Desde seis meses atrás o biólogo Jefferson Eduardo e Dhego Ramon, que é professor e coordenador de curso de Gestão Ambiental na Faculdade de Iporá (FAI) e juntamente também com o aluno Jonatans Oliveira, estão realizando uma pesquisa científica sobre a fauna atropelada em rodovia. De 15 em 15 dias os pesquisadores percorrem o trecho de Iporá a Piranhas (GO-060) registrando os animais que são encontrados atropelados na rodovia, como exemplo: mamíferos, répteis, aves, etc.
É preocupante a quantidade de animais atropelados, ressalta o professor Dhego Ramon. No último domingo, dia 31/08, os pesquisadores tiveram um encontro inesperado, quando encontraram um Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) atropelado próximo a cidade de Arenópolis-GO, ocorrência comum, mas não esperavam que a fêmea de Tamanduá, teria sido atropelada junto com o filhote, que foi encontrado próximo ao acostamento da rodovia. Após uma análise das condições físicas e biológicas, optaram por resgatá-lo. Na ausência de um centro de zoonoses o animal foi entregue aos bombeiros de Iporá que encaminharam para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAs) do IBAMA em Goiânia.
O biólogo explica que a vegetação do Cerrado, cada vez mais fragmentada e degradada por conta principalmente da ocupação de novas áreas para o aumento da agropecuária, leva à necessidade de infraestrutura, com a abertura de novas estradas e maior circulação de veículos, aumentando o risco de atropelamento da fauna silvestre, destacadamente os vertebrados.
Estudo demostram que atropelamento de animais é um problema pouco ressaltado entre as questões que envolvem a ameaça das espécies da fauna brasileira. Com o constante aumento da linha viária e do fluxo de veículos no país este é um impacto que deve ser considerado pois acarreta em sérios impactos à fauna de vertebrados em processos de deslocamento para superar rodovias, como barreira artificial, elevando o índice de mortalidade.
Por fim, este estudo coordenado pelo curso de Gestão Ambiental do Centro de Ensino Superior de Iporá, FAI, será concluído em dezembro deste ano e os resultados serão publicados em revistas científica e disponíveis para toda sociedade e autoridades que trabalham com conservação, planejamento e execução de obras de rodovias. Também aos órgãos ambientais competentes que tem em suas diretrizes a Gestão de Fauna Silvestre.