Quando você empresário, vai a um médico realizar uma consulta, você fala o que está sentindo. Ou seja, você
UMA ANALOGIA
Quando você empresário, vai a um médico realizar uma consulta, você fala o que está sentindo. Ou seja, você relata ou demonstra o sintoma aparente do seu problema para o profissional (Médico). O mesmo acontece com o serviço prestado por um consultor, você também relata ou demonstra o sintoma aparente do problema da sua empresa para o profissional (Consultor) esta é a etapa do levantamento de informações citado no início desse artigo.
Na medicina, algumas vezes a causa do problema aparente é facilmente identificável pelos sintomas apresentados, em outras situações são necessários exames complementares mais específicos, como raios-X, ultra-sonografia, exame de sangue, etc. Na consultoria também a situação é semelhante, algumas vezes a causa do problema é facilmente percebida, em outras situações também são necessárias ações complementares para a correta identificação, como por exemplo, entrevistas com pessoas chave, análise de processos, análise de números, pesquisa de mercado, entre outros.
Diagnosticada a causa do problema o médico parte para o tratamento adequado, que pode variar caso a caso. O tratamento pode ser feito através do uso de medicamentos específicos durante prazo determinado ou medicamentos para uso contínuo, pode requerer sessões de fisioterapia ou até mesmo uma intervenção cirúrgica. Ao compararmos com a consultoria, a analogia é pertinente, observemos: o tratamento para resolver determinados problemas nas empresas pode ser feito através de remédios, que usados da maneira recomendada proporcionarão os efeitos almejados. O problema também pode ser tratado com treinamento e orientação adequada e, em algumas ocasiões, há necessidade de intervenções mais profundas nos processos, no foco ou na própria estrutura da empresa.
Assim como na medicina, a relação consultor X cliente exige muita confiança e responsabilidade. Sendo assim, para que o paciente tenha confiança em um médico é necessário que o profissional esteja habilitado tecnicamente para resolver o problema, ou seja, possua a instrução e a experiência necessária para executar o trabalho, por outro lado, o médico deve ter confiança na capacidade do paciente em seguir corretamente o tratamento. Imagine o que pode acontecer a um paciente ao qual o médico tenha receitado um determinado remédio para ser ingerido três vezes ao dia, caso o paciente não siga corretamente a prescrição (não tome o remédio ou, tentando acelerar o processo, aumente a dosagem); certamente não se pode esperar um resultado positivo no tratamento. O mesmo acontece com a consultoria empresarial, onde a confiança e responsabilidade mútua são fundamentais para o sucesso do projeto desenvolvido.
Existe entretanto uma questão na qual a analogia entre o serviço de um médico e o de um consultor retrata uma significativa diferença: a percepção da necessidade por parte do cliente. Os sintomas relativos ao cliente (paciente) de um médico geralmente vêm acompanhados de dor, ou de desconforto físico constante, pois tais clientes são pessoas físicas, de carne e osso, com toda a sensibilidade que a natureza humana permite. Já os sintomas relativos aos clientes de um consultor (empresa), ou seja, de uma pessoa jurídica, não vêm acompanhados do forte estímulo da dor, fazendo com que, muitas vezes, o cliente não perceba o grave problema que enfrenta. Outras vezes o cliente, pessoa jurídica, até percebe que está convivendo com problemas para os quais não encontra solução eficaz, mas, por uma falsa sensação de economia, prefere a automedicação, acreditando que está poupando o dinheiro da consulta. Ocorre que, geralmente nesses casos, as verdadeiras causas dos problemas não são atacadas e, a exemplo do que acontece na medicina o problema tende a se agravar, dificultando cada vez mais a sua cura.
Creio que questões culturais, paradigmas fortemente arraigados, influenciam sensivelmente na contratação ou não de serviços de consultoria, afinal, uma parcela significativa do empresariado ainda dedica a maior parte de seu tempo para ações operacionais, para apagar incêndios do dia-a-dia, deixando ações estratégicas, que garantirão a efetiva competitividade futura da empresa, em segundo plano.
Assim como o cuidado com a saúde de uma pessoa física (o mais rápido possível, com a técnica certa e o tratamento adequado) o cuidado com a saúde de uma pessoa jurídica é uma questão de vida ou morte. O detalhe é que pessoas jurídicas normalmente são o meio de vida de várias pessoas físicas, que são fatalmente afetadas pela falta de acompanhamento da saúde da empresa pelo empresário.
Para finalizar este artigo, gostaria de fazer uma afirmação que, espero, ajude-o a adotar um novo paradigma ao analisar o trabalho de um consultor: O consultor não é o dono da verdade, isto mesmo! Ninguém conhece, ou ao menos, ninguém deveria conhecer melhor o seu negócio do que você, certo? Quem atende os clientes todos os dias e conhece as suas expectativas? Quem conhece a fundo as manhas do negócio? Quem conhece bem os funcionários da sua empresa? O Consultor só poderá ajudá-lo se houver uma troca, uma forte interação e sinergia entre ambos. E não esqueça, toda e qualquer mudança necessária à organização deve ser um compromisso seu, não do consultor, afinal, ao terminar o trabalho o consultor irá embora e você terá o papel decisivo para consolidar as melhorias conquistadas.
Professora Andrea Carvalho
Graduada em Administração de Empresas pela Universidade São Francisco de São Paulo, e pós-graduada em Marketing e Gerenciamento Empresarial e Financeiro. Atuou como professora universitária no curso de Administração de Empresas. Viveu, estudou e trabalhou durante cinco anos entre a Europa e Estados Unidos, onde também atuou na docência universitária, excelência em atendimento ao público, desenvolvimento de mercado e gerenciamento de pessoas. Atualmente atua em Iporá e região como consultora empresarial, com foco principalmente em capacitação.