Sempre defendi o voto distrital. Fiz sempre essa defesa pois sei que são os candidatos das capitais que, sempre, ao se dirigir ao interior, levam vantagem no processo eleitoral. Essa situação privilegiada tem a ver com o poder econômico com que esses candidatos chegam nas mais diversas regiões do Estado. E em consequência disto estes candidatos fortes economicamente e, muitas das vezes, também experientes na forma de fazer política, são os que são eleitos, quase sempre.
Dentro deste regime político aonde não se tem em vigor o voto distrital, os candidatos de regiões do estado, encontram muitas dificuldades no confronto com nomes tradicionais da política goiana. Todavia, há uma esperança, pois, o leitor possui a arma mais eficaz nessa guerra política, qual seja, a liberdade na escolha de um candidato que possa, na prática, representar o voto distrital. Não podemos perder a oportunidade de darmos o pontapé inicial para uma futura reforma política, já que os atuais representantes legislativos não têm o mínimo interesse em mudar a lógica existente, haja vista que estão se beneficiando da regra atual para se manter no poder.
Acredito que o quadro de corrupção atualmente existente na política tem a ver com a forma como se chega ao poder. É bom lembrar que aquele que nada tem a ver com a região, chega, muitas das vezes., comprando apoios. Recentemente, o programa Fantástico, da Rede Globo, evidenciou em uma de suas reportagens como se compra um mandato.
Esse voto distrital controlaria mais de perto o representante, fazendo com que a corrupção seja mais eficazmente punida, posto que o voto distrital gera um estreitamento entre o eleitor e seu representante. O que vemos hoje é um candidato ter um leque muito abrangente a pretender representar, sem que haja entre estes (eleitor e deputado) uma identidade.
Assim como vem ocorrendo a cada eleição para deputados, certamente no pleito deste ano, avançaremos um pouco mais na conscientização de eleitores propensos a preferir como seu representante aquele que tem a ver com a região.