Não foi esquecido o projeto de resgate histórico de Iporá e que consiste em fazer da casa onde Mestre Osório assinou a ata de fundação do povoado um museu para preservação da memória do Município. Na tarde desta quarta-feira, 4, o prefeito Danilo Gleic Alves dos Santos, acompanhado de alguns vereadores (Duílio Siqueira, Cleudes Alves, Eder Manoel, Wenio Pirulito, Rodrigo Marques e Aurélio Fábio) e de auxiliares visitou o local. A casa está com o telhado desabado. Será restaurada para cumprir seu objetivo de se tornar museu municipal e de local para visitas de estudantes. Nos próximos dias terá início o trabalho de restauração. A Prefeitura contratou uma pessoa expert em cuidar do assunto, levantar o telhado e dar ao imóvel toda sua característica original.
Esse desejo de fazer com que Iporá tenha um museu começou na gestão passada. O ex-prefeito José Antônio da Silva Sobrinho adquiriu o imóvel. Havia uma reivindicação do vereador Suélio Gomes, inclusive, por meio de matéria que tramitou no Legislativo. O historiador Moizeis Alexandre Gomes é um entusiasta desse projeto. A gestão passada acabou não conseguindo dar andamento na concretização do museu.
A nova secretária de educação, cultura, desporto e lazer, Olímpia Vaz, encampou a ideia do museu. Foi feito um projeto de restauração da casa. O prefeito Danilo Gleic fará os investimentos necessários. Primeiramente, disse o prefeito à essa reportagem, a preocupação é só em levantar o telhado da casa e dar a ela um aspecto básico para, depois, no futuro, cuidar da área do lote onde localiza-se, na complementação do projeto. O prefeito justifica que essa ação imediata é para que as chuvas da próxima temporada não danifiquem por completo a casa histórica.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR MOIZEIS
RESTAURAÇÃO DA CASA HISTÓRICA
Parabéns, pela iniciativa de restauração da casa do retiro do Quinca Paes, onde se reuniu a primeira comissão encarregada de escolher o local para a transferência do Distrito de Rio Claro (Comércio Velho) para as margens do Córrego Tamanduá, com o nome de Itajubá, que veio, posteriormente se chamar Iporá. Comissão formada por Joaquim Paes de Toledo, (Quinca Paes, que doou cem alqueires de terra para a sede do Distrito), seu filho Elpídio Paes de Toledo, Odorico Caetano Teles, Antônio Martins (carreiro de Odoico), dentre outros, e Osório Raimundo de Lima (Mestre Osório), que lavrou, em 1936, a Ata que determinou a escolha do local e o andamento dos procedimentos para a transferência do Distrito, que só se efetivou de fato em 1938, após outra reunião da comissão, na sede da fazenda de Quinca Paes, na região da Jacuba, agora presidida por Israel de Amorim, que legalmente oficializou a transferência e fundação de Itajubá, conforme constam documentos oficiais. Na época, morava na casa do retiro, Antônio Profiro, parente de Quinca Paes. Posteriormente, desde a decada de 1940 até o final dos anos 70, ela pertenceu a Manoel Batista, um dos pioneiros de Iporá.
Louvo a administração pela iniciativa, porém, expesso minha preocupação sobre a realização do projeto de restauração, quanto ao realizá-lo sem descaracterizar a originalidade da construção: pois a restauração deve preservar os mínimos detalhes de como era. Espero que a Secretária de Educação e Cultura Municipal, não dispense o acompanhamento e a assitência da comissão que foi encarregada dos estudos para o projeto de restauração da obra. Se a originalidade não for preservada, será mais uma obra que gastará dinheiro público, sem, contudo, alcançar o objetivo cultural proposto, que é a preservação da memória do patrimônio histórico iporaense, já tão depredado.
Porf. Moizeis Alexandre Gomis.