Mais do livro (o penúltimo capítulo) sobre a vida de personagem importante de nossa História. Outro capítulo do livro “Elpídio: Pensador Político de Iporá”. A Obra é de Ubirajara Galli e que foi patrocinada por Jaldo de Souza Santos, com incentivo de Elpídio Júnior e Davi de Souza Santos.
Fase de Goiânia
A família Souza Santos decidiu, em 1960, mudar-se para Goiânia. Essa decisão não foi fácil, pois toda a família estava intimamente ligada ao dia a dia de Iporá, nas áreas política, comercial, religiosa, saúde, educacional e social. O grande apego não era aos bens materiais, pois esses poderiam ser facilmente trocados ou transferidos por outros em qualquer localidade, mas sim pelo amor, afeto e carinho que todos dispensavam a Iporá e seu povo. Foram, afinal, muitos anos de intensa dedicação ao bem comum de Iporá, juntamente com outras ilustres famílias, que se dispôs a doar o que havia de melhor em suas vidas, para o engrandecimento dessa cidade.
Apesar dos difíceis embates políticos, que se faziam cotidianos, o que valia era o doce sabor de vivenciar o nascimento de uma próspera localidade.Definida a posição de mudança, Elpídio, que à época representava, também, o esteio financeiro de sua mãe, Dª Belinha, procurou saber da mesma quais eram suas pretensões de habitação em Goiânia. Ouviu de sua mãe que, gostaria de morar próxima aos filhos que já estavam em Goiânia, o que foi viabilizado com a compra de uma casa ao lado da residência da filha Aldenora. Elpídio providenciou o transporte da mudança de sua mãe.
Em uma primeira fase mudaram-se alguns irmãos e sua mãe Dª Belinha, que como sempre via em Elpídio um apoio à suas necessidades. Dª Belinha, mãe de Elpídio, tão logo se viu instalada em Goiânia escreveu ao filho dando notícias e solicitando sua presença para ajudá-la na organização da nova moradia, o que foi prontamente atendida, conforme descrito em carta seguinte:
Acervo da família
Já em Goiânia (GO), como membro professo, participou da comissão de construção da Igreja Presbiteriana de Vila Nova. Atuou ali como Diácono e tesoureiro. Em Goiânia (GO), ficou por um determinado período sem uma atividade específica, pois os negócios ainda estavam em Iporá (GO). Ele comentava que isso foi bom, pois desde os sete anos de idade até sua mudança para essa Capital, não sabia o que era ficar um dia sequer sem trabalhar.
O ímpeto empreendedor de Elpídio não demorou muito a cobrar-lhe ação. Associou-se ao seu filho David Álvaro, em um Escritório de Contabilidade, onde usando a autodidaxia aprendeu a função fiscal/contábil. Com os ganhos teve uma vida digna. Dentro de sua nova atuação profissional, tornou-se também um pregador do evangelho e conselheiro de muitos clientes com problemas familiares e financeiros.
A semente do evangelho frutificou na vida de Elpídio, e ele da mesma forma semeou no meio da família e amigos. A colheita pode ser confirmada no presente, quando agora em 2010, teremos dois netos tornando-se pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil, que são Alexandre
Santos Mannarino e David Álvaro Medeiros dos Santos Júnior. Elpídio certo dia chegou a sua casa radiante, e feliz por DEUS ter-lhe dado uma oportunidade de reconciliação. Anos atrás, ainda em Iporá (GO), ocorreu um atrito entre ele e o senhor Faria, titular de um Cartório Eleitoral. Esse senhor também se mudou para Goiânia (GO). Por algumas vezes se encontraram na Av. Araguaia, próximo ao Parque Mutirama, mas sempre ocorria um desvio de rumo entre ambos. Em um determinado dia, ao avistar o senhor Faria, Elpídio foi impulsionado a caminhar até a sua presença, e solicitar-lhe a gentileza de ouvi-lo. O senhor Faria calado escutou as ponderações de Elpídio, que logo em seguida disse :
– Se houve uma ofensa de minha parte, estou neste momento pedindo perdão.
Resultado, abraçaram e choraram juntos em plena via pública. Estava desfeito ali algo que perturbava o coração de ambos, e Elpídio sentiu-se leve e foi invadido por um momento de grande felicidade. Em função de sua qualificação moral, Elpídio foi convidado e se tornou membro ativo da Loja Maçônica Ordem e Progresso II, em Goiânia. Elpídio trabalhou na profissão contábil até o seu último dia de vida, quando chegou ao escritório às 07:30 horas, analisou alguns processos, dando o devido encaminhamento, e informou aos funcionários que iria a Concessionária CIAASA buscar seu carro, que já estava pronto depois de alguns dias em reparo. Chegando ao local, começou a passar mal, com dificuldades para respirar. O gerente, que era seu conhecido, perguntou se ele gostaria de ser levado ao hospital, o que respondeu:
– Hospital não, mas favor levar-me à farmácia de meu irmão Jaldo, na rua 68 esquina com rua 55.
O gerente prontamente tomou a direção do carro de Elpídio, e o levou até a Farmácia do Povo. Ao chegar a farmácia, constatou que o irmão Jaldo não estava, porém o farmacêutico Nilo julgou melhor levá-lo para um hospital, que ficava na mesma rua da farmácia. Novamente outro contratempo, não havia médico disponível no hospital. Nilo decidiu partir diretamente para o Hospital São Salvador, sendo que nesse instante Elpídio, ainda lúcido, praticamente não conseguia respirar. Chegando ao segundo hospital, ele foi atendido por um ótimo médico, Dr. Omar Carneiro, mas o tempo já tinha passado, e ele entrou em coma, falecendo por Oclusão coronária, Ateroesclerose coronária e Hipertensão arterial, exatamente às 10h30min do dia 09 de maio de 1983.
