As Centrais Elétricas de Goiás (CELG) adiantou ao que era reclamado e fez o serviço de limpeza e de poda debaixo das linhas de transmissão de energia secundária, para as fazendas, subindo a margem esquerda do Rio Caiapó, a partir da GO-060.
Este serviço era o programado para este sábado, 12, em mutirão organizado pelo Sindicato Rural de Iporá Diorama e Israelândia. Também o Sindicato Rural de Arenópolis estava em apoio na mobilização de voluntários. Mas o serviço ficou pronto e o mutirão deste sábado está cancelado. Um primeiro mutirão foi feito pelo Sindicato Rural com podas na linha de transmissão da região rural de Palestina de Goiás.
Tais linhas que passaram por serviço estavam, há tempo, obstruídas por galhos, que, ao balançar com os ventos, desarmam a energização das fazendas, sendo este um dos principais motivos das constantes quedas de energia, provocadoras de enormes prejuízos aos fazendeiros, principalmente, na perca de leite.
Para o mutirão deste sábado um dos organizadores e colaboradores era o empresário Sevan Naves, das PCHs Mosquitão, Renic e Tamburil, que manifestou para esta reportagem que, diante da reação da CELG em fazer o serviço, fica a certeza de que a mobilização da sociedade organizada é extremamente necessária, quando o poder público não consegue a plenitude de suas obrigações.
Para ele, de qualquer forma, esta movimentação toda é altamente meritória e deve estar sempre em estado de alerta, para atuar e pressionar as autoridades e os responsáveis, a atender as necessidades da comunidade, no momento certo.
Afirma que é realmente motivo de satisfação a força deste exemplar movimento coletivo trabalhando em favor da própria comunidade. Ele diz acreditar que seria muito bom aproveitar esta disposição da sociedade e discutir profundamente e definir, com os futuros candidatos a representantes e gestores regionais, como prefeitos, vereadores e deputados estaduais e federais, um forte Programa de Desenvolvimento Sustentável para o Oeste Goiano, com o aproveitamento adequado de toda a sua reconhecida riqueza primária.
Sobre a atitude de entidades sindicais e produtores, Sevan Naves afirma que, ao invés de ficar esperando, ou maldizendo, os ruralistas da região de Iporá, liderados pelo seu Sindicato, partiram para a ação. E dão um excelente exemplo de cidadania ao Brasil, neste momento conturbado sócio, política e economicamente.
Assim, literalmente pegam na foice e se ombreiam aos trabalhadores da CELG, para limpar as sujas linhas de transmissão. Fazem um serviço que demoraria, no mínimo, 3 anos contínuos, só com o pessoal da companhia.
Sevan relembra que a CELG é a responsável pela transmissão da energia, mas não consegue fazer isto a contento, não só pela incapacidade de atender ao incremento da demanda, com as atuais linhas velhas, que não se renovam há cerca de 60 anos, como pela dificuldade em fazer os crescentes remendos, além do seu conhecido sucateamento administrativo. Por isto, prevê ele, será leiloada ainda neste ano.
O empresário avalia que é lógico que apenas este trabalho não vai resolver esta pendenga da constante queda na transmissão de energia, mas é um importante passo, após todo o movimento dos produtores de leite. É um paliativo valioso, mas esta é uma luta que começa e que só pode terminar quando houver a disponibilidade de energia plena a todos.
Sevan lamenta que esta região, como forte exportadora de energia, sofra justamente pela sua falta na ponta produtora, provocando, não só desconforto, como imensuráveis prejuízos à economia regional, ao emprego, inclusive, na arrecadação de impostos.
A hidroeletricidade produzida no Oeste Goiano robustece, com energia barata e ambientalmente sustentável, a combalida falta de energia do País, ora praticamente suprida pelas termelétricas, suportadas pela importação de combustível fóssil, altamente poluente e caríssimo. Por isto é que a tarifa da energia está tão alta. É a avaliação do empresário Sevan Naves.