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Capítulo I do livro sobre a História da Igreja Assembleia de Deus

Antes do enfoque local sobre a História do surgimento e crescimento da Igreja Assemnbleia de Deus na região do Oeste Goiano, o autor do livro Quando Samambaia Pegou Fogo, Moizeis Alexandre Gomis, mostra a chegada ao Brasil daqueles que criaram a Igreja no país.

Vamos à leitura:

PARTE I

COMO NO PRINCÍPIO

 Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. (Atos dos Apóstolos 11.15 e 16).

 CAPÍTULO 1

ATRAVÉS DOS SÉCULOS

 

Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. (Atos dos Apóstolos 11.15 e 16).

A história do mover do Espírito Santo, através da missão da Igreja de Jesus Cristo na Terra, vem de tempos longínquos. Na verdade, teve início no Dia de Pentecostes, em Jerusalém, há cerca de dois mil anos. A partir de então, com maior ou menor frequência e intensidade, a atuação sobrenatural de Deus sempre esteve presente na caminhada da Igreja, em seu cumprimento do “ide” do Senhor Jesus em prol da evangelização do mundo. O Espírito Santo, que se manifestou de forma extraordinária nos tempos apostólicos, prosseguiu atuando com seus dons no período pós-apostólico dos pais da igreja e nas gerações posteriores ao terceiro século.

Mesmo na conhecida Era Medieval, ocorrida na Europa ocidental, de 476 a 1453, também chamada de Feudalismo Europeu, em que a Igreja ocidental experimentou o apogeu do seu poder e influência políticos e o esplendor de sua glória secular, ao mesmo tempo em que viveu sua fase mais profunda e prolongada de decadência espiritual, as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo não se extinguiram por completo, como alguns pregadores desinformadamente costumam afirmar. Nos tempos modernos, durante os movimentos reformistas encabeçados pelo alemão Martinho Lutero e, paralelamente, pelo suíço Zuinglio, o francês João Calvino, e o holandês Jacó Armínio e o próprio rei inglês, Henrique VIII, no século XVI, com os consequentes desdobramentos que resultaram nos movimentos puritanos, pietistas e evangélicos em geral, os fenômenos carismáticos também se manifestaram com certa frequência, especialmente entre os Anabatistas, Quacres e Metodistas Wesleyanos, na Inglaterra, e Estados Unidos da America do Norte, durante os séculos XVII e XVIII.

No século XIX, também houve, nos Estados Unidos, a conversão de multidões de almas para Cristo e a ocorrências de milagres, profecias e línguas entranhas como evidências do poder e da graça de Deus manifestados em conseqüência da pregação do Evangelho, além de outras manifestações do Espírito Santo. Estiveram presentes também nesse país, a partir de meados do século XIX, manifestados nos avivamentos liderados por Charles G. Finney, D. L. Moody e outros pregadores pentecostais. Por fim, foi em solo americano, a partir da década de 1890, através do Movimento de Santidade e o da Fé Apostólica, este liderado por Charles Forham, que o derramamento do Espírito Santo alcançou, de vez, a dimensão universal e com características dos tempos neotestamentários, agora denominado de Movimento Pentecostal. Portanto, pode-se ver que os fenômenos espirituais dos tempos da Igreja Primitiva continuaram ocorrendo durante os dois milênios que a separam da Igreja Contemporânea, confirmando e comprovando como um “testemunho dos séculos” a afirmação do apóstolo Pedro em Atos 2.39: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”. Fatos esses que são corroborados por abundantes evidências bíblicas e históricas, além dos ocorridos em outros avivamentos semelhantes àqueles dos tempos apostólicos, que escaparam aos registros da história eclesiástica, inclusive da Igreja oriental: Ortodoxa Grega. (O Testemunho dos Séculos, Emílio Conde, 1983; Dic. do Movimento Pentecostal, Israel de Araújo – CPAD – p. 231-243)

O avivamento contemporâneo do Espírito, que deu origem à Assembléia de Deus e a tantos outros segmentos pentecostais ou carismáticos e neopentecostais no Brasil, teve sua origem nas reuniões de oração e estudos bíblicos do Movimente da Fé Apostólica, que se reunia na Rua Azuza, 312, em Losângeles, Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, a partir de 1906. Neste ano, o pregador William J. Seymour passou a liderar os cultos de oração da Rua Azuza e a pregar sobre o batismo com o Espírito Santo como sendo uma experiência contemporânea tão real como nos dias apostólicos. Ao mesmo tempo em que pregava e orava impondo as mãos sobre irmãos, muitos deles vindos de várias regiões do país, recebiam o batismo com o Espírito Santo, falando em línguas estranhas. Assim os visitantes voltavam para seus lugares de origem testificando da nova experiência pentecostal. Isto fez com que o movimento pentecostal alcançasse várias igrejas evangélicas históricas nos Estados Unidos, inclusive a batista de Chicago.

Os suecos Gunnar Vingre e Daniel Berg, os pioneiros fundadores da Assembleia de Deus em solo brasileiro, iniciada em Belém, no Estado do Pará, em 1911, tiveram suas experiências pentecostais através da influência indireta daquele poderoso avivamento do Espírito Santo, iniciado na Rua Azuza, quando viviam como imigrantes nos Estados Unidos. Berg recebera o batismo com o Espírito Santo no início de 1909, quando retornava aos Estados Unidos, onde já residia desde 1902, depois de uma temporada de férias na Suécia, sua terra natal. Na Suécia, visitou seu amigo de infância, Lewi Pethrus, que havia recebido o Batismo com o Espírito Santo, pois o avivamento já havia alcançado os batistas suecos. Durante a viagem, Berg recebeu o “batismo pentecostal” no navio enquanto o buscava com insistência em oração. Vingre, que pastoreava uma Igreja Batista na cidade Menominee, no Estado de Michigan, recebera o batismo meses depois durante uma Conferência na Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago, onde, na ocasião, conheceu Daniel Berg. Visto que a igreja em Menominee não o aceitara mais como pastor pentecostal, ele assumiu o pastorado da Igreja Batista Sueca de South Bend, no Estado de Indiana, em meados de 1910, onde todos os irmãos receberam a doutrina pentecostal. Logo depois Berg, por orientação divina, foi trabalhar com Vingre em South Bend. Ali, em uma reunião de oração, o Espírito Santo usou o irmão Adolfo Uldine em profecia dizendo a “Vingre que ele deveria ir para o Pará, evangelizar um povo simples e que falava português”. Tendo consultado um mapa, constatou que o Pará era um Estado do Brasil. Dias depois, Deus usou o mesmo irmão Uldine e falou com Daniel Berg chamando-o para a obra missionária no Brasil, juntamente com Gunnar Vingre. Ali também o Espírito Santo disse, através da palavra profética, que eles deveriam embarcar em Nova Iorque, no dia 05 de novembro de 1910.

Obedecendo ao Senhor, partiram para o Brasil, cada um apenas com uma mala e uma valise. Na viagem para Nova Iorque, fizeram uma parada em Chicago. Ao visitar ali um pastor pentecostal, Vingre sentiu Deus falando ao seu coração, durante o culto, que deveria doar os noventa dólares, insuficientes para a viagem para o Brasil, a fim de ajudar o pastor na publicação de uma revista pentecostal de sua igreja. De bolsos vazios, prosseguiram viagem. No meio do percurso, o trem fez uma parada em uma cidade onde devia fazer baldeação dos passageiros para outro trem, no dia posterior. À noite, foram visitar uma igreja. No culto, o pastor e os irmãos oraram para que Deus os abençoasse na viagem para o Brasil e disse aos irmãos que quisessem ajudá-los com ofertas que poderiam fazê-lo após o culto, pessoalmente. Vários irmãos e irmãs lhes entregaram algumas importâncias em dinheiro. Quando conferiram depois, haviam recebido quatro vezes mais do que fora doado para a o pastor em Chicago, o que deu para as despesas da viagem e ainda sobrou uma reserva para as sobrevivência nos primeiros dias no Brasil!

Chegando ao porto em Nova Iorque, em 05 de novembro, foram informados pelo funcionário do guichê, que não havia nenhum navio para o Brasil naquele dia. Gunnar Vingre e Daniel Berg ficaram por ali em silêncio procurando entender a profecia que haviam recebido. De repente o moço os chamou e informou-lhes que o navio Clemente, vindo da Europa ficara parado no porto durante duas semanas para fazer reparos de manutenção e que estava saindo para o Brasil naquele dia! Por razão de economia, embarcaram na terceira classe, para uma sofrida viagem de 15 dias. Em 19 de novembro de 1910, desembarcaram no porto de Belém do Pará.

A chama pentecostal que Berg e Vingre trouxeram da outra América e atearam em Belém, alastrou-se de forma rápida e incontida, inicialmente pelas Regiões Norte e Nordeste do país e daí para a Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Em 1922, Berg foi para Vitória (ES), onde fundou a Assembelia de Deus naquele Estado. Em 1924 mudou-se para Santos (SP) e tendo fundado a Assembleia de Deus naquela cidade, foi com sua família para São Paulo, a capital, em 1927, onde permaneceu evangelizando até 1930. Após descansar algum tempo na Suécia, foi para Portugal, onde proclamou a mensagem pentecostal até 1936. Depois de ter permanecido novamente uma temporada em sua pátria, voltou ao Brasil, em 1949, onde permaneceu em Santo André, retornando de vez para a Suécia, em 1962. Gunnar Vingre, depois de pastorear a Assembelia de Deus de Belém e apoiar os obreiros brasileiros na evangelização dos Estados do Norte e Nordeste, foi para Rio de Janeiro, capital federal na época, onde assumiu, em 1924, o pastorado de uma Assembleia de Deus recém-fundada naquele ano, no Bairro de São Cristóvão, por irmãos que vieram de Belém, onde permaneceu pastoreando-a até seu retorno definitivo para Suécia, em 1932. Assim, a chama do avivamento pentecostal alcançou os mais distantes recantos do território brasileiro, tanto nos grandes centros urbanos como nos lugarejos e ermos sertões, constituindo-se em um dos maiores avivamentos da História da Igreja, que neste ano de 2011, completa seu centenário.


À esquerda: Gunnar Vingre, esposa, filho e filha. Da direita: Daniel Berg, esposa, filho e filha. Foto: http://www.cpad.com.br – centenário das AD.

Ao final de seus ministérios no Brasil, esses dois pioneiros deixaram centenas, talvez, milhares de discípulos. Muitos deles anônimos, outros notórios. Por ser pertinente ao contexto do tema histórico desta obra, não se poderia concluir este capítulo sem abordar, de forma sintetizada, a biografia de um dos discípulos de Gunnar Vingre que alcançou projeção nacional entre os líderes das Assembleias de Deus no Brasil: Paulo Leivas Macalão.

Paulo Macalão, como ficou conhecido, nasceu em 17 de setembro de 1903, na cidade gaúcha de Santana do Livramento, filho do general do Exército, João Maria Macalão e de Joaquina Jorgina Leivas. Seus pais mudaram para a cidade do Rio de Janeiro, capital do país no então Distrito Federal da Guanabara. Ali, iniciou seus estudos no Colégio Batista, onde, com certeza, recebeu as primeiras influências de uma educação evangélica. Concluiu sua formação secundária no Colégio Dom Pedro II, a mais tradicional escola da elite carioca. Seu sonho e também o desejo da família era entrar para o Colégio Militar do Realengo e daí seguir carreira no Exército.

Em 1923, aos vinte anos de idade, andando pelo Bairro de São Cristóvão, Paulo Macalão achou um folheto evangélico, onde convidava o leitor a comparecer aos cultos da Igreja de Deus, conhecida também como a Igreja do Orfanato, na Rua São Luis Gonzaga, nº. 12. O jovem Macalão resolveu visitá-la, passando então a frequentar cultos na casa do casal de crente Eduardo de Souza Brito e Florinda Brito, tornando-se simpatizante do evangelho. Em 1923 chegaram do Norte do país os irmãos assembleianos Adriano Nobre e Heráclito de Menezes. Este, que também passou a frenquentar as reuniões na casa dos Brito, fundou ali uma Escola Bíblica Dominical. Paulo Macalão continuou assistindo as reuniões de oração e de ensino da palavra de Deus. E em 05 de abril de 1924, entregou sua vida a Jesus Cristo, aceitando-o como o seu salvador e Senhor.

Em 30 de abril de 1924, os crentes, reunidos “na casa dos irmãos Brito, resolveram organizar a primeira Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, elegendo Heráclito de Menezes como pastor, em caráter provisório, João Nascimento como diácono e Paulo Leivas Macalão como secretário” (Araújo, 2007, p.31). Cerca de um mês depois, em 03 de junho de 1924, o missionário Gunnar Vingre assumiu o pastorado da novel igreja, que teve sua fundação oficializada por ele no dia 22 do mesmo mês. Uma semana depois, no dia 29 de junho de 1924, em um domingo, o pastor Vingre realizou o primeiro batismo na praia do Caju. Dentre os que desceram às águas batismais, estava Paulo Leivas Macalão, que passou a constar como o número dois do rol de membros da Igreja Assembleia de Deus do Bairro São Cristóvão. Em 03 de novembro do mesmo ano, recebeu o batismo com o Espírito Santo.

A partir daí sua vida tomou direção diferente dos planos profissionais outrora sonhados. Movido pelo mesmo ardor evangelístico dos irmãos da Assembelia de Deus de São Cristóvão, abandonou o ideal da carreira militar para se dedicar à pregação do evangelho de Cristo, com a desaprovação e, a princípio, oposição de seus pais. Começou evangelizando nos subúrbios do Rio de Janeiro, na companhia de alguns irmãos e de seu inseparável violino, que tocava nas estações de trem, atraindo as pessoas através das mensagens dos hinos sacros, para ouvirem a pregação da palavra de Deus. Sua inabalável convicção do “ide” de Jesus, a paixão pelas almas perdas que ardia no seu coração, o zelo em viver uma vida de santidade e a maneira enfática como pregava contra o pecado, despertou a censura e reprovação de alguns irmãos que não concordavam com seu estilo franco e incisivo de expor as verdades divinas e exortavam-no dizendo que o evangelho não deveria ser pregado apressadamente e daquela forma, uma crítica velada de que não estava ainda preparado para o ministério e ao seu método pouco convencional de evangelização.

Com o agravamento da censura e oposição, Paulo Macalão, resolveu, a partir de 1926, centrar seus esforços evangelísticos na região da estrada de ferro Central do Brasil. “A muitos pareceu precipitada aquela atitude do jovem pregador, pois dificilmente alguém se apartaria de uma igreja recém-organizda e promissora para se embrenhar nas dificuldades e perigos daqueles subúrbios”. (Araújo, 2007, p.32). Contudo, continuou fazendo a obra do Senhor com perseverança e aquela autoridade até então incomum entre assembleianos cariocas. Assim, no princípio solitário, continuou evangelizando em Realengo, Campo Grande, Santa Cruz, Marechal Hermes, Parada de Lucas, Ilha Grande, Bangu e Madureira, no trajeto da estrada de ferro Central do Brasil, sempre contando com o apoio espiritual e moral de seu líder Gunnar Vingre. Como músico esmerado e consagrado hinólogo evangélico, que assinou a composição e tradução de cerca de um terço dos hinos da Harpa Cristã, o hinário oficial das Assembleias de Deus no Brasil, Macalão faz uma autoconfissão desse momento difícil de sua vida cristã e ministerial no hino 149, intitulado Canto do Pescador.

Por ocasião da visita do pastor pentecostal sueco, Lewi Pethrus, ao Brasil, com o apoio deste, Gunnar Vingre, consagrou Paulo Leivas Macalão ao ministério pastoral, em 17 de agosto de 1930, depois de seis anos de abençoado trabalho ministerial, sendo ele ainda solteiro e, geralmente, em desacordo com o costume e opinião da liderança assembleiana nacional. Em 1932, Gunnar Vingre, antes de retornar definitivamente para a Suécia – provavelmente prevendo possíveis dificuldades do jovem pastor Macalão com futuras lideranças da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, após sua partida – deu autonomia e independência ministerial a Paulo Macalão e às igrejas sob sua liderança. Era o princípio embrionário do Ministério de Madureira, não por um ato de rebeldia de Macalão, como maliciosamente o injuriaram e os mal informados ainda afirmam, mas por iniciativa de seu líder espiritual que, por ter a visão do Espírito Santo, viu na chamada de seu discípulo, desde o princípio de seu ministério, um grande projeto de Deus para a evangelização do Brasil, e não se preocupou “que crescesse enquanto ele próprio diminuía”. A Assembleia de Deus de São Cristóvão, a princípio não aceitara o desmembramento e considerava aquelas igrejas afiliadas a seu campo, contudo, em 21 de outubro de 1941, oficializou a decisão de Vingre. Estava assim oficializada a fundação do Ministério de Madureira, que se consolidou em 02 de maio de 1958, com a criação da Convenção Nacional dos Ministros das Assembleias de Deus de Madureira e Igrejas Filiadas (CONAMAD) – na época filiada à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), sendo Paulo Leivas Macalão eleito seu presidente nacional.

Após a autonomia, Paulo Macalão estabeleceu a base da obra de evangelização em Bangu, onde construiu e inaugurou o primeiro templo da Assembleia de Deus na cidade do Rio Janeiro, em 01 de janeiro de 1933, com capacidade para 400 pessoas. À medida que iam pregando o evangelho, novas igrejas e congregações foram sendo fundadas no Distrito Federal da Guanabara e no Estado do Rio de Janeiro. Em 01 de maio de 1953, Paulo Macalão, juntamente com milhares de fiéis, inaugurou o majestoso templo do Bairro de Madureira, em estilo gótico, de 18m largura por 50m de extensão, com galerias e bela torre, vitrais coloridos e ornamentação artística rebuscada, com capacidade para três mil pessoas, que passou ser, desde então, a sede da CONAMAD até 1999, quando foi transferida para Brasília. (Araújo, 2007, p. 32).

 

Pr. Paulo Leivas Macalão e esposa Miss. Zélia Brito Macalão. Templo da Assembleia de Deus de Madureira. Foto: História da Ass. de Deus em Madureira – RJ –http:// www.admadureira.com.br

 

Paulo Macalão foi estar com o Senhor em 26 de agosto de 1982, aos 79 anos, depois de 55 anos de ministério frutífero e uma liderança eclesiástica de reconhecimento nacional e internacional, como presidente da CGADB, da CONAMAD e representante das Assembleias de Deus brasileiras no exterior em eventos pentecostais, inclusive na Conferência Mundial Pentecostal. Sua vida ministerial, como servo de Deus, com suas virtudes e defeitos, como os próprios apóstolos do Senhor Jesus, foi um exemplo de obreiro fiel e perseverante que, mesmo nas adversidades, não perdeu o foco da sua chamada divina, antes, sempre dependente da graça de Deus, continuou batalhando pela fé “o bom combate”. Deixou, na época, o Ministério de Madureira com aproximadamente 200 pastores, 500 evangelistas, 2 mil presbíteros, 5 mil diáconos, 4 mil auxiliares, 6 mil músicos, 600 igrejas, mil congregações, 3 mil pontos de pregação e um total de 500 mil membros e congregados. Números esses atualmente muito superiores.

Em 1989, em Assembleia Geral, realizada em Salvador, depois de longos e acaloradas discussões sobre questões relacionadas à abertura de trabalhos na jurisdição de outros ministérios e pendências de ordem disciplinar, consideradas como violações da CONAMAD às normas estatutárias da CGADB, o plenário decidiu pelo desligamento do Ministério de Madureira. Desde então a CONAMAD, se tornou uma convenção nacional com jurisdição plenamente autônoma, tendo sua própria casa publicadora – Editora Betel – e abriga vários ministérios e campos bem estruturados filiados a ela em todos os estados brasileiros. Atualmente a CONAMAD é presidida pelo Bispo Dr. Manoel Ferreira. Tendo já sido eleito várias vezes, pela Assembelia Geral, para presidi-la, após ter-se jubilado no ministério pastoral, a Mesa Diretora da AG, o convidou para reassumir, de forma vitalícia, a presidência da CONEMAD, o que foi confirmado por votação do plenário.

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