Aconteceu nesta segunda-feira, 13, no salão São Paulo da Cruz, a abertura da Pastoral da Sobriedade em Iporá.
Aconteceu nesta segunda-feira, 13, no salão São Paulo da Cruz, a abertura da Pastoral da Sobriedade em Iporá.
Estiveram presentes, o Pároco José Roberto; Valdion Marques; Walter Queiroz; Major Carlos Galdim; os vereadores Valdeci Lima, Duílio Siqueira e Didi Coutinho; o Prefeito de Iporá José Antônio da Silva Sobrinho, Professor Yuri do IF Goiano, a comunidade e representantes da Diocese.
Entre agradecimentos, parabenizações, a sociedade se colocou a disposição da Pastoral da Sobriedade. Por exemplo, o Prefeito José Antônio além de parabenizar a Igreja Católica por ter abolido a bebida alcoólica em suas festas, disse que o poder público está regozijante por esta iniciativa oportuna na cidade de Iporá, manifestou apoio afirmando que tem sido parceiro destas instituições por meio de subvenções ofertadas a mesmas com o apoio dos vereadores.
Autoridades se colocaram a disposição da nova Pastoral
Walter Queiroz disse que fica muito feliz, pois estava faltando uma iniciativa neste sentido e que está disposto a somar.
Valdeci Lima disse que se sente orgulhoso por participar de uma igreja que faz um grande trabalho por meio de suas várias pastorais e instituições.
Major Galdino agradeceu e se colocou a disposição da Pastoral da Sobriedade a fim de prestar ajuda.
Compaixão: Palavra chave da Pastoral da Sobriedade
O palestrante Demerval Júnior, Membro consagrado leigo da Fraternidade Nossa Senhora do Bom Sucesso, da cidade de Trindade e que desenvolve trabalho de recuperação de famílias, fez uma reflexão sobre o questão da sobriedade, sobre as causas da dependência e o tratamento realizado pela Pastoral.
Demerval Júnior: Tal como na experiência religiosa a pessoa busca nas drogas transcender a realidade
Afirmou que pelo fato da droga ser algo prazeiroso, mas que cobra seu preço no devido tempo, a pessoa que se envolve com a mesma, busca outra vida, similarmente a busca religiosa, a pessoa busca transcender a sua realidade. No entanto, tão logo cesse esta possibilidade, a pessoa passar a se utilizar da droga apenas para suprir a necessidade do corpo de querer sempre mais.
A procura por este tipo de transcendência significa para o leigo Demerval Júnior que algo em sua vida não está bem, geralmente existem conflitos interpessoais, familiares que faz que a pessoa deseje outra vida e encontre na droga a maneira mais fácil de se obter esta outra vida ao invés de buscar enfrentar e transformar a sua realidade.
Desta forma, o cerne da Pastoral está ancorada na Parábola do Bom Samaritano e que para curar o dependente é necessário compaixão. Pois a compaixão evita o olhar acusador e foca no que é relevante, a saber, que o dependente precisa de ajuda.
Demerval distingue compaixão de ter dó. Para Demerval Júnior, compaixão não é a mesma coisa que ter dó, pois mais do que se compadecer é necessário fazer o que deve ser feito. E cita exemplos da parábola do semeador, por exemplo, lançar vinho sobre as feridas e colocar alguém que está com os ossos quebrados sobre um cavalo não é algo fácil, mas para o homem que presta socorro na parábola foi algo necessário.
Logo, o trabalho da Pastoral por buscar as motivações que levaram a pessoa a usar e a se tornar dependente, interfere juntamente com o próprio dependente, em suas relações pessoais, familiares e de trabalho, buscando curar o problema em suas raízes.
A Pastoral da Sobriedade possui 5 frentes. No âmbito da prevenção, que é feita junto aos aglomerados, ou seja, escolas, igrejas, bairros e famílias, são apresentadas as causas da dependência e modos de se evitar. Na intervenção, busca trabalhar com aquelas pessoas que ainda fazem uso esporádico ou recreativo de drogas. A terceira frente busca a recuperação por meio de grupos. Segundo Demerval, nesta etapa poucos são aqueles que permanecem, mas existe uma grande consciência da dependência pelo grupo. A quarta frente, que consiste na internação, o dependente fica nove meses internado e retorna para as atividades em grupo e para uma reinserção social.
A quinta frente denominada articulação política, consiste na articulação da Pastoral para que a quatro fases anteriores aconteça, ou seja, trata-se da articulação da pastoral com outros órgãos da sociedade e com a própria comunidade. (João Batista da Silva Oliveira)