A Secretaria Municipal de Promoção Social por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) realizou nesta quarta-feira, 24, das 14h30min às 17h00min, no auditório da Câmara Municipal de Iporá uma reunião com profissionais que trabalham com crianças e adolescentes e a proteção dos direitos destes.
A Secretaria Municipal de Promoção Social por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) realizou nesta quarta-feira, 24, das 14h30min às 17h00min, no auditório da Câmara Municipal de Iporá uma reunião com profissionais que trabalham com crianças e adolescentes e a proteção dos direitos destes.
A reunião teve como objetivo explanar informações acerca dos serviços prestados pelo CREAS, bem como, apresentar informações que indiquem em abuso sexual e estratégias de intervenção junto aos órgãos de proteção, tais como, CREAS, Polícia Civil e Ministério Público – frente à ocorrência de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A reunião foi conduzida pelo CREAS e pelo Delegado de Policia Vinicius Batista da Silva.
A reunião espera difundir a proposta de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes e potencializar ações imediatas quando o abuso sexual se configura e que, permitem uma redução dos prejuízos sociais e psicoemocionais das vitimas.
Sinais: Como a criança que sofre abusos sexuais se comporta?
Para Daisy Cléa quanto mais rápido denunciar menor será o sofrimento da criança ou do adolescente
A Psicóloga do CREAS Daisy Cléa em sua palestra disse que o abuso sexual acontece quando uma criança ou adolescente é usado para a gratificação de um adulto ou adolescente mais velho. E apesar de nem sempre haver sinais, apresentou vários sinais que em seu conjunto apontam para o abuso sexual.
Segundo Daisy a criança que sofre abuso sexual pode reagir em vários aspectos e entre indivíduos pode apresentar apatia ou agressividade; mudança repentina de comportamento; a diminuição e até ausência de vínculo com os pais; em crianças menores pode haver uma manifestação precoce da sexualidade, por exemplo, crianças apresentam conteúdo sexual na fala ou se masturbam; queda no rendimento escolar; ansiedade elevada; distúrbio do sono, tais como, dormir menos, pesadelos, enurese noturna; distúrbios de apetite; dificuldade na atenção e na memorização; tristeza e choro contínuo sem causas aparentes; infantilização e carência afetiva, neste caso a criança pode voltar a chupar o dedo; não freqüentar a escola por influência do pais uma vez que, estes poderão estar escondendo o que está acontecendo com a criança; falta às aulas; comportamento opositor; estado de alerta, a criança se assusta à toa; psicossomatização, ou seja, acometimento orgânico devido a questões emocionais derivadas do abuso e a prova conclusiva do abuso sexual, a saber, o baixo controle dos esfíncteres, isto quer dizer que a criança não controla muito bem a defecação.
Segundo Daisy Cléa ao contrário do que se acredita o agressor não se trata de um monstro como é comumente visto, mas trata-se de uma pessoa próxima que assume o papel de cuidador, de atencioso e presenteia a criança, estabelecendo uma relação de poder.
Para Daisy Cléa quanto mais rápido é a identificação do problema, mais rápido a recuperação e menor o sofrimento de crianças ou de adolescentes. Em relação à denúncia diz que não é necessário ter certeza para realizá-la e afirma que a denúncia é importante porque mantém controle sobre o abusador, pois este ao abusar sexualmente de uma criança haverá de fazê-lo sempre. O abusador não possui alto poder de controlar seus impulsos. Ele menospreza inclusive o risco de ser pego. Portanto, a tendência é que este continue a fazê-lo enquanto tiver a oportunidade.
Papel do CREAS
O CREAS de Iporá juntamente com o Ministério Público, Creches, Escolas, Polícia Civil, Conselho Tutelar e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente compõe a rede de proteção da criança e do adolescente e realiza acompanhamento da criança e do adolescente vítimas de abuso sexual, realizando um atendimento social (na casa da pessoa) e um atendimento psico-social (apoio e suporte à criança e à família da criança). Dentre as ações do CREAS foram citadas as ações de acompanhamento, campanhas e mobilização social.
O CREAS possui como objetivo fortalecer na família a função de protetora de seus membros, incluir a família na rede de proteção social e serviços públicos e romper com o ciclo de violência e violação de direitos no interior da mesma. Bem como, prevenir a reincidência de violação de direitos.
O Papel da Segurança Pública
Delegado de Policia Vinicius Batista da Silva: A repressão inibe novos casos de abuso sexual de crianças e adolescentes
O Delegado de Policia Vinicius Batista da Silva diferenciou entre atos de condição carnal e atos libidinosos e citou os mecanismos no âmbito da Segurança Pública. Dentre estes, citou o telefone 197 que recebe denúncias anônimas ou identificadas – ficando a critério de quem faz a denúncia – e encaminha os casos para a Delegacia de Polícia e a pessoa pode acompanhar o desenvolvimento do caso pela Internet.
Sobre a questão da publicação de histórias envolvendo abuso sexual disse que estes casos não são muito divulgados para que a criança não venha sofrer duas vezes. E, ademais, O Delegado vê a repressão como positiva uma vez que, inibe a ocorrência de casos de abuso sexual a crianças e adolescentes. (João Batista da Silva Oliveira)