo quando o eleito para o primeiro poder não tem maioria parlamentar no segundo poder.
Sobre seu processo de impeachment o agora, ex-prefeito Caio Lima, disse o seguinte:
“Foi pura perseguição política. Esse foi um processo administrativo dentro da Câmara, votaram com ódio e perseguição. Eu sabia que lá não teria chance. Não foi improbidade e sim uma processo de perseguição da Câmara.
Tive 51,47 % dos votos nas eleições. Foram 5.514 votos. Agora vou entrar na guerra judicial, mas totalmente seguro porque eles cometeram muitas irregularidades e nulidades processuais.
Agora vou recorrer na Justiça e logo retornarei e alguns vereadores sofrerão as consequências dessa perseguição política infundada. Fui eleito o prefeito mais eficiente de Goiás entre 246 e entre os 7 mais transparentes! O honesto sofre na política, mas estou preparado. Nunca tive nada fácil na vida e esse será apenas mais um desafio.
Geralmente as pessoas só agradecem a Deus pelas coisas boas e eu aprendi a agradecer pelas coisas ruins também, porque são elas que me fortalecem como ser humano e me mostram a realidade da vida, e com certeza sairei fortalecido”.
As denúncias
O vereador Mário César (Cezinha), com quem a reportagem conversou, comentou sobre as denúncias apresentas. Ele foi um dos dois que ficou do lado do prefeito. Ele faz as seguintes afirmações:
– Uma denúncia é de omitir informações e de dificultar, não entregando cópia de informações. E isso a Prefeitura faz. A lei não fala que a Prefeitura tem que emitir cópias. A lei fala que a Prefeitura tem que disponibilizar informações e isso a Prefeitura faz, até com elogios. Isso será derrubado na esfera da Justiça.
– Outra denúncia é de que no mesmo período um funcionário comissionado da Prefeitura era dono de uma empresa que prestava serviço para a Prefeitura. Isto foi provado que não era assim. Quando ele fechou contrato com a Prefeitura não era mais funcionário da administração. Há um mês atrás ele tinha vendido a sua parte na empresa. Isso foi provado nos autos.
– Mas o que prevaleceu foi o ódio, uma cassação tipicamente política.