A cidade de Palestina de Goiás surgiu com um forte apego à Igreja Assembleia de Deus. No capítulo de hoje, a conversão de Guilhermino Morais, cura da filha e sua bondade em edificar igreja na cidade e contribuir com a Assembleia de Deus de um modo geral. Vamos à leitura:
CAPÍTULO 14
MARAVILHAS NA “TERRA SANTA” DE GOIÁS.
Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos. Em meio a tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga. (Salmos 18.6; 118.5).
Os fatos registrados neste testemunho ocorreram em Palestina, não a Canaã bíblica, a “Terra Santa” de Israel, mas uma cidade no oeste de Goiás! Há mais de meio século, naquele lugar havia apenas um sertão inóspito, pouco desbravado. Região ocupada por fazendeiros descendentes de famílias tradicionais, como os Farias, Morais, Leite, Vilela, Andrade e outras, que povoaram e colonizaram aquelas terras desde o início do século XIX, e deram origem a cidades no sudoeste goiano, dentre elas Mineiros e Caiapônia, ainda no início do Brasil Império.
Nas proximidades, onde atualmente existe a cidade Palestina, morava o fazendeiro Guilhermino Morais de Farias, com sua esposa Maria (popularmente conhecida por Maruca), filhos e filhas, todos católicos tradicionais. Em 1954, Guilhermino se converteu a Cristo na Assembleia de Deus, tempos depois a esposa seguiu o seu exemplo. Serviam ao Senhor com alegria cultuando-o em uma igrejinha construída em sua fazenda. Mas uma de suas filhas sofria de uma forte dor abdominal, que a acometia em qualquer lugar e hora levando-a a uma situação desesperadora de prantos e gritos. Quando menos se esperava, as vezes no meio do culto, tinham que sair correndo para levá-la ao médico em Caiapônia, há cerca 50 km. Já havia levado a criança a Goiânia, Uberlândia e até a São Paulo, sem ver resultado de melhora, pois os médicos não conseguiam diagnosticar sua doença.
Certo dia, em uma das crises de cólicas, ele pôs a filha em um Jeep e se dirigiu a Caiapônia para que o médico pelo menos aliviasse sua dor. Enquanto conduzia o veículo pela rudimentar estrada que serpenteava por entre o cerradão, quando se aproximava do povoado de Campo Alegre, que contava ainda com apenas alguns ranchos, tomado de angústia ao ver a filha prostrada, de repente parou o Jeep na sombra de uma árvore e orou: “Senhor Jesus, cura a minha filha que está doente e sofrendo. Se o Senhor a curar, eu vou edificar uma igreja aqui, para que o teu nome seja adorado e louvado neste lugar”! Imediatamente a dor cessou e a criança ficou curada, voltando ao seu normal e nunca mais foi acometida pela terrível enfermidade.
O irmão Guilhermino, mesmo cuidando da sobrecarregada lida diária da vida de fazendeiro, se tornou um fervoroso e apaixonado pregador do Evangelho, sempre testificando com alegria as maravilhas do Senhor Jesus. Ficou conhecido como o pregador chorão (o Jeremias da Palestina de Goiás!), visto que suas pregações eram sempre marcadas por momentos de quebrantamento e pranto sinceros. Todo comprador de gado que chegava à sua fazenda, quer fosse de carro ou pousando de avião no seu aeroporto particular, depois da realização do negócio, não saia sem primeiro ouvir a leitura de uma passagem bíblica e uma breve mensagem do Evangelho de Cristo.
Os anos se passaram e o povoado de Campo Alegre, que surgiu a partir de uma congregação de presbiterianos existente em uma fazenda, cresceu e com ele nasceu também uma Assembleia de Deus, vindo a ser a cidade emancipada de Palestina de Goiás. Guilhermino cumpriu então sua promessa feita ao Senhor. Ergueu com seus próprios recursos financeiros o primeiro templo da Assembleia de Deus da cidade. Os crentes, tanto presbiterianos como assembleianos, se multiplicaram e Palestina veio a ser um das raras cidades do Brasil onde se ostenta na praça principal um templo evangélico da Igreja Presbiteriana e, próximo dali, o da Assembleia de Deus, sendo que a igreja católica só veio a ser edificada mais tarde e em área periférica.
A Assembleia de Deus de Palestina, outrora congregação da Assembleia de Deus de Caiapônia, hoje constitui-se um Campo autônomo, com suas congregações filiadas. O atual e segundo templo, maior e mais confortável, foi também construído pelo irmão Guilhermino, os irmãos apenas custearam as despesas dos bancos e móveis. Abençoado por Deus, foi um dos maiores fazendeiros da região. Usou sua fortuna para ajudar a obra de Deus, não apenas em Palestina, onde, durante sua vida, sempre bancou as despesas das festas da igreja, mas por todo o Estado de Goiás e em outros lugares do Brasil, tanto na obra de evangelização como na construção de templos, inclusive o de Iporá e a Catedral da Assembleia de Deus de Brasília, conhecida popularmente por baleia.
Atualmente o irmão Guilhermino, como era conhecido pelos crentes, já descansa na glória celestial, mas suas obras, realizadas como servo de Cristo, continuam testificando do que Deus faz através daqueles que cofiam nele.