Veja as seis páginas de OPINIÃO, periódico onde gente da terra debate assuntos locais


TEXTOS
Editorial
É com imensa satisfação que escrevo esse segundo editorial de nosso Jornal Opinião, que com a colaboração de muitos estamos conseguindo que seja mensal.
Nessa edição temos muitas opiniões interessantes, tanto por parte de nossos articulistas como das pessoas entrevistadas nas ruas da cidade de Iporá, os assuntos tratados são sobre a importância da preservação e resgate das tradições culturais, um belo artigo escrito pela professora Mestre Paula Junqueira, a constituição e os direitos do cidadão, escrito pelo Geógrafo e graduando em Direito prof. Rafael R. Rodrigues, a importância da beleza e estética na vida das pessoas, escrito pelo Esteticista Honorato Ávila e sobre a importância dos meios de comunicação da cidade de Iporá, escrito por Cícero Augusto, famoso Jiboia.
Todos os artigos muito bons, esperamos que cada leitor possa desfrutar da leitura, compartilhar e divulgar; Aproveito para convidar a que colaborem conosco escrevendo artigos e nos enviando (marcio@rivair.com.br) para análise e posterior publicação.
Boa Leitura!!!
Marcio Rivair Guntijo
Editor
As Cavalarias em Iporá: patrimônio imaterial da cultura regional
As cavalgadas são conhecidas no Brasil desde o tempo dos tropeiros, durante o processo de ocupação do território no século XVII e XVIII. Essa atividade de características rurais permaneceu nos estados do país, sobretudo em áreas de pecuária extensiva e onde o uso do cavalo faz parte do cotidiano, com finalidades religiosas e de cumprimento de promessas. Dias e noites pelas trilhas rurais cavaleiros com suas traias e mantimentos saiam em comitiva para o destino almejado. O pouso, que se trata do lugar de parada para o descanso e para o alimento, é marcado pela fartura e pelo encontro de celebração, pedidos de proteção e agradecimento ao santo homenageado.
Em Goiás uma das Cavalgadas mais conhecida é a “Cavalgada de Pirinópolis” que acontece todos os anos em homenagem ao “Divino Espírito Santo”. Com o passar dos tempos outros elementos foram se incorporando às cavalgadas e elas se tornaram cada vez mais urbanas. Ao adquirir caráter folclórico-religioso e rural, tais como os almoços de partida da comitiva e devoção à determinada padroeira ou padroeiro da comunidade, as cavalgadas realizam o seu percurso e se avolumam ainda mais com a participação de simpatizantes citadinos.
Em Iporá, parentes, amigos, vizinhos e visitantes ingressam no desfile engrossando a população que levará às ruas da cidade a nostalgia do passado que conta a história da região. Referimos, então, às Cavalarias de Iporá como uma recriação cultural dos festejos populares cristãos, bem como da caminhada desbravadora do sertão pelos remotos tropeiros. É ainda um cenário vivo de um museu em movimento ao levar para as ruas os ornamentos da ruralidade como os carros de boi, os tratores e as carretas enfeitadas e antigos meios de produção do modo de ser camponês (rodas de fiar, cobertores de algodão, balaios, cabaças, entre outros). A isto denominamos de valorização do patrimônio cultural imaterial da história local e regional. De acordo com o IPHAN (2010) a UNESCO define que o patrimônio cultural imaterial são “práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhe são associados que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural” e as cavalgadas se enquadram no perfil desse patrimônio histórico-geográfico, em um movimento de manutenção e ou recriação da identidade camponesa na construção do lugar.
Nesse contexto, destaca-se a “Cavalaria Jacuba” de Iporá, motivadora da manifestação cultural das comunidades rurais locais na recriação dos festejos populares cristãos e na divulgação e no compartilhar da identidade rural camponesa junto à população iporaense e circunvizinhança. Outras comitivas também representaram suas comunidades, contudo a Cavalaria Jacuba é a olhos nítidos a comitiva que mais emociona e mobiliza os moradores da cidade.
O desfile das comitivas faz com que comércios de bebidas, lanchonetes, sorveterias se transformem em verdadeiros camarotes para aqueles que saem pelas ruas para prestigiar a organização do desfile. Em cada lugar que passa os olhos atentos da população demonstram a ansiedade e satisfação de ver e rever os elementos que fazem parte da história e da economia regional, em outras palavras, da cultura. Em Julho de 2010 foram nove carros de boi, guiados pelos majestosos animais.
Assim podemos dizer que três palavras contribuem na definição do movimento rural, ícone da identidade regional vivida no extremo oeste goiano: sonho, cultura e tradição.
Sonho, segundo o próprio idealizador da comitiva da Cavalaria Jacuba, por ser um projeto de satisfação pessoal do Sr. João Ferreira, pequeno produtor da Comunidade Jacuba. Este criou a comitiva em 2004, com a ajuda de alguns representantes da Associação dos Produtores Rurais da Jacuba, mobilizando cerca de 16 cavaleiros e amazonas para saírem nas ruas da cidade anunciando a importância da comunidade a qual representa na semana da exposição agropecuária. Esta representação do patrimônio imaterial hoje sai do campo e vai para o espaço urbano com mais de 250 integrantes, entre homens, mulheres e crianças, desfilando pelas ruas da cidade por cerca de quatro horas. A sua influência é tamanha que desde a sua criação outras comunidades engrossaram o desfile com mais de 20 novas comitivas, que chegam a aglomerar mais de 1200 participantes durante o desfile.
Cultura, pois dentre as incorporações de valores na construção da identidade das famílias envolvidas nos desfiles da Cavalaria Jacuba, a religião se destaca. Não raro iniciam as reuniões de planejamento dos desfiles com uma oração do “Pai Nosso” e uma “Ave Maria”. A situação se repete nos almoços em comemoração das vitórias da Comitiva em relação à outras. Percebemos nos depoimentos dos organizadores – Sr João Ferreira e Sr. Antônio Gonçalves- o quão importante é a presença divina no gozo do desfile. Muitas vezes a manifestação da fé aparece como força motriz dos indivíduos mais enraizados pela fé católica. “A impressão que fica é que a religiosidade popular é manifesta mais pelos encontros familiares, com suas orações e novenas, do que pelo acompanhamento dos rituais sacros da Igreja” (BASSANI, 2006, p.108).
Fazendo parte também da cultura do povo regional destaca-se o mutirão, tão presente na tradição dos espaços rurais, em especial dos pequenos produtores. Da arrecadação do dinheiro para organização do desfile, para confecção da camisa uniformizante da Cavalaria Jacuba e para o almoço de saída da comitiva, o trabalho é feito de maneira coletiva entre os organizadores. O mutirão é característica das comunidades rurais que reúne pessoas com os objetivos comuns para execução com êxito de alguma tarefa.
Tradição, pois o desfile reúne centenas de cavaleiros e amazonas, carros de boi, carros de bode; carroças de boi, tratores pelas principais ruas e avenidas de Iporá expondo às diferentes gerações a memória dos modos de vida e dos meios de produção que outrora fizeram a história econômica da região. Patrimônio imaterial, pois a memória dos meios tradicionais de produção sai do campo e vão para o espaço urbano com o intuito de valorizar a cultura rural do povo iporaense e região.
A criatividade também é marca registrada na comitiva da Cavalaria Jacuba. O mini trator se transforma no trio elétrico para crianças, misturando assim o rústico com a modernidade. Remodelado para o desfile o pequeno trator roda pela cidade, acoplado com caixas de som e músicas que embalam o itinerário. O carro de boi, tão utilizado em tempos remotos como meio de transporte nas sertanias goianas, serve de inspiração para o aparecimento do carro de bode, atrativo primeiro da comitiva. Tratores e carretas juntos e ornamentados com frutos e folhagens de palmeiras de babaçu, de bananeiras e de guarirobas se transformam em espaços que mais lembram ranchos que outrora compunham a arquitetura das casas do campo. Em uma dessas carretas mulheres com suas antigas rodas de fiar vão, durante todo o trajeto do desfile, trabalhando artesanalmente o fio: do descaroçamento, do novelo de algodão e da produção do cobertor em um trabalho coletivo que retrata a sociabilidade do trabalho das tecelãs das históricas fabriquetas campesinas
Contudo, este movimento que já adquiriu proporções além do território de Iporá, recebendo convites de prefeituras do entorno para desfilar em suas cidades (Jaupaci, Arenópolis, Piranhas, Amorinópolis, Israelândia) e reforçar a identidade regional, enfrenta alguns obstáculos em virtude de seu próprio crescimento. Por não haver em Iporá (nem tão pouco nos municípios citados) Secretarias de Cultura, Conselho Municipal de Cultura e um Fundo Municipal de Cultura, eventos como esse, que exaltam o município no contexto estadual não recebem algum tipo de incentivo financeiro para manterem o desfile nas ruas. Apesar do comércio de bebidas e alimentação lucrarem com os consumidores, que fazem desses lugares camarotes vips, também nada repassam para os organizadores do desfile. O Sindicato Rural de Iporá, responsável pela organização da EXPOIPO, também não contribui efetivamente com o desfile. E a segurança pública, municipal e estadual, demonstra despreparada para manter a ordem e integridade dos participantes e expectadores do desfile. Não raro, por não haver barreiras de proteção separando comitivas e população, expectadores passam por entre os cavalos e carros ameaçando a integridade física das pessoas.
Estes fatos aqui sistematizados nos revelam que as cavalarias em Iporá se constituem num mosaico de territorialidades. A valoração da cultura popular é um caminho para um olhar aprofundado à origem da sociedade a qual fazemos parte. Sustentar as tradições através de mecanismos como o movimento das Cavalarias, em destaque a Jacuba, é criar condições para que gerações futuras compreendam as bases históricas de suas vidas.
Paula Junqueira da Silva Rezende (Mestre em Geografia, professora UEG)
Referências:
BASSANI, Paulo. Trabalhadores rurais: resitência e descoberta. Londrina: Eduel, 2006. 222p.
INSTITUTO do Patrimônio Histórico nacional. Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Disponível em < HTTP://portal.iphan.gov.br>. Acesso em 13 out.2010.
Estética e Cosmética
Iporá no término do ano de 2011, ganhou vários profissionais graduados em Estética e Cosmética, importantes profissionais que cuidam da saúde e beleza de seus clientes, como foi dito na formatura, o ser humano precisar se sentir bem, com seu corpo, sua beleza, isso faz parte da saúde como um todo.
Se você ainda não conhece o que esse profissional é capaz de fazer, procure um deles e comprovará que o avanço nessa área em Iporá e região têm muito a oferecer.
A estética no Brasil vem melhorando e Iporá tem acompanhado estas novas tecnologias, os novos avanços, graças ao empenho e trabalho desses profissionais; Terminaram o curso de Estética e Cosmética vinte e cinco alunos, destes, doze estão na cidade de Iporá trabalhando na profissão, alguns são: Cabeleireiros: Rafael, Cleber, Thiago, Maurício, Miltinho, Cezinha, além de outros.
Existem três gerações de profissionais: Barbearia, Cabeleireiro e Tecnólogo em Estética e Cosmética, tenho a honra de ter participado de todas elas, assim como outros profissionais. Cada uma com seus serviços: Barbeiro: Barba e cabelo, Cabeleireiro: Barba, cabelo, química em geral, Tecnólogo em Estética e Cosmética: Tudo o que faz o barbeiro e o cabeleireiro e mais massagens, manicure, podologia, estética e outros.
Alguns alunos tem se destacado fora do município e até do país, José Henrique, hoje considerado um profissional de elite, reside em Iporá, proprietário do Centro de Beleza (Lekipe), buscou conhecimentos com Wesley (Goiânia).
Quem ama, ensina, educa, perdoa, um sonho realizado até aqui para todos nós que nos formamos, outros sonhos a serem realizados.
Parabenizo o companheiro Cleber que se destacou em 2011, parabéns!
Aproveito, junto com minha esposa Beatriz e filhos e os profissionais do Grand Honorato cabelo e Cia para desejar um feliz 2012 a todos e parabéns aos formandos em Estética e Cosmética.
Entrar em uma história é bom, fazer a sua própria história é um sonho. Obrigado meu Deus por este sonho.
Honorato Gomes de Ávila – Proprietário do Grand Honorato Cabelo e Cia
Graduado em Estética e Cosmética
Meios de comunicação de Iporá
Como cidadão morador de Iporá, quero aqui exaltar o trabalho que a nossa imprensa vem desenvolvendo, cumprindo com brilhantismo importante papel no dia a dia de Iporá. Não faz muito tempo que Iporá contava com um restrito número de veículos de comunicação, apenas uma emissora de rádio, mas de uma hora para outra o segmento da comunicação cresceu. Hoje Iporá dispõe de um bom número de emissoras de rádio e jornais impressos, como também fazendo parte imprescindível no setor da informação os sites e blogs, aliás, as redes sociais são hoje um meio de comunicação e informação com alto poder de persuasão e penetração ao alcance do povo. Graças a este crescimento no numero de veículos de comunicação, Iporá pode contar hoje com uma variedade de notícias atualizadas e diversificadas, colocando todos nós em sintonia com a informação. Informações com os principais acontecimentos; na política, esporte, cultura, polícia e outras. Não há duvidas que a nossa imprensa vem-se tornando uma poderosa e preciosa ferramenta para o bom andamento de todos os seguimentos da nossa sociedade, porque apoia, fiscaliza, denuncia, divulga, cobra atitudes e forma opiniões. Enfim, vem sendo o nosso principal mecanismo de ressonância nas mais diversas situações. Não há duvida que atualmente Iporá, talvez seja a maior cidade da região oeste do estado em veículos de comunicação, isto para nós é motivo de muito orgulho e privilegio. Por fim, meus parabéns à nossa imprensa que hoje se amplia e o povo já pode se fazer ouvir.
Cícero Augusto (Jiboia)
Qual sua opinião sobre os desfiles de cavalaria na cidade como manifestação cultural?
“Quem inventou isso foi muito bom para a cidade, porque nos dias de festa todo mundo empolgado passeia, brinca, desenvolve a mente dos jovens porque não está fazendo besteira, está participando e se desenvolvendo.” Osvaldo de Freitas – Lider Moto Taxi
“É bom, mas tinha que melhorar mais, tem muita bebida e não devia ter, tem que ser mais organizado para ser ainda melhor.” Elciele Gonçalves – Funcionária da Oi na Eletrosom
“Acho muito importante o desfile de cavalarias, é uma cultura que tem muito a ver com a nossa região, acho muito importante essa manifestação.” Sinomar Tenório da Silva – Representante Comercial
“Eu acho muito legal esses desfile, porque movimenta a cidade e cria serviços, então acho muito bom!” Cassio F. de Araujo (Baiano do Espetinho)
“Eu acredito que os desfiles são importantes e interessantes e tende a melhorar cada vez mais a cada ano.” Vilmar Pereira Ribeiro – Morador de Diorama
“Eu acho muito bom, acho muito bonito, pra mim o desfile de cavalgada, pecuária e dos muladeiros que vai ter nesse mês de janeiro são das festas mais bonitas que têm na cidade de Iporá e de todo o Brasil, eu amo essas festas.” Sirleia Rodrigues Xavier – Func. Comigo
Qual sua opinião sobre a constituição e os direitos do cidadão?
“Os governos tem deixado bastante a desejar no atendimento aos direitos do cidadão, mas tem verba para os governos e não está sendo bem aplicado, se estivesse o cidadão estaria muito melhor atendido.” Valdir Braga Ferreira – Morador da Vila Ferreira
“Nós tivemos um avanço considerável na última constituição em termos de direitos, até então não existentes em Lei, para mim tem dois aspectos, um é garantir os direitos em Lei e outro garanti-los efetivamente, a primeira depende muito dos políticos e a segunda depende do cidadão, para fazer valer nossos direitos é preciso que a sociedade civil organizada reivindique e cobre, o simples fato de ter o direito garantido em Lei não significa que eles estejam sendo efetivamente respeitados, mas também não significa que alguém de boa vontade vá fazê-los cumprir, é preciso que o cidadão primeiro tome consciência de seus direitos e cobre incessantemente.” Maria Olinda Barreto – Prof. UEG
“A gente percebe que a constituição tem muita coisa boa escrita, mas não são respeitados na íntegra o direito do cidadão ou cidadã, uma vez que isso é histórico, o país parece que não consegue realizar aquilo que consta como direito de todos (saúde, educação, moradia, lazer), não respeita os direitos da criança, do adolescente e até mesmo do idoso, em grande parte o cidadão não é respeitado, os zeladores da constituição não estão fazendo cumprir o que está escrito.” Cesamar Manoel Martins – Drogaria Goias
Qual sua opinião sobre beleza e estética?
“Acredito que a beleza e estética é muito importante, é fundamental, hoje é muito valorizado a beleza externa, a beleza em primeiro lugar, o cuidado com o vestuário, com a pele bem cuidada, o cabelo bem feito, faz muita diferença em uma mulher.” Celia Bastos – Loja Contemple
“Hoje em dia estética é fundamental, principalmente para as mulheres, a mulher sem se preocupar com a beleza, com sua aparência, será criticada, por isso é fundamental.” Andriele Souza Oliveira – Vitaderm
“É importante para a mulher, a tecnologia evoluiu muito para deixar a mulher satisfeita com seu corpo.” Debora Dias Silva – Relojoaria Mundial
“Na verdade para mim que sou do tipo que gosta muito de estética, beleza, olho muito esse lado, hoje em dia isso julga muito na questão da avaliação da pessoa, no jeito de se vestir e de se cuidar, as pessoas olham esse lado primeiro, antes de conhecer o interior da gente, então principalmente nós mulheres gostamos mais desse lado de se cuidar, nós gostamos de impressionar mais as outras mulheres do que o próprio homem na verdade, nos preocupamos mais em impressionar as outras mulheres, a gente tem que estar melhor do que as outras, então a concorrência nossa são as mulheres e não para impressionar os homens, é algo legal, gostoso esse embelezamento de nossa parte e a gente acaba se divertindo também, nos arrumando e preocupando com nossa estética e beleza, se a gente não se preocupar acaba que as pessoas criticam e muitas mulheres deixam a desejar nessa questão, não se importam com a aparência, são desleixadas, mas a grande maioria hoje se cuidam e procuram estar melhor a cada dia.” Poliana Alves Fernandes – Foto Vieira
“Para mim a beleza é importante em vários aspectos, não é só aquela beleza da pessoa ser bonita mas ser bem cuidada, é importante no serviço, no dia-a-dia, o homem também têm que se cuidar e não só a mulher, até para sair e fazer compras, abrir conta em banco se não estiver bem vestido você é mal atendido, hoje é muito importante cuidar da beleza e estética.” Cristiane Pereira de Oliveira Costa – Kalahara Video Locadora
“Acho que a beleza e a estética é muito importante para a alto estima e para a gente ser bem sucedida na vida, tanto no trabalho como em qualquer lugar.” Dayse M. Rodrigues Cunha – Climed
Qual sua opinião sobre os meios de comunicação de Iporá?
“A tendência agora é de todos os meios de comunicação se voltarem para internet, eu creio que a cidade tem cumprido essa função, tem aparecido vários meios de comunicação na internet, é o que as pessoas têm mais usado, embora o rádio seja muito usado ainda, eu posso dizer que o rádio e os jornais por sua pouca circulação não tem contribuído tanto para a formação de cultura, mas a internet é um veículo bem interessante e com muito potencial e parte desse potencial já está sendo usado, mas ainda tem muito mais para se usar, na rádio também, embora não seja de alcance tão grande quanto à internet no sentido de formação de cultura, na rádio seria mais questão de entretenimento e de avisos rápidos, na verdade as notícias mesmo, tem sido veiculadas na internet, agora, um meio de comunicação que deveria ser extinto ou pelo menos rigidamente fiscalizado sãos os carros de propaganda, que não têm tido mais respeito nenhum pelo público e as lojas que em vez de comunicar estão fazendo poluição sonora, porque as lojas tem feito muito barulho.” Eneas Cesar Reichelt – Banco do Brasil
“Acho os meios de comunicação bons, só que tem uns que divulgam a mesma coisa todos os dias, acho que deveriam mudar essas reportagens e assuntos porque está muito repetitivo.” Luciene Farias – Dona de casa
“Acho que os serviços das rádios são bons, tratam dos assuntos com mais profundidade, agora os de internet não se aprofundam nos assuntos e não dão sequência, acontece algum fato e se precisar saber mais detalhes não encontra nos sites, nem nos jornais impressos, precisam de mais informações, as rádios são muito boas e dependendo do lugar pega super bem e com muitas informações mesmo.” Daniela Cristina Sousa Marques – Loja Tim celulares
“Pelo tamanho da cidade que é pequena, de poucos habitantes está bem suprida.” Batista Rossi – BR Tendas
“Para Iporá, que é uma cidade do interior é claro que tende a melhorar a cada dia mais, mas acho que está deixando muito a desejar, melhorar equipamentos, tecnologia avançada, basta ter investimento na área.” Claudia Cândida Gontijo dos Santos – O Boticário
“Acho que os meios de comunicação são bons mas pode melhorar, acho que falta maior distribuição dos jornais impressos e também muitas vezes não se consegue nem sintonizar nas rádios, os jornais impressos tem muita procura aqui na banca, as pessoas perguntam sobre jornais locais, revista sobre as atividades culturais e de diversão na cidade, que não sei nem onde encontra.” Luciene Furtado Peres – Revistaria Central
O Estado Constitucional e o Direito
Com o advento da Constituição de 1988, o Brasil entrou em uma outra esfera no que tange aos Direitos Fundamentais Sociais, tendo reforçados os princípios básicos concernentes ao status de Estado Democrático de Direito. Direitos e garantias fundamentais dos cidadãos foram viabilizados e fomentados, Ajustando-se a célebre frase do então Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulisses Guimarães que a denominou de “Constituição cidadã”.
Não obstante a dignidade e importância inequívoca de nossa Carta Magna de 1988, ainda perene e questionável se faz a ineficácia e efetividade de vários de seus dispositivos normatizados em nossa Lei fundamental, ressoando inoperante ao passar, sem a real efetividade e aplicabilidade sistêmica na vida dos cidadãos.
Direitos e garantias assegurados pelo legislador constituinte, que visam à existência digna (assistência social), à saúde, educação de qualidade, trabalho, à função social da propriedade e vários outros sem aplicação direta, colaboram para o enfraquecimento do Estado Democrático de Direito e evidenciam que o Estado não tem envidado esforços para cumprir o disposto na Constituição Federal, apesar de ser esse também o seu papel.
Conforme esclarece Martins, (Martins Neto, 2003, p, 174), é responsabilidade do Estado reconhecer e garantir a concreção dos direitos fundamentais, “É opinião comum a de que os direitos sociais consistem em prestações de coisas ou serviços exigíveis do Estado.”
Caracterizando com isso, a omissão material do estado na resolução de deficiências concernentes a aplicação de dispositivos constitucionais de direitos de créditos, que circulam no domínio obrigacional do estado para com seus cidadãos, desvelando a árida relação entre mecanismos estatais e cidadão, estabelecendo assim uma relação desarmônica entre sociedade e o poder público.
Para uma ampla análise da responsabilidade estatal na concretização dos direitos dos cidadãos, deve-se atentar para o princípio norteador fundamental que balizou o legislador constituinte, e principalmente quais os ideais sociais e diretrizes ideológicas direcionaram nossa Constituição. Tome-se como base o preâmbulo constitucional que prevê “… um estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais…”. Fica explícita a veia ideológica social que direcionou nossa Carta Magna, respaldada em fatos sociais que visam a relação harmônica e efetiva, entre normas constitucionais e sociedade.
O que motiva uma norma que tende a suprir desigualdades sociais é o preenchimento de lacunas pretéritas, entranhadas no seio social como mazelas interruptoras do desenvolvimento integral da democracia e da justiça. Minimizando ao extremo o progresso e o senso comum de um país justo e em harmonia com seu texto Constitucional.
O fortalecimento democrático por meio da observância da Constituição.
Ao se fazer uma relação entre democracia e a obrigação estatal de solucionar deficiências, oriundas da não observância integral dos princípios constitucionais que protegem a coletividade, depara-se com uma questão árida, a necessidade de se rever conceitos práticos de relevância inquestionável para a afirmação da responsabilidade estatal perante seus cidadãos.
O conceito de democracia se perfaz no instante em que o povo, cidadãos de um determinado Estado, colabora na criação de normas e regulamentos que viabilizem a vida harmônica em sociedade, criadas por meio de representantes escolhidos pelos próprios cidadãos, (Regime Político Brasileiro). Por esse prisma, pode-se entender que ao escolher seus representantes, o anseio majoritário social é ser representado da melhor forma possível. Assim seus representantes tem por obrigação política, moral e formal (estabelecida na Constituição), sanar seus anseios e viabilizar a concretização integral de seu texto magno, poder esse concedido pelo povo aos seus representantes para produzirem a Lei Fundamental, no intuito de fortalecer a democracia.
Através desse ponto podemos entender que o conceito fundamental de justiça social, e a razoável ideia de um estado democrático de direito, se firma pelo respeito e o cumprimento integral de nossa Lei Maior, instituída pela vontade do povo e concretizada pelas normas estabelecidas em decorrência das necessidades sociais.
Ao passo que algumas normas Constitucionais deixaram de ser uma mera exposição de conceitos perquiridos por nosso sistema político e passou a ter efeitos concretos na vida de nossa sociedade, tantos outros instituídos no mesmo texto de Lei (Constituição Federal de 1988) não produzem qualquer efeito, ou ao menos os efeitos esperados pelo cidadão, balizados pela chamada “Cláusula da Reserva do Possível”, manto protetor dos covardes e pusilânimes, que é frequentemente invocada, o estado escusa-se de suas obrigações perante a sociedade, argumentando que tais direitos e garantias devem ser providos dentro do que é razoável e esperado pelo estado, mas o que fica é pensar, será que é razoável nossos idosos e crianças precisarem de vagas em hospitais públicos, e não terem? Será que é razoável nossas crianças não terem escolas de qualidade, ou mesmo segurança para brincar na pracinha do bairro? Tais questionamentos se prolongariam ao infinito e estariam fadados a mediocridade, se o que buscamos não estivessem em nossa Lei Fundamental.
Almejando não somente o fortalecimento democrático do país, como também a observância integral das normas supralegais, levando a cabo todos os seus princípios e garantias inerentes à justiça social, diminuindo assim as lacunas da não observância da Constituição e resguardando direitos e garantias sociais que vislumbram uma sociedade mais justa e fraterna.
Rafael Resende Rodrigues