Mortos em acidentes, quando corpos necessitam ser levados para Goiânia, são fatos que chocam Iporá. Dois casos recentes trouxeram à tona essa precariedade do Instituto Médico Legal (IML), quando a morte ocorre justamente quando não há um plantonista no órgão, casos em que família tem que esperar várias horas para velar o seu ente querido.
Os dois fatos recentes foram as mortes dos empresários da cidade: Ediflávio Aparecido de Souza, acidente de moto em 12 de dezembro e Elcio Nascimento, que morreu eletrocutado, nesta quinta-feira, 27 de janeiro. No caso de Elcio, em uma morte às 11 da manhã de um dia útil, não tinha o médico legista para fazer os procedimentos de praxe. O corpo teve que ser levado para Goiânia e o velório só teve início 19 horas após a morte, a partir de 6 da manhã do dia seguinte. Em todo esse tempo de espera, o luto foi ainda muito mais trágico para a família. Quando Ediflávio faleceu foi a mesma situação angustiante, com demorado translado do corpo em ida e volta à IML de Goiânia.
Depois dos dois fatos, a população iporaense está indignada com a atuação do IML. Esta reportagem foi em busca de informações, quando constatamos que há um vazio na escala dos médicos legistas. O órgão em Iporá tem bons profissionais e que se desdobram na missão, mas falta apoio na esfera estadual. São cinco profissionais contratados para atuar nesta área em uma escala de 24 por 72 horas. No entanto, principalmente em final e início de ano, quando se dá férias para alguns, o planejamento de escala fica mais complicado. Ou seja, faltam profissionais.
Diante do problema, a classe política também reage. A vereadora Heb Keller (Republicanos) esteve no órgão para entender as razões do que ocorre. Sua visita ao IML foi no mesmo dia da morte do empresário Elcio Nascimento e, no dia seguinte, nesta quinta-feira, 28, esteve em Goiânia, onde se reuniu com a deputada federal Flávia Morais (PDT), a qual, ciente da gravidade disso, prometeu entrar em ação junto ao Governo de Goiás para corrigir esta falta de médico legista em Iporá.
Voltaremos a esse assunto.