O vereador Adriano Coutinho (Didi), do PMDB, em entrevista ao Oeste Goiano, fala dos embaraços administrativos em Iporá: dívidas com fornecedores, ruas esburacadas, cidade suja, falta de transparência nas contas públicas e outras dificuldades. O vereador fala das atitudes do grupo de oposição ao restringir ao prefeito despesas com lazer, exatamente neste momento de muitas dificuldades.
OESTE GOIANO – A Câmara negou ao prefeito o direito de usar de cerca de 4 mil reais para pagar uma premiação para foliões blocos destaques no Carnaval 2015. Como foi isso?
DIDI COUTINHO – Nesta semana estamos votando um Projeto de Lei pelo qual o prefeito pediu dinheiro para gastar dentro do Carnaval do ano que vem com uma premiação para foliões destaques. A Câmara reprovou esse projeto e essa foi a primeira derrota do prefeito na Câmara. O Legislativo foi sábio ao entender que quando se tem tantas dificuldades na cidade, a exemplo de dívidas com fornecedores, ruas esburacadas, caos na saúde e cidade suja não é hora de gastarmos com esse tipo de despesa. Embora sejamos totalmente favoráveis ao lazer, existe o momento e a circunstância em que se faz despesa deste tipo. Vale dizer que o Carnaval vai acontecer. O que estamos impedindo é essa premiação. Vale dizer que essa reprovação ao projeto surgiu de um vereador do próprio grupo de prefeito, o Cleudes Alves. Ele foi o primeiro a dizer que seria contra. Então juntamos nós da oposição e ele e negamos ao prefeito esse gasto que julgamos inoportuno.
OESTE GOIANO – E o que dizer sobre os gastos com o Encontro de Muladeiros para o qual foi programado um valor de 40 mil reais?
DIDI COUTINHO – Nesse projeto, que também está sendo votado nesta semana, nós da oposição nos abstivemos de votar, o que significa dizer que não quizemos ser favoráveis a um evento que, embora importante, uma gestão que tem que cuidar de uma cidade esburacada e suja, não pode fazer essa despesa. Sabemos que a festa é importante, mas precisa, neste momento ser mantida com recursos da iniciativa privada, até porque é economicamente auto-sustentável e, já que hoje a Prefeitura tem muitas dívidas, é preciso priorizar medicamentos em postos de saúde, por exemplo. Hoje, a saúde pública está sem condições de atender bem. E pra resolver isso é preciso muitos recursos financeiros, os quais não podem ser aplicados, pelo menos enquanto, em lazer. Nós, juntamente com os colegas Elione Alves, Rodrigo Marques, Gumercino Francisco, Paulo Alves e Valdomiro Alves pensamos assim. No entanto, a base de apoio do prefeito pensa diferente e aprovou o Projeto.
OESTE GOIANO – E sobre a suplementação orçamentária? Mais 6% foi aprovado para fechar as contas deste ano. O que você pensa disto?
DIDI COUTINHO – Desde o projeto anterior nós negamos ao prefeito suplementação orçamentária. Essa é uma administração que não tem transparência. Pouco sabemos das contas. Eles negam informações. Como dar suplementação orçamentária para uma gestão que tem este tipo de conduta. Eles trabalharam neste 2014 com um orçamento de 48 milhões de reais e mais uma suplementação de 40%. Depois ganharam mais 10%, os quais nós negamos. Agora querem mais 6%. Não tem como assinar cheque em branco para essa gestão. Na nossa avaliação de veredores da oposição a Prefeitura não tem planejamento, não atua de forma estratégica no fomento ao desenvolvimento local, não cumpre com a sua função social e não tem controle dos gastos sobre a execução orçamentária. Por isso, votamos contra.