Trabalho escolar de alunos mostra verdade sobre a locomoção de estudantes em Iporá.
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Veja relato
AS CONDIÇÕES DE TRANSPORTE ESCOLAR DE ALUNOS QUE ESTUDAM EM UNIDADES ESCOLARES DE IPORÁ
A questão do transporte escolar representa apenas mais um dos aspectos que podemos considerar quando avaliamos o pouco caso com que a área da educação pública é tratada no País.
A garantia do acesso à educação por parte dos alunos que residem nas áreas rurais do país se dá, em muitos casos, com a dependência do fornecimento gratuito de um transporte público.
Para tal, grandes são os desafios enfrentados pelos gestores públicos, que possuem a responsabilidade legal do fornecimento do transporte escolar rural a todos os alunos da rede pública de ensino. Dentre tais desafios está o custo do serviço prestado.
Como surgiu a idéia desta pesquisa
A curiosidade da turma em pesquisar este assunto surgiu a partir da proposta apresentada pela professora Claudimary Moreira através do projeto Matemática e Cidadania que é um subprojeto do Projeto de Extensão Matemática Legal que surgiu através da parceria entre Colégio Ariston Gomes de UEG Iporá. E que tem busca através da aprendizagem dos conteúdos de matemática de sala de aula despertar os alunos para as questões sociais e para a responsabilidade individual e coletiva de todos com agentes de modificação no meio em que vivem. Conforme diz a professora orientadoras deste trabalho.
Não é possível conceber o ensino e aprendizagem de matemática sem ligação ou desvinculados da realidade social em que vivemos quando se leva em consideração que o direito à cidadania está diretamente ligado às condições sociais e a qualidade da educação escolar. E nesta perspectiva o fazer do professor passa a ser uma ação também política e de formação de consciência. Então, este projeto tem com objetivo de adequar temas sociais ao ensino da Matemática com o objetivo de proporcionar aos alunos a aquisição de senso critico e de responsabilidade social através das aprendizagens dos conteúdos de matemática da sala de aula. (Claudimary Moreira)
A partir da proposta apresentada, os alunos do 3º ano C iniciou uma mobilização para conhecer um pouco sobre AS CONDIÇÕES DE TRANSPORTE ESCOLAR DE ALUNOS QUE ESTUDAM EM UNIDADES ESCOLARES DE IPORÁ.
A coleta de dados e informações
Para adquirir informação sobre o assunto foi feita uma pesquisa em algumas instituições escolares do município de Iporá, buscando informações dos próprios alunos de escolas e colégios do Ensino Fundamental e Médio, Faculdades e Instituições de Ensino Superior entre outros, que recebem diariamente alunos de outras cidades e da Zona Rural .
Também foram realizadas entrevistas com motoristas e cooperativas, procurando ouvir e compreender a situação na visão de ambos os lados.
O campo de pesquisa foram as Unidades Escolares, Colégio Estadual Ariston Gomes Da Silva, Colégio Osório Raimundo de Lima, Colégio Estadual Odilon José de Oliveira , Escola Estadual Joaquim Berto , Escola Estadual Edmo Teixeira, CECONJ, FAI ( Faculdade de Iporá ), IF-Goiano ( Instituto Federal Goiano Campus Iporá), UEG (Universidade do Estado de Goiás) e as cooperativas COOPERTRANS.
A população pesquisada foi composta dos alunos que usam transporte escolar, dos motoristas e dos responsáveis cooperativas. E os instrumentos de pesquisa foram questionários e entrevistas.
O que diz os dados do questionário
A pesquisa foi feita entre os dias entre os dias 04 e 07 de fevereiro de 2013 com um total de 301 alunos, 3 motoristas e 2 donos de cooperativas.
Dentre todas as dificuldades enfrentadas como o tempo para se chegar as unidades escolares, excedência da quantidade de alunos, irregularidades, motoristas automóvel, estado de conservação do veiculo, e outros os dados dos questionários mostra que a grande dificuldade vista pelos entrevistados é em relação as rodovias e estradas , onde alunos comentam que as rodovias e estradas são o pior problema.
Alguns dos comentários registrados pelos alunos pesquisados valem ser ressaltados:
? O governo deveria se preocupar mais com os transportes escolares e com os alunos da zona rural.
? Eu acho um absurdo a desvalorização do salário do motorista escolar, pois eles devem ser valorizados profissionalmente… e ainda há questão da dificuldade no transporte devido às péssima condição de estradas e rodovias.
? Foram muitas as vezes que perdemos aulas ficando na estrada.
? O ônibus e muito cheio , velho e quase sempre esta com defeito.
? O transporte escolar público está muito precário… é preciso muitas melhorias nessa área, principalmente na área de conservação dos ônibus e estradas e a prevenção de acidentes.
? Já faltei muito na aula por falta do transporte, por causa do atraso do governo em relação ao pagamento dos motoristas.
? A rodovia é o pior problema, pois, estando ruim, acaba danificando o transporte e colocando os alunos em risco.
? Infelizmente este e o nosso amargo contexto educacional.
Os dados a seguir foram à partir das respostas dos questionários, organizados em tabelas e construídos os gráficos das frequências relativas calculadas.
A questão que mais chamou a atenção ao refletir sobre os resultados foi em relação ao uso do Cinto de Segurança. Dos pesquisados, 58% afirmaram que o meio de transporte escolar que usam possui cinto de segurança. O já seria preocupante, visto que, este é um equipamento exigido por lei e de importância fundamental.
Se a pesquisa indicar que 42% já dá indícios de que esta faltando segurança para quem usa o transporte escolar houve um dado que mostra que esta situação pode ser ainda pior. Quando foi perguntado se os responsáveis pelo transporte exigiam o uso do cinto, 75% dos estudantes responderam que não.
Comparando as respostas das duas perguntas fica claro que é praticamente inexistente o uso do cinto de segurança por parte dos usuários do transporte escolar do município de Iporá. E isso dá indícios de outro ponto grave, pois parece não haver fiscalização por parte do poder público.
A seguir os gráficos que mostram a realidade do uso do cinto de segurança.
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Conforme gráfico a seguir, a opinião da maioria em relação ao ao estado de conservaçao do meio de transporte usado, 31% o consideram ruim ou péssimo, 38% consideram regular e apenas 12% avaliam como sendo bom.
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A principal reinvindicação tanto de alunos como dos motoristas e cooperativas foi em relação ao estado de conservação das estradas é é considerado muito ruim. E isso reflete no estado de conservação dos veículos.
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A maioria dos alunos consideram válidas as reinvidicações salariais dos motoristas. Concordam que é uma profissão de muita responsabilidade e pouco valorizada em termos salariais.
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O que diz as cooperativas
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Sr. Célio Galvão presidente da COOPERTRANS ( Cooperativa de Transporte Escolar) fala como é realizado o trabalho do transporte escolar no município de Iporá e região.
Hoje são 21 cooperados e que estão tendo muita dificuldade na troca de seus veículos, devido à falta de confiança dos bancos por ser uma cooperativa. E outro fato que deve ser ressaltado são as condições das estradas. Não é vantajoso colocar um veiculo novo para rodar nas estradas em más condições.
Os cooperados pedem auxilio ao governo estadual para que venha de alguma forma ajudá-los a realizar um trabalho com seriedade.
Pedem também que ou município que realize a manutenção e conservação das vias pra melhor a execução de trabalho que é tão importante para a população local.
Quando questionado em relação ao fato ocorrido nos mês de janeiro em que no 1º dia de aula em que os estudantes tiveram que usar recursos próprios de transporte ou faltar às aulas porque não havia transporte escolar, a resposta dada foi:
O transporte não atuou naquele dia porque os cooperados ficaram sem receber por 6 meses e conseqüência disso foi atraso de pagamento aos postos de combustíveis. E devido o atraso os postos não liberaram o combustível e não foi possível fazer o transporte. Faltou pagamento do governo para os cooperados e dos cooperados aos postos de combustíveis.
Esse fato ocorrido não foi esclarecido e os cooperados, pedem mais compreensão da população.
Em relação às condições dos veículos aos veículos a informação dada é de que estão todos vistoriados pelo DETRAN.
A vistoria é feita de 6 em 6 meses e todos tem que ter o equipamentos de segurança necessário como por exemplo, cinto de segurança, as janelas só podem ter uma abertura de 10 cm e o mas importante todos o motoristas tem o curso de transporte de pessoas.
E essas são as exigências do governo para que se possa realizar o transporte com segurança e garantira ir e vinda desses estudantes que são o futuro do nosso país a escola.
Direitos que não são respeitados!
A Constituição Federal diz que “cabe a cada ente federado garantir o transporte dos alunos da sua rede de ensino”. No entanto, em muitos municípios brasileiros recai sobre o município a responsabilidade do transporte dos alunos da rede estadual de ensino.
Para realizar o transporte dos alunos, o município tem o direito de receber, mediante convênio, recursos do Estado referentes a cada aluno da rede estadual transportado. Entretanto, nessa relação existem conflitos no que diz respeito ao valor do repasse. Enquanto municípios afirmam gastarem mais do que o valor repassado, os Estados questionam os valores dos gastos colocados pelos municípios. E em meio a tantas brigas quem perde são alunos das zonas rurais.
O que poucos sabem, e lamentavelmente muitos usuários também desconhecem, é que dentro de uma unidade de transporte escolar o ambiente também deve ser pedagógico e há a necessidade de uma tripulação que não se resuma a um motorista.
A equipe de trabalho deve compor, também, de pelo menos um auxiliar para a administração de situações específicas do contexto de um ônibus ou VAN cheio de estudantes. E esse outro membro da tripulação também deve estar preparado para situações de estresse ou pânico, infelizmente comuns no dia-a-dia daqueles que se deslocam quilômetros até seus locais de estudo diariamente.
Infelizmente os direitos não são respeitados e o que acontece de fato é que os veículos utilizados no transporte escolar brasileiro são, em muitos casos, carros velhos, cuja manutenção precária expõe os usuários a risco constante de vida e integridade. Em localidades do interior do Brasil, como aqui no município de Iporá, a precariedade é tanta que o número de horas-aula a que o estudante tem o direito em vários casos chega a ser comprometido por conta das constantes quebras, falhas e acidentes envolvendo o transporte escolar.
Conclusão
O dia-a-dia perigoso de centenas de estudantes em Iporá que tem que se deslocar de suas casas, sair bem cedo para fazer uma educação comprometida com os desafios deste País muitas vezes fica, literalmente, pelo meio do caminho, em atoleiros, em acidentes e em falhas mecânicas. Transporte escolar deve ser mais um instrumento de garantia de uma educação de qualidade e efetiva.
Através da pesquisa esperamos estar contribuindo e conscientizando a comunidade e governantes sobre a importância da melhoria da qualidade de vida dos alunos matriculados nas escolas do Brasil, do Estado de Goiás e no caso especificamente no município de Iporá.
E que os alunos e pais despertem para a cobrança devida dos direitos que são garantidos por lei.
E que seja oferecido aos alunos um transporte que permita conforto e segurança para os alunos no trajeto de suas residências a instituição escolar e retorno, possibilitando assim o acesso ao ensino de qualidade. E consequentemente crescimento no índice de qualidade da educação do nosso país.
Bibliografia
In: http://www.brasilescola.com/educacao/transporte-escolar-1.htm, acessado em 01 de mar. 2013.
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