Hoje é segunda-feira, dia de minicontos… A imponderável lucidez do doido, miniconto dentro do livro OS CARAPINAS DO SRI LANKA. Miniconto é texto no qual, em torno de apenas 450 caracteres uma mensagem é deixada. Aqui, no texto de hoje, aquele que tinha inveja de Bill Gates e que foi à luta… Vamos à mensagem do escritor iporaense Edival Lourenço:
A imponderável lucidez do doido
Cabô é um lugarejo tão precário que só é cidade por desatino de decreto. Lá, entre a doideira e a tolice, vive Davi Amolafacas. Ao saber da descomunal riqueza de Bill Gates, cismou que ser magnata era também seu destino. Abriu um quiosque de latão na única esquina e nela escreveu: SACAF – multinacional de amolação de ferramentas. E antes que cessasse o rumor do deboche, começaram a encostar contêineres de cegas adagas de ninjas do Japão, de espadas de toureiros da Espanha, de enxós e sovelas de carapinas do Sri Lanka.
SOBRE O AUTOR – Edival Lourenço nasceu em Iporá. É Bacharel em Direito e pós-graduado em Administração de Marketing. É atual presidente da União Brasileira de Escritores-Seção Goiás, ocupa a Cadeira Nº 22 da Academia Goiana de Letras. Escreve para diversos veículos, dentre eles Revista Bula, Jornal O Popular, Jornal Opção. Já participou de dezenas de antologias regionais, nacionais e algumas internacionais. Recebeu mais de 50 premiações, dentre as quais, o Troféu Tiokô-Versão 2004, como intelectual do ano em Goiás, pela UBE-GO; Bolsa Hugo de Carvalho Ramos-versão 1992 com a obra “A Centopéia de Neon”, (adotado para os vestibulares da UFG e UCG que já se encontra na 5ª edição). Pelo romance “Naqueles Morros depois da chuva”- recebeu os troféus Jaburu e Jabuti – 2012.