Uma gestão pública é algo que precisa ser encarada com os pés no chão, sem planos mirabolantes e com ações que tenham em consideração, a todo momento, a realidade orçamentária em confronto com as necessidades dos governados, especialmente às demandas mais urgentes e mais imprescindíveis. Quem não atentar a isso não será bem sucedido ao administrar um município.
É muito comum vermos por esse Brasil afora, em gestões municipais, o atropelo de quem quer o impossível e, com isso, compromete logo até as condições financeiras para fazer aquilo que, impreterivelmente, não pode deixar de ser feito, como atenção à saúde básica, educação e serviços urbanos essenciais.
É muito comum, em ocasiões de campanhas eleitorais, vermos alguns candidatos a cargos executivos prometendo aquilo que não será possível realizar e chamando para si um papel de “salvador da pátria”. Mais do que compromissos, o que dizem passam a ser promessas. E são promessas feitas geralmente por uma ou duas razões. Ou por desconhecer a realidade orçamentária do Município e o que o Estado ou União podem oferecer. Ou, em um segundo caso, são promessas feitas de forma premeditadamente para enganar o eleitor menos informado sobre as capacidades financeiras das prefeituras. Esses candidatos, sabendo da impossibilidade de concretização, mas com o propósito midiático de obter bom resultado eleitoral, difundem as realizações mirabolantes que dizem que vão realizar.
Depois de empossado, surge diante de cada um dos gestores a dura realidade a ser enfrentada. Não há como negar. Nunca foi tempo de “salvador de pátria”. Não existem esses heróis. O que pode ser possível é o trabalho honesto e transparente, levando em conta a realidade financeira de uma Prefeitura.