Esse é ano de eleições municipais, quando o eleitorado escolhe prefeitos e vereadores. Em vários municípios da região já afloram nomes evidentes para o pleito. Alguns definidos. Mas em Iporá há um quadro de indefinição quase geral. Exceto o nome da ex-vereadora Silda Lorena, já posto e consolidado internamente pelo Partido dos Trabalhadores. Além disso, pouco se tem de outras definições nas outras siglas. A indefinição do cenário é muito grande, principalmente, por causa de duas questões importantes ainda pendentes:
1ª. – Naçoitan Leite, líder do PSDB e pré-candidato com muito apelo entre camadas humildes da população, tem uma situação jurídica indefinida. Hoje tem os direitos políticos suspensos por causa de uma condenação que sofreu em última instância, com restritiva de direitos por dois anos. Ele conseguirá reverter isso junto ao Judiciário? Não se sabe. Isso tem tudo a ver com o rumo da eleição em Iporá.
2ª. O prefeito José Antônio não pretende ser candidato a reeleição, nem tem popularidade para isso e, ciente dessa limitação, não se candidatará. Mas o prefeito é certamente o cabo eleitoral mais forte da cidade. Tem crédito para avalizar com êxito uma candidatura que seja bem escolhida, principalmente, se ventilada pelo “novo”. A indefinição do prefeito quanto a sua preferência é um segundo fator que faz o quadro ficar confuso em Iporá quanto às eleições 2012.
Esses dois fatores acima citados faz Iporá ter um cenário que desafia conjecturas até dos mais iluminados. O que correrá? Quem serão os candidatos? Quem será bem sucedido? Muito difícil, portanto, dizer hoje sobre a sucessão municipal. Restam algumas observações possíveis. Sobre Naçoitan Leite, a de que, se por um lado o nome tem respaldo popular, falta um staff de correligionários políticos para ajudá-lo a fazer uma campanha ou colocá-la na rua. Vemos que não aglutina em torno dele a preferência de demais lideranças, a fim de haver alianças expressivas. Até íntimos companheiros da campanha passada dizem que não estarão mais com ele…
Sobre o PMDB é preciso dizer que a sigla está cansada aos olhos do eleitorado. O ex-prefeito Mac Mahoen é o nome mais forte, mas também com imagem desgastada de estar fazendo política em Iporá há quase 20 anos. (Seu primeiro mandato teve início em 1993). Outros nomes que o PMDB ensaiou parece não encantar. Aliás, foram vários nomes. Nenhum tem um brilho para motivar. Isso é o que verificamos nas conversas do dia-a-dia. Geraldo do Cartório é o que o PMDB tem de novo. Filiou recentemente pelas mãos de Vanderlan Cardoso. Encanta? É esperar pra ver… Pelo menos, é boa pessoa. O PMDB tem um certo eleitorado cativo na cidade. Mas não tem o hábito freqüente de fazer aliança onde aceite ocupar a condição de candidatura a vice. Se assim fizesse, neste ano, poderia formar boa chapa, abrindo mão de ser protagonista, para atuar como co-adjuvante.
Resta saber se terá humildade para tanto. A força de José Antônio como cabo eleitoral somada com a sabedoria de escolher bem um prefeituriável aliado, poderia criar uma frente com chapa muito competitiva. Isso ocorrerá? Não sabemos. Muitos do PMDB vão querer acreditar que ganhariam estando na cabeça da chapa, mas isso é tarefa difícil. Talvez eles não tenham humildade para entender isso. Lindomar Lopes, o vice-prefeito, esteve na titularidade do cargo e pairou sobre muitos a idéia de que ele poderia ser um ponto de união de vários partidos. Seu PSD (que converge para Marconi mas se encontra com o PMDB em propósitos federais) pode ser o denominador comum… Mas será que o PMDB aceita? Quem sabe prefiram perder estando na cabeça da chapa do que ganhar como figurante segundário? Os políticos tem dessas teimosias de, às vezes, achar que é melhor ir sozinho…
Outros nomes já foram citados pela imprensa ou em rodas de bate-papos como pré-candidatos a prefeito. Deixamos de citar os nomes destes. São Vários. Mas o certo é que ninguém encanta verdadeiramente. Teriam que conquistar popularidade. Isso se conquista com uma bela história de vida! Ou então uma simpatia pessoal capaz de fazer gravitar em torno de si outras lideranças. Talvez agora seja tarde demais para passar a ter atributos que faça o pré-candidato, de repente, ser competitivo. Nem mesmo a candidata mais definida para o pleito de 2012 encanta. Silda Lorena, a prefeituriável do PT, não vive o melhor momento de sua carreira política. Vai ter muita dificuldade para juntar ao redor dela alianças. É o que verificamos no contato com líderes partidários. Alguns pequenos partidos discutem, juntos, estratégias em comum. Isso é bom. Mas precisam estar inspirados para escolher um nome que agregue forças. A tarefa de boa escolha não é fácil.
Com José Antônio calado e indeciso sobre sua preferência, com Naçoitan sob júdice e outros nomes postos, mas sem brilho, fica difícil prever o que vai acontecer em Iporá nas eleições de 2012. Melhor esperar. Voltaremos a este assunto. (Valdeci Marques)
