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A galeria dos que foram pastores da Assembleia de Deus em Iporá

Interessante capítulo do livro de Moizeis Alexandre Gomis. Neste, publicado neste início de semana, a lista dos que foram pastores em Iporá. É mais uma parte do livro que estamos publicando: QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO. Vamos à leitura:

CAPÍTULO 10

GALERIA DOS PASTORESDA
ASSEMBLEIA DE DEUS DE IPORÁ

Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus: e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram. (Epístola de Paulo aos Hebreus 13. 7).

Neste capítulo, naturalmente, detalhes de acontecimentos já registrados em capítulos anteriores se repetirão e alguns serão acrescentados em outros fatos aqui narrados, visto que fazem parte do contexto geral da história do avivamento derramado pelo Espírito Santo em Goiás, a partir de Samambaia. Mas isto não se constitui repetições maçantes, pelo contrário, são informações que fazem jus ao mérito dos denodados e denodadas pioneiros e pioneiras das Assembléias de Deus em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, acrescentadas para reforçar o testemunho da operação divina.

Se contar a data da realização do primeiro culto dirigido por Divino Gonçalves dos Santos e Abraão Gonçalves de Melo, em 29 de julho de 1943, em Itajubá, quando Alberico Augusto da Fonseca e sua esposa Maria Júnia Araújo da Fonseca se tornaram os primeiros crentes assembleianos da região, a Assembleia de Deus de Iporá estaria atualmente (2011) com 68 anos de existência, o que não seria incoerente como marco histórico inicial da igreja. Contudo, conforme a comemoração do Jubileu de Ouro, realizado em 1994, a fundação da Assembléia de Deus de Iporá, tem como início oficial a data da organização legal da Assembleia de Deus do Buriti, em 09 de abril de 1944. No entanto, a lista que compõe a seguinte galeria de obreiros, considera os que pastorearam a igreja a partir de seu estabelecimento definitivo na cidade de Iporá, em 1947, iniciando com o primeiro dirigente, o diácono Miguel Coelho da Cunha. Tendo em conta que Divino Gonçalves dos Santos pastoreou a Assembleia de Deus de Iporá por duas vezes, contam-se onze pastorados na gestão de dez pastores, incluindo o atual presidente do campo, Ataul Alves Rosa, empossado desde 30 de agosto de 2005.

Por exiguidade de espaço e, em parte, por carência de informações mais detalhadas, esta galeria de pastores apresentará apenas um breve resumo dos atos e realizações de cada um deles. Uma prática muito frequente nos livros de atas de posses de pastores e dirigentes das Assembleias de Deus em Goiás, tem sido a omissão do registro dos nomes de suas esposas. Para corrigir, em parte, essa negligência injustificável, todas as esposas tem seus nomes citados com os dos pastores que pastorearam a Assembleia de Deus de Iporá, apesar de, as vezes, não ter sido possível registrar seus sobrenomes completos.

1º. PASTORADO.
Diácono Miguel Coelho da Cunha – 1947 a 1949.
Esposa: Neusa Cunha.

 

Iniciou e estabeleceu de forma regular e definitiva, a partir de 1947, a Assembleia de Deus de Iporá, com reuniões constituídas de um pequeno grupo de irmãos e irmãs que já havia se convertido a Cristo, através da evangelização realizada pelos obreiros vindos da Assembléia de Deus do Buriti, geralmente aos domingos. Os cultos eram realizados em um salão alugado no Distrito de Iporá. Ainda como congregação da igreja rural, enfrentando uma oposição hostil e sistemática dos padres da Igreja Católica local e de parte de seus fiéis, e mesmo sem ver uma única alma se converter a Cristo durante o primeiro ano do trabalho, o diácono Miguel Coelho da Cunha e sua esposa, Neusa Cunha, permaneceram persistentes na direção da embrionária igreja pentecostal, até 1949, quando já havia alcançado um significativo número de convertidos. Depois de batizados os primeiros convertidos, dando por terminada sua missão na congregação, que se encontrava bem estruturada e com algumas dezenas de membros, foi evangelizar em outra região. Atualmente, já aos 90 anos de idade, ainda evangeliza aos domingos, distribuindo folhetos evangélicos de casa em casa, em bairros de Cuiabá, onde reside.

2º. PASTORADO.
Evangelista Geraldo Delfino de Araújo – 1949 a 1953.
Esposa: Júnia Júlia de Araújo (Tita).


O segundo obreiro a pastorear a Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Iporá foi o evangelista Geraldo Delfino de Araújo. Ainda enfrentando o persistente clima de perseguição contra os pentecostais, assumiu o pastorado da congregação em 1949, sob a liderança do pastor Divino Gonçalves dos Santos, da Assembléia de Deus de Samambaia. Onde fora seu auxiliar naquela igreja.

Prosseguiu, com sua esposa, Júnia Julia de Araújo (Tita), evangelizando de maneira dinâmica, ao mesmo tempo em que fortalecia espiritualmente a igreja com seu ministério pastoral e ensinando a Palavra de Deus. Foi o responsável pela construção e inauguração, em 1952, do primeiro templo da Assembléia em Iporá, na Rua Goiânia, 372, esquina com a Avenida Dr. Neto, endereço atual do templo sede. Um salão simples de cerca de seis metros de largura por dez de comprimento.

3º. PASTORADO.
Pastor Divino Gonçalves dos Santos – 1953 a 1960.
Esposa: Isbela Fonseca dos Santos.


Divino Gonçalves dos Santos e Abraão Gonçalves de Melo realizaram o primeiro culto assembleiano no Distrito de Itajubá (que três meses depois teria o nome mudado para Iporá), em 29 de julho de 1943, quando o casal de presbiterianos, Alberico Augusto da Fonseca e Maria Júnia Araújo da Fonseca aderiram à fé pentecostal, sendo, portanto, os primeiros crentes da Assembleia de Deus da cidade. No dia seguinte, os servos de Deus, Divino e Abraão, realizaram o primeiro culto na Fazenda Buriti, dando início à Assembléia de Deus naquela localidade, e, consequentemente, em Iporá. (Ver capítulo 6).

Em 1953, Divino Gonçalves dos Santos e esposa Isbela Fonseca dos Santos, agora já pastor ordenado, assumiram o pastorado da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Iporá, vindos de Samambaia. Sua mudança decorreu de seu novo plano estratégico de gestão eclesiástica de transferir a sede do trabalho de Samambaia para Iporá, que já havia se tornado uma cidade próspera, com maior representatividade econômica e política na região, emancipada desde 1948. Com sua transferência, a congregação da Assembléia de Deus de Iporá se tornou campo sede, passando a gerir administrativa e eclesiasticamente todas as Assembléias de Deus da região do oeste goiano.

A gestão pastoral de Divino Gonçalves na Assembléia de Deus em Iporá não teve abrangência apenas local, mas regional. Como pastor presidente, além de supervisionar as outras igrejas ligadas ao campo sede, ele estendeu o trabalho de evangelização até o Estado do Mato Grosso, enviando, em 1955, o Evangelista Valdemar Nogueira Ramos, como missionário, para evangelizar a região do Vale do Araguaia. Missão essa que resultou na fundação das Assembléias de Deus de Baliza, Aragarças e Barra do Garças. (Ver capítulo 9). Construiu também o segundo templo sede da Assembléia de Deus de Iporá, inaugurado em 1956, com a realização da Convenção Estadual das Assembléias de Deus em Goiás, que contou com a presença do Presidente da Convenção Nacional das Assembléia de Deus do Ministério de Madureira, pastor Paulo Leivas Macalão, que veio do Rio de Janeiro para participar do evento e descerrar a fita inaugural do novo templo. (Ver capítulo 8).

O pastor Divino e esposa Isbela tiveram em Iporá um pastorado marcado por bênçãos e provações diversas. Como os pastores das Assembléia de Deus em Goiás, naquela época, não recebiam honorários regulares (prebendas) e por dedicar tempo integral ao ministério pastoral, ele e sua família tiveram muitos momentos de privações materiais. Ao mesmo tempo tiveram a graça de ver, por diversas vezes, Deus suprir suas necessidades de maneira milagrosa. Por outro lado, irmã Isbela, costureira profissional, além das obrigações domésticas e com as atividades da igreja, trabalhava diuturnamente na sua máquina de costura, ajudando no sustento da família. Tamanha eram as provações, que muitas vezes derramava sua alma em pranto enquanto orava para vencer a tentação de desistir da vida ministerial. Contudo, Deus nunca deixou faltar o sustento necessário, e puderam presenciar a igreja praticamente triplicar em número de membros, nesse período. Por fim, depois de seis anos de pastorado, foram transferidos para a Assembléia de Deus de Goiânia, na Rua 55, N° 18, em 1960. (Santos, 1995, p.145).

4º. PASTORADO.
Pastor Durvalino Nogueira de Souza – 1960 a 1964.
Esposa: Julieta Nogueira.


Durvalino Nogueira de Souza, com sua esposa Julieta Nogueira, assumiram o pastorado da Assembléia de Deus de Iporá em 1960. Durante sua permanência de quatro anos de pastorado, continuou conduzindo a igreja no seu ritmo normal de crescimento. Contudo, depois de algum tempo, começaram a surgir algumas dificuldades de incompatibilidades de relacionamentos entre alguns membros da igreja e o pastor. Problemas resultantes, em parte, do estilo de liderança rigoroso e rigidez no ensino de costumes, tidos, na época, como exigências “doutrinárias”. Com isso, a igreja entrou em crise espiritual e de comunhão fraternal, o que levou o pastor Durvalino a ser transferido do campo de Iporá em 1964, como forma de superação da crise. Contudo, essas dificuldades não invalidam seu mérito de pastor fiel a Deus e zeloso com a igreja. E qual é o pastor que não tenha sofrido oposição na obra de Deus e/ou não tenha falhado em alguma área de seu ministério? Nem os Apóstolos Pedro, Paulo e Barnabé foram exceções às fragilidades humanas.

5º. PASTORADO.
Pastor Divino Gonçalves dos Santos – 1964 a 1967.
Esposa: Isbela Fonseca dos Santos.


Em 1964, Divino Gonçalves dos Santos e Isbela Fonseca dos Santos assumiram, pela segunda vez, o pastorado da Assembléia de Deus de Iporá. Sua primeira missão foi a de conciliador, a fim de dissipar o clima de crise espiritual e de comunhão que havia se instalado na igreja, e restaurar a normalidade do trabalho do Senhor. Com o prestígio que já desfrutava na igreja e na comunidade em geral, e sua habilidade de pacificador, própria do perfil de seu temperamento calmo, o pastor Divino logo superou o problema e reconduziu a igreja na marcha do crescimento espiritual e numérico.

Apesar dos problemas, o templo inaugurado em 1956, já não acomodava todos os irmãos nas reuniões de cultos. Por isso o demoliu e, em 1965, iniciou a construção do terceiro, com traços do estilo arquitetônico modernista, de linhas retas, funcional e despojado de aspectos detalhistas e decorativos (embora desconfortável devido ao arejamento deficiente). Deixou-o em fase de acabamento, o mesmo que ainda permanece como o templo sede da Rua Goiânia, 372, já remodelado com janelas e decoração de estilo gótico e totalmente climatizado com sistema de ar condicionado.

 

Em 1967, o pastor Divino foi transferido para a Igreja Assembléia de Deus de Brasília, a nova capital federal, que contava apenas sete anos desde que fora inaugurada pelo Presidente Juscelino Kubistchek. Ali iniciou a construção do templo catedral das Assembleias de Deus, no Plano Piloto, conhecido popularmente com a “baleia”, devido ao seu formato de peixe. Deixou na cidade de Iporá e região, além das dezenas de discípulos que ganhara para o Senhor Jesus e a grande amizade com os irmãos e o povo iporaense, as pegadas de um apóstolo dos sertões goianos, como marca mais forte de seu abençoado ministério pastoral, sempre inflamado de paixão pelas almas perdidas e pelo desejo de obedecer ao “ide” do Mestre.

6º. PASTORADO.
Pastor Geraldo Gonçalves da Silva Cardoso – 1967 a 1974.
Esposa: Almerinda Cardoso.

O pastor Geraldo Gonçalves da Silva Cardoso e sua esposa Almerinda iniciaram o pastorado na Assembléia de Deus de Iporá, em 1967 e o encerraram em 1974. Era um homem de espiritualidade profunda e fé dinâmica. O casal já havia experimentado duras provações na obra de Deus, antes de assumir o pastorado da Assembleia de Deus de Iporá. Naqueles tempos em que os pastores da Assembléia de Deus, geralmente, não recebiam ajuda financeira regular (prebenda), como já foi relatado, houve ocasião de ele com a esposa e os filhos almoçarem cada um apenas uma banana, quando pastoreara uma congregação. Porém, nunca alguém o viu murmurar e sempre recebia e cumprimentava as pessoas com um amoroso e sincero sorriso. Em Iporá, além da ajuda recebida da igreja, aprendera o ofício de dentista prático. Com seu “gabinete” já montado, teve mais conforto e ainda usava a profissão para ajudar pessoas menos favorecidas, prestando-lhes assistência dentária gratuita. Se, por um lado, era um pastor de postura transparente e franca no trato com as pessoas e naquilo que considerava incorreto na obra de Deus, por outro, tinha uma aguda sensibilidade pelas ovelhas que pastoreava, o que o levava, na reunião do Conselho Ministerial, a ser tomado de profunda tristeza a ponto de não conter o acesso de pranto, todas as vezes que se excluía um membro da igreja. Dirigia os cultos louvando ao Senhor com os hinos da Harpa Cristã tomado de quebrantamento e ardoroso fervor, muitas vezes transbordando discretamente em línguas estranhas e com a face banhada de lágrimas.

Quando assumiu o pastorado da igreja em Iporá, os cultos eram dirigidos no templo ainda inacabado. Deu continuidade à construção da obra, deixando em fase final de acabamento e a igreja congregando em suas dependências. Seu modo sempre gentil e benigno no trato interpessoal cativava as pessoas, contribuindo para que os que tinham preconceitos contra os pentecostais acabassem mudando de opinião, indo, por fim, à igreja onde se convertiam a Cristo. No início de 1974, o pastor Geraldo Gonçalves e esposa depois de terem vivenciado sete anos de um frutífero pastorado, foram transferidos para o Distrito Federal, onde assumiu o pastorado de uma das Assembleia de Deus de Taguatinga.

7º. PASTORADO.
Pastor Geraldo Mariano da Silva – 1974 a 1986.
Esposa: Joaquina da Cunha Silva.

O pastor Geraldo Mariano da Silva e sua esposa Joaquina da Cunha Silva, assumiram o pastorado da Assembléia de Deus de Iporá em janeiro de 1974, transferidos da Assembleia de Deus de Ceres-GO. Além de dar prosseguimento ao dinamismo evangelístico de seus antecessores, ele dedicou especial atenção ao ministério do ensino da Palavra de Deus, elevando o nível de conhecimento da igreja sobre as doutrinas bíblicas, em detrimento dos costumes legalistas tradicionais que havia se tornado obstáculos ao crescimento da obra de Deus. Pois, o fato de igreja conviver com a realidade de uma nova geração, o número de membros excluídos, por violar “as santas doutrinas da igreja” (costumes religiosos assembleianos), praticamente superava ao de conversões e dos que estavam na igreja.

Quando assumiu o pastorado, a igreja sede e algumas congregações estavam enfrentando polêmicos e acalorados embates doutrinários a respeito de ensinamentos adventistas e unitarianos sobre a “mortalidade da alma, a negação da Trindade e o batismo só em nome de Jesus”. Situação que havia instaurado um clima de facção na igreja e que já havia afligido muito o seu antecessor, em prejuízo da comunhão entre os irmãos e do bem estar da obra de Deus, com alguns membros indo para o Tabernáculo da Fé, igreja recém fundada pelo pastor Joaquim Gonçalves, filiada ao movimento unitariano norte-americano. Ex-membro da Igreja Cristã Evangélica de Goiânia, Joaquim Gonçalves, pregador de excepcional dom de oratória, brilhante retórica e meticulosa exegese bíblica (à sua maneira, para provar suas teses doutrinárias), cativava de forma fascinante os ouvintes, principalmente em seu programa radiofônico, Fé para Vencer, de alcance nacional, através da Rádio Brasil Central de Goiânia. Geraldo Galvão, por exemplo, deixou a Assembleia de Deus e fundou o Tabernáculo da Fé em Iporá, em 1972.

O pastor Geraldo Mariano era um estudioso da Bíblia, que fizera curso teológico a distância, em Seminário Batista, em um tempo em que a Assembleia de Deus não exigia formação teológica dos obreiros e até eram desaconselhados a isso. Como profundo conhecedor das doutrinas bíblicas fundamentais e da teologia cristã, a Mesa Diretora da Convenção Estadual viu nele, o perfil apropriado para assumir o pastorado da Assembleia de Deus de Iporá, naquele momento crítico pelo qual passava. Possuía uma valiosa biblioteca, tanto pelo seu volume de obras como pelo conteúdo seleto delas. Logo que assumiu o pastorado da igreja, aconselhou e exortou os obreiros envolvidos nas polêmicas doutrinárias a abandonarem os ensinamentos não ortodoxos postulados pela denominação assembleiana. Promoveu seminários para estudos bíblicos, nas reuniões ministeriais, com teólogos tarimbados, como João de Oliveira, Antônio Gilberto, Bernardo Johnson, Abraão de Almeida, Joá Caetano, Valgenor de Oliveira, etc.

Aos obreiros e dirigentes de congregações que se mostravam recalcitrantes em abandonar os ensinamentos “heréticos”, declarou-lhes que “não serviam para ser obreiros da Assembleia de Deus” e deu-lhes, com autoridade e firmeza, o ultimato para que entregassem as igrejas que pastoreavam e seus cargos, caso contrário, seriam exonerados. Com exceção de dois obreiros, todos se retrataram e permaneceram em suas funções eclesiásticas. Desde essa época o Campo da Assembléia de Deus de Iporá nunca mais teve problemas com ensinamentos heréticos. Incentivou os obreiros a fazerem cursos teológicos, pelo sistema a distância, através do Seminário Paulo Leivas Macalão, e internato. Enviou seminaristas, de ambos os sexos, ao Instituto Bíblico das Assembléias de Deus, IBAD, em Pindamonhangaba – SP, e ao Seminário Evangélico Betânia, SEB, em Coronel Fabriciano – MG (posteriormente transferido para Petrolina – PE). Para os obreiros que não podiam se ausentar do campo de trabalho para estudar, fundou, em Iporá, em 1982, o Núcleo de Extensão, número 133, da Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus (EETAD), de Campinas – SP, que ainda funciona ininterruptamente depois de 29 anos. No princípio, apenas aos obreiros dirigentes de congregações e auxiliares eram permitidos se matricularam no curso. Após a formatura da primeira turma, as matrículas foram abertas a todos os membros da igreja que desejassem cursá-lo. Promoveu também o Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola Dominical, ministrado pelo pastor Antônio Gilberto a todos os professore da ED. Desde essa época, o campo da Assembleia de Deus de Iporá não teve mais problemas com questões doutrinárias e está entre os que têm os quadros de obreiros mais bem preparados bíblica e teologicamente, em Goiás.

O que o pastor Geraldo Mariano da Silva deixou, contudo, como exemplo maior, foi o seu zelo e disciplinada dedicação em estudar e ensinar a Bíblia. Nos cultos de ensino da tradicional “terça-feira”, todas as congregações e seus obreiros se deslocavam para a igreja sede, onde ouviam os profundos ensinamentos bíblicos, sobretudo nas Epístolas Paulinas e Gerais. Ao encerrar seu pastorado em Iporá, já havia lido a Bíblia quase cem vezes. Quando morreu, deixou marcado em sua Bíblia o número total de leituras concluídas: já havia lido a Bíblia toda 176 vezes! Em razão de sua postura de um estudioso incansável, recebeu críticas, por parte de obreiros mais conservadores e menos instruídos da igreja, de ser pastor de gabinete e dos livros. Mas como homem de índole enérgica, de vontade firme em seus propósitos, não recuou em nenhum de seus projetos pedagógicos destinados ao crescimento espiritual e cognitivo dos obreiros e da igreja.

Como administrador criterioso e disciplinado, se conduziu, como seus antecessores, de modo irrepreensível ao lidar com bens materiais e recursos financeiros da igreja. Concluiu o templo que recebera em fase de acabamento, que, devido a defeitos na estrutura da cobertura, ameaçava desabar, e o inaugurou no final de 1974, ocasião em que hospedou a Convenção Estadual das Assembléias de Deus de Goiás (CONEMAD-GO). Construiu o anexo – que comportava a cozinha, cantina, gabinete pastoral e salas da Escola Dominical –, e a casa pastoral, que atualmente abriga a secretaria geral da igreja e o gabinete pastoral. Por sua iniciativa foram fundadas as congregações da Vila Itajubá, dos bairros São Francisco e Mato Grosso, e da Vila Águas Claras, todas com templos construídos e inaugurados.

Depois de doze anos de um pastorado próspero e abençoado em todos os aspectos, sua forma de pastorear e de gestão eclesiástica, muitas vezes interpretadas como centralizadoras, acabou, por fim, criando algumas incompatibilidades de relacionamentos com uma parcela do quadro ministerial da igreja. Contudo, o fator que mais pesou para essas dificuldades foi sua visão aberta na compreensão da realidade, visto ser ele um pastor que vivia na frente de seu tempo. Exemplo disso é o fato de quando ainda presidia o Campo da Assembleia de Deus de Ceres, ter indicado, por eleição, uma irmã para ser vice-presidente do campo, em razão de sua idoneidade espiritual, já que os obreiros que assumiam a vice-presidência, não estavam correspondendo às expectativas da igreja e, depois de eleita, empossou-a no cargo. E isto ainda na década de 1960, época em a que mulher nem mesmo participavam de reunião de obreiros. Também celebrava bênçãos de casamento de jovens desviados da igreja, além de consagrar obreiros solteiros para funções ministeriais, inclusive a evangelista. Sua maneira de tratar questões ministeriais e eclesiásticas de forma nem sempre coerente com as “normas” assembleianas da época, sem dúvida, contribuiu, finalmente, para que o pastor Geraldo Mariano da Silva fosse transferido para a Assembléia de Deus de Palmeiras de Goiás, em 1986. O que se pode afirmar, com certeza, de seu pastorado em Iporá, é que o projeto que Deus pretendia realizar na Assembleia de Deus na cidade, havia sido concluído plena e abençoadamente e seus resultados espirituais e pedagógicos perduram até hoje.

8º. PASTORADO.
Pastor Jaime Antônio de Sousa – 1986 a 1995.
Esposa: Missionária Gomer Fonseca de Sousa.

O pastor Jaime Antônio de Souza foi um dos pioneiros convertidos na igreja de Samambaia, um dos primeiros que foram alcançados pelo avivamento pentecostal de 1943, ainda jovem. Pastor Jaime e sua esposa Gomer Fonseca de Souza, assumiram o pastorado da Assembléia de Deus de Iporá no início de 1986. Homem simples, sem formação teológica formal, mas que manejava bem a “Palavra da verdade”, de fé vigorosa, que ainda conservava (e conserva) o mesmo fervor espiritual do avivamento de Samambaia.

As ações de sua gestão pastoral se destacaram principalmente pela descentralização da administração eclesiástica e a ampliação das atividades evangelizadoras da igreja. Concedeu mais autonomia às congregações do campo para gerirem seus recursos financeiros reduzindo as contribuições remetidas à igreja sede. Construiu e inaugurou novos templos nos bairros da cidade onde não havia ainda trabalhos organizados, inaugurando-os ao mesmo tempo em que empossava ali um obreiro para dirigi-la, dando início a uma nova congregação: Vila Brasília, Vila Ferreira, Jardim Monte Alto e Setor Cândido Vieira. Construiu o grande templo – Catedral da Assembleia de Deus – no Bairro Mato Grosso (idealizado pelo seu antecessor, pastor Geraldo Mariano da Silva, transferido antes de iniciar a obra, e que sofreu modificações e ampliação no projeto original), com capacidade para três mil pessoas sentadas, que ainda se constitui no prédio mais imponente e o maior auditório da cidade, inaugurado em 1992.

Preocupado em dar aos filhos das famílias evangélicas e iporaense em geral uma formação diferenciada, orientada por uma filosofia evangélica, o pastor Jaime idealizou e, com o apoio dos irmãos e o Conselho Ministerial da igreja, fundou a Escola Conveniada Evangélica Betel (EEB), posteriormente estadualizada, passando a ser escola pública, que funciona em Regime de Comodato com a Assembleia de Deus, que cede o prédio, e o Estado arca com os demais custos de funcionamento da instituição escolar, agora denominada Escola Estadual Evangélica Betel (EEEB). Atualmente conta com cerca de oitocentos alunos no Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano, funcionando nas instalações do subsolo da Catedral e em salas anexas. É tida como uma das escolas públicas mais conceituadas e concorridas da cidade, com bons índices de aprovação em avaliações estadual e nacional (IDEB e PROVA BRASIL), onde os alunos recebem uma educação acadêmica, cultural e ética, priorizando os valores cristãos relacionados à fé em Deus e aos direitos e dignidade da pessoa humana. Fundou o Lar Bom Samaritano, que abriga pessoas idosas e desamparadas. Criou o Instituto Oásis, instituição filantrópica que gere os programas sociais da igreja, inclusive o Lar Bom Samaritano e a EEEB.

Pode-se considerar como um dos eventos marcantes das realizações pastorais de Jaime Antônio de Souza, a comemoração do Jubileu, que ocorreu em 1994, celebrando o 50º aniversário de fundação da Assembleia de Deus de Iporá, contado a partir da organização oficial da Assembleia de Deus do Buriti, em 09 de abril de 1944. Na ocasião, vários pioneiros estiveram presentes e foram homenageados. Foi também encenada uma apresentação, onde duas pessoas, cada qual portando uma tocha acesa, adentraram a catedral e percorreram o longo corredor central até o altar, onde acenderam uma pira, representando Divino Gonçalves dos Santos e Abraão Gonçalves de Melo, que, vindos de Samambaia, cheios do Espírito Santo, fundaram a Assembleia de Deus de Iporá, ambos ali presentes e homenageados. Depois vieram várias pessoas pelos corredores laterais, cada qual com uma tocha apagada. Ao passar pela pira, ascendia sua tocha e saia por diferentes direções, representando os obreiros convertidos em Iporá, que evangelizaram por toda parte, fundando outras igrejas.

Pastor Jaime e esposa Gomer, encerraram o pastorado na Assembleia de Deus de Iporá, em 1995, quando então jubilaram e mudaram para Goiânia. Atualmente residem em Anápolis.

9º. PASTORADO.
Pastor Oídes José do Carmo – 1995 a 2002.
Esposa: Pastora Neuza César do Carmo.

O nono pastorado do Campo da Assembléia de Deus de Iporá foi presidido pelo pastor Dr. Oídes José do Carmo. Transferido de Goiânia, onde era o vice-presidente da Assembléia de Deus de Campinas, presidida pelo pastor Albino Boaventura, um dos maiores campos das Assembléias de Deus do Brasil, o pastor Oídes e esposa, Neusa César do Carmo, assumiram o pastorado da Assembleia de Deus de Iporá em 1995. Bacharel em Teologia e em Direito, homem de Deus de destacada formação bíblica, teológica e acadêmico-cultural, realizou um extraordinário trabalho pastoral no Campo de Iporá. Sua atuação ministerial se destacou em todos os aspectos da obra de Deus. Seus ensinamentos biblicamente embasados, consistentes e profundos, contribuíram visivelmente para o crescimento da igreja na “graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” e para sua maturidade espiritual, durante o período de seu pastorado em Iporá. Pois todas as vezes que ministra a Palavra de Deus, ainda que seja em tempo reduzido, sempre tem uma mensagem com conteúdo prático e ungido com a graça de Deus, que “arde nos corações” dos ouvintes.

Como servo de Deus humilde, sábio, de postura séria e modos discretos e educado, sua presença sempre atrai o respeito das pessoas e inspira confiança na sua liderança, tanto no âmbito pastoral como convencional. De posições doutrinárias e gestoras firmes, sempre teve sábios conselhos para os irmãos e irmãs, e resoluções definidas nas situações divergentes, quer nas reuniões do Conselho Ministerial, quer nas outras pendências cotidianas da obra de Deus. Pode-se dizer, sem dúvida, que estas atitudes, além de sua autoridade episcopal incontestável, foram algumas das marcas fortes do seu exemplo de “obreiro aprovado, que maneja bem a Palavra da verdade, e que não tem do que se envergonhar”.

Além do crescimento espiritual, a igreja experimentou um avanço de décadas na superação dos resquícios de costumes sócio-culturais que ainda persistiam em criar embaraços à penetração do Evangelho nas camadas mais cultas e abastadas da sociedade iporaense. Aperfeiçoou a estrutura administrativa e implantou um estilo novo e atualizado de gestão pastoral na igreja sede e nas congregações do campo. Como líder de projeção nacional, exerceu ainda, concomitantemente com os dois últimos anos do seu pastorado em Iporá, a Presidência da Convenção Estadual dos Ministros das Assembléias de Deus do Estado de Goiás (CONEMAD-GO), cargo que ainda exerce (2011), compondo também a Mesa Diretora da Convenção Nacional dos Ministros da Assembléia de Deus (CONAMAD). Compõe também a Diretoria da Editora Betel – órgão da CONAMAD – como membro do Conselho Deliberativo.
Realizou a reforma do templo sede, de estilo arquitetônico modernista e estética simples, de janelas retangulares e horizontais, substituído-as por outras de estilo gótico, dando-lhe um visual estético novo e agradável, tanto na parte externa como na decoração interior, com perceptível melhora no arejamento do ambiente. Estas são apenas algumas das realizações que servem para delinear o perfil do pastorado do Dr. Oídes José do Carmo na cidade de Iporá. Conquistou reconhecimento e respeito da sociedade iporaense, onde construiu também sólidas amizades, inclusive recebendo, posteriormente, o título de Cidadão Iporaense, pela Câmara Municipal de Vereadores.

Com a morte do pastor Albino Boaventura, presidente do Campo da Assembléia de Deus de Campinas, em Goiânia, o Bispo Dr. Manoel Ferreira, presidente da CONAMADE, o transferiu de Iporá para assumir a presidência daquele campo, em agosto de 2002.

 

O pastor Dr. Neuton Pereira Abreu e sua esposa, missionária Lídia Gonçalves Abreu, vindos da Assembléia de Deus de Bangu, na cidade do Rio de Janeiro, onde pastoreavam, assumiram o pastorado da Assembleia de Deus de Iporá em 26 de agosto de 2002. O Dr. Neuton Pereira Abreu foi o nono pastor a gerir o décimo pastorado como presidente do Campo da Assembleia de Deus de Iporá. Além de suas qualidades de homem de Deus, com uma chamada confirmada por três décadas de experiência ministerial na obra do Senhor, em três Estados da federação e no DF, ainda conta com formação militar e universitária nas áreas de Pedagogia e Direito. Sua folha de serviços prestada ao reino de Deus já incluía o pastorado de igreja em Goiânia e de grandes Campos das Assembléias de Deus de Madureira, como os de Barra do Garças – MT, sede da Convenção do Ministério de Madureira naquele Estado; de Gurupi – TO; da Catedral em Brasília – DF; e de Bangu – RJ. Dotado de uma especial habilidade de ensinar e de amplo conhecimento bíblico, teológico e acadêmico, paulatinamente implantou seu estilo próprio e inovador de liderança. Os seus ensinamentos doutrinários, biblicamente embasados, focados no crescimento espiritual e na formação moral dos fiéis em geral e, particularmente, na maturidade dos obreiros, visando à contemporização da igreja, a fim de que ela pudesse acompanhar as transformações sócio-culturais decorrentes da evolução do processo histórico, sem prejuízo para o progresso do reino de Deus, preparou-a para interagir no contexto da nova realidade do mundo moderno globalizado e tecnológico do século XXI, adotando comportamentos sociais abertos e antipreconceituosos.

Do ponto de vista do exercício episcopal, o pastor Neuton foi um magistrado eclesiástico que ouvia todas as partes, observava as reações da igreja, e, de acordo com os princípios bíblicos e o respaldo do Conselho Ministerial, tomava suas decisões de forma imparcial, que tinham força de veredicto. Deixou ainda como marca acentuada da sua postura pastoral a prática da misericórdia, ao integrar nas atividades funcionais da igreja os congregados em situações conjugais legalmente irregulares, muitas vezes discriminados e tidos preconceituosamente, por alguns membros da igreja, como “crentes de segunda classe”, mesmo diante da censura velada dos defensores de uma “santidade puritana”! Promoveu a “Cruzada Jesus Não Desistiu de Você”, com o pastor Sinfrônio Jardim Neto – ex-missionário no Japão, escritor e conferencista evangélico de reconhecimento nacional – direcionada especialmente no sentido de trazer os desviados à comunhão da igreja.

No aspecto administrativo, o pastor Neuton atuou como um executivo de visão futurista, sintonizado com a realidade cotidiana, as exigências da lei e dos padrões empresariais de organização e gestão. Criou a logomarca da igreja que passou a ser estampada nos templos e nos documentos expedidos pela secretaria, além do site www.adipora.com.br. Instalou um projetor de imagem e som (data show), para melhorar a transmissão de informações, estudos bíblicos, etc. Climatizou o templo sede com excelente sistema de ar condicionado, proporcionando aos participantes dos cultos conforto e bem-estar. Reestruturou os departamentos administrativos da igreja, revisando o Estatuto e implantando novas formas de gerir a burocracia interna da igreja e suas finanças. Registrou o Estatuto do Instituto Oásis como instituição de utilidade pública; estadualizou a Escola Evangélica Betel, que passou a ser pública em regime de Comodato com a Assembleia de Deus de Iporá, que cedeu ao Estado o prédio onde funciona a escola; inscreveu o Lar Bom Samaritano na Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), órgão de ação social do governo estadual, viabilizando-lhe ajuda material com recursos públicos, destinados à manutenção dos idosos e portadores de necessidades especiais, internados na instituição.

No âmbito dos costumes e liturgia dos cultos, estabeleceu marcantes avanços. Além de não se opor a liberdade na adoração a Deus com expressões como as palmas e a música de estilo mais ritmado e jovem, abriu mais espaço para a participação formal das mulheres na vida ministerial da igreja, consagrando diaconisas e missionárias e com direito de igualdade de participação nas reuniões do Conselho Ministerial local e nas quadrimestrais do campo de Iporá. As reuniões quadrimestrais de obreiros do campo se fortaleceram mais ainda, assemelhando-se a um evento miniconvencional. Instituiu a União de Senhoras das Assembléias de Deus do Campo de Iporá (USADI), antiga Assistência Social, sob a presidência da missionária Lídia Gonçalves Abreu e coordenada pela missionaria Maura S. Bueno. Enfim, a igreja experimentou um salto considerável na vida espiritual e atuação evangelizadora.

Além das responsabilidades inerentes ao pastorado do campo da Assembléia de Deus de Iporá, o pastor Neuton Pereira Abreu integrou também as Mesas Diretoras das Convenções dos Ministros Evangélicos das Assembléias de Deus – estadual (CONEMAD-GO) e nacional (CONAMAD) – exercendo, respectivamente, as funções de 3º Secretário e 1º Tesoureiro, além de compor o Conselho Deliberativo da Diretoria da Editora Betel. Seu abençoado ministério no pastorado da Igreja Assembléia de Deus de Iporá encerrou-se em 30 de agosto de 2005, depois de três anos e quatro dias, quando foi, então, transferido para a Secretaria Executiva da Convenção Nacional dos Ministros das Assembléias de Deus (CONAMAD), em Brasília, para coordenar ações e decisões da Mesa Diretora da denominação, assessorando diretamente o seu Presidente, o Bispo Dr. Manoel Ferreira.

11º. PASTORADO.
Pastor Ataul Alves Rosa – Atual, desde 2005.
Esposa: Pastora Dagma Aparecida dos Santos Alves.

O pastor Ataul Alves Rosa nasceu em 1958, na região de Jacubinha, atualmente município de Amorinopólis. Seus pais se converteram a Cristo na década de 1940, na congregação da Assembleia de Deus daquela localidade. Filho mais novo de sete irmãos e irmãs, sua mãe, quando estava grávida dele, acariciava o ventre e declarava, pela fé: “Se for homem, vai ser um pastor”. Desde a infância foi instruído nos caminhos do Senhor, ainda adolescente, recebeu o batismo nas águas e com o Espírito Santo. Em 1964, quando ele estava com apenas seis anos de idade, por três vezes, em cultos diferentes na Assembleia de Deus de Jacubinha, o Espírito Santo usou o irmão Pedro, (conhecido por Pedruca), em profecia, sempre entregando a mesma mensagem: “Eu vou levantar neste lugar um semelhante a Moisés, que vai pastorear o meu povo”. O dirigente da congregação, na época, o presbítero Emídio José Novato, embora não comentasse nada, dizia consigo mesmo que aquela profecia não poderia ser de Deus, mas impulso emocional do irmão que profetizara. Pois pensava: Como pode sair aqui da Jacubinha, um líder capaz de pastorear o Campo de Iporá? Se fosse da igreja sede ou de outra congregação de maior expressão, até teria sentido. Mas da Jacubinha?!…

Os anos se passaram e o jovem Ataul se desviou, por alguns anos do caminho do Senhor. No início da década de 1980, mudou para Iporá, onde concluiu o ensino médio. Nesse período, casou com Dagma, que não era evangélica e fora criada e doutrinada no espiritismo cardecista, a religião de seus pais. Casamento celebrado na Assembleia de Deus sede de Iporá, por determinação do Pastor Geraldo Mariano da Silva, e oficializado pelo então evangelista Moizeis Alexandre Gomis, mesmo os noivos não estando em comunhão com a igreja, fato este incomum na época, visto os pastores não serem a favor de pessoas “não-crentes” casarem na igreja. Logo depois ele se reconciliou com o Senhor e sua esposa também se converteu, sendo logo batizada, passando ambos à perfeita comunhão com a igreja. Em Iporá, se tornou empresário no ramo de forros de gesso, dono da empresa Arte-Gesso (ainda existente), que vendeu quando foi ordenado para o ministério pastoral, para se dedicar de tempo integral à obra de Deus.

Começou sua vida ministerial auxiliando como porteiro na congregação de Jacubinha. Depois serviu na Igreja Assembleia de Deus sede em Iporá, como diácono, presbítero, evangelista e, por fim, como pastor vice-presidente, nos pastorados de Jaime Antônio de Souza, Oídes José do Carmo e Neuton Pereira Abreu. Em 2002, foi transferido de Iporá para Goiânia, onde pastoreou a Assembléias de Deus do Setor Garavelo, filiada ao campo de Campinas. Depois assumiu a presidência do Campo da Assembléia de Deus de Porangatu, no norte de Goiás. Em 30 de agosto de 2005, o pastor Ataul e a pastora Dagma foram transferidos para a Assembleia de Deus de Iporá. Nesse dia, o presbítero Emídio, que agora residia no Estado do Mato Grosso, recebeu um telefonema de seu filho, informando-lhe da posse do pastor Ataul Alves Rosa, como presidente do Campo da Assembleia de Deus de Iporá. Então, veio-lhe à memória, a profecia ouvida há 41 anos, e entendeu o seu cumprimento: pela primeira vez, a Assembleia de Deus de Iporá veio a ser pastoreada e presidida por um de seus filhos na fé. No dia 27 de agosto de 2011, na festa de aniversário da Assembleia de Deus de Jacubinha, o pastor Emídio pregou a mensagem oficial e testificou pela primeira vez, aos presentes, inclusive o pastor Ataul Alva Rosa, sobre o episódio da profecia e pediu perdão por ter duvidado por incredulidade.

Como pastor e presidente do Campo da Assembleia de Deus Iporá, sua postura tem sido de um homem de Deus de estilo de vida modesto, pautada pela simplicidade, de conduta moral e espiritual ilibada, tanto em sua vida privada quanto no trato e condução da obra do Senhor, como eficiente administrador, sobretudo honestidade nas questões financeiras. De personalidade extrovertida e dotado de um nato e extraordinário senso de humor, tem se demonstrado um pastor sábio e hábil na ministração e aplicação da Palavra de Deus enquanto ensina a igreja. Sua atenção constante às necessidades espirituais e sociais dos fiéis e ao bom andamento administrativo da obra de Deus tem absorvido de forma integral seu tempo, a ponto de tê-lo impedido, por duas vezes, de realizar o sonho pessoal de cursar uma faculdade. Já pastoreando em Iporá, abandonou o Curso de Direito na FMB, em São Luiz de Montes Belos, por sentir que a igreja estava tendo prejuízo na assistência pastoral, com sua ausência durante o tempo dedicado aos estudos.

O desempenho da missão evangelizadora da igreja e seu crescimento espiritual tem sido uma das prioridades do seu pastorado, ao mesmo tempo em que continua dando apoio integral aos projetos sociais e culturais já existentes e os criados por ele. Prova disto é a implantação do projeto Nossa Casa, que tem como meta construir uma vila com cem casas populares, de excelente padrão de qualidade, para proporcionar moradia às famílias sem teto. Iniciado em 2007, dez casas já foram concluías e estão habitadas, enquanto outras três já estão em fase de acabamento. Famílias que nem são membros da igreja estão usufruindo desse benefício, visto que o objetivo é atender a todos, independente de clientelismo religioso.

Realizou, em 2011, a reforma da Catedral, e coordenou a da Escola Betel, que teve parte bancada com recursos públicos, em razão do Contrato de Comodato estabelecido entre a igreja e o Estado. Em 2011, o pastor Ataul concluiu a construção da casa pastoral, no Bairro Mato Grosso, uma mansão com quatro suítes, piscina e outros espaços confortáveis, visto que a antiga residência foi transformada em dependências para a instalação da secretaria geral da igreja e ele, até então, morava em um sobradinho de sua propriedade, sem receber aluguel da igreja. Uma de suas metas administrativas para o Campo de Iporá é que todas as congregações tenham sua própria casa pastoral, livrando-se de despesas com aluguéis de imóveis. Conquista que já se tornou realidade para as congregações da Vila Itajubá, do Setor Jardim Monte Alto, Bairro São Francisco, Vila Águas Claras e Vila Ferreira.

Concluindo, pode-se dizer, contudo, que um dos fatores diferenciadores de seu ministério em Iporá, tem sido o investimento na evangelização, sustentando doze casais de missionários nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. (Ver capítulo 11). Também transformando subcongregações em congregações, ligando-as diretamente a igreja sede, como as da Vila Rosa dos Ventos, Vila Brasília II, Setor Por do Sol e Jardim Novo Horizonte II. Abriu ainda as congregações do Jardim Arco Iris, Registro do Araguaia, Morro do Engenho e Bairro Santo Antônio, construindo seus respectivos templos, além de novos pontos de pregação na cidade.

Em reconhecimento das realizações em seu ministério, tanto eclesiásticas como sociais, o pastor Ataul Alves Rosa foi honrado pela Assembleia Legislativa de Goiás, em 2010, juntamente com outros líderes das Assembleias de Deus do Estado, com a Comenda Dr. Pedro Ludovico Teixeira.

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