Um fato vergonhoso e inédito está ocorrendo em Arenópolis. O prefeito Antônio Paião de Campos (Antônio Dentista), do DEM, está anunciando que vai paralisar com todos os serviços públicos oferecidos pela Prefeitura. O motivo é que falta orçamento. Há o recurso financeiro, mas falta orçamento. A Lei Orçamentária Anual estourou seu limite. É preciso que urgentemente seja aprovada uma suplementação orçamentária, cujo projeto de lei neste sentido se encontra protocolado na Câmara de Arenópolis desde o início do mês de dezembro.
O prefeito Antônio Dentista avalia que “por maldade o presidente da Câmara não coloca o Projeto em votação”. Essa apreciação era para ter começado a acontecer na tarde desta segunda-feira, 17, mas não ocorreu. Em sessão às 15 horas, compareceu à Câmara, localizada na Praça Ignácio de Melo, muitas pessoas, boa parte delas eram servidores públicos que esperam pelo pagamento de salários, o qual depende da suplementação pedida pelo prefeito.
Presidente da Câmara impediu a imprensa de assistir a sessão
De Iporá, se deslocaram para Arenópolis o Jornal Oeste Goiano e a Rádio Educativa. Os dois meios de comunicação foram acompanhar o desenrolar de uma sessão que seria decisiva para a questão que aflige os arenopolinos. Mas para a surpresa de todos, acuado em seu posto de presidente, Neilson Gonçalves de Almeida, impediu a entrada da imprensa no recinto de sessões, que fica no pavimento superior do prédio. Por meio de um policial, que postou-se no começo da escada de acesso ao local, foi dado o recado de que somente vinte pessoas presentes poderiam subir para assistir a sessão e que a imprensa estava impedida de presenciar os trabalhos.
O fato constituiu numa grave afronta à liberdade de imprensa. Além disso, ele restringiu a participação popular, pois em um local onde seria possível a presença de 100 pessoas, ele determinou que só vinte poderiam adentrar. Neilson Gonçalves não quis falar com a imprensa antes da sessão. Por meio de uma secretária disse que daria entrevista após a reunião. Mas findo os trabalhos, preferiu participar de uma conversa com outra pessoa. Ele também não atendeu às várias chamadas que fizemos ao seu celular.
Neilson diz que uma comissão vai ter 15 dias para analisar o Projeto de Lei
Numa demonstração de pouca vontade em destravar as amarras administrativas de Arenópolis, o presidente da Câmara Municipal, Neilson Gonçalves, diz que uma comissão será formada para analisar o Projeto de Lei. Ele lembrou aos que tiveram a oportunidade de falar com ele que essa comissão tem um prazo de 15 dias para fazer o estudo da questão. Do lado de fora do prédio da Câmara funcionários gritavam: “queremos receber”, “desce, desce”,, além de outras palavras impublicáveis. Via-se um público preocupado com os desdobramentos que essa atitude pode acarretar para a cidade nos próximos dias.
Dinheiro está em conta, falta só a Lei de Suplementação, diz prefeito
A lida pública em Arenópolis passa por uma dificuldade que não tem nada a ver com falta de dinheiro. O que ocorre é só a falta da suplementação de 30% que é pretendida pelo prefeito, com a qual a área de contabilidade abre espaço para os empenhos de despesas. Aliás, já existem neste mês de dezembro várias despesas feitas, inclusive, com fornecedores e que precisam ser quitadas. Antônio Paião diz que sua administração foi perseguida por um grupo de vereadores liderados pelo presidente e que deixam de aprovar coisas simples e que viabilizariam o andamento do trabalho administrativo. Paião diz que esse é só um dos fatos lamentáveis liderados por Neilson Gonçalves.
Sem poder pagar contas, o prefeito toma providências para fechar até o Hospital Municipal da cidade. Ele diz que vai colocar comunicados em cada local onde há a prestação de algum serviço, informando sobre as causas da paralisação.
Quanto ao presidente da Câmara, Neilson Gonçalves, continua aberto a ele o espaço para que justifique seus atos.