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Número de queimadas aumentou muito nesse 2017

O Corpo de Bombeiros Militar da cidade de Iporá atendeu, apenas no mês de agosto, 15 ocorrências de incêndio florestal (reservas, pastagens, palhada, etc). No ano de 2017 já são 61 atendimentos. A quantidade de focos de incêndio, no entanto, é muito maior. Segundo o banco de dados de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, só no município de Iporá, no ano de 2017, foram registrados 34 focos de incêndio. Muitos não chegam ao conhecimento do Corpo de Bombeiros e outros acabam por não ser atendidos devido a ocorrências simultâneas, ou seja, falta de pessoal para atendimento. Estas são ocorrências que duram várias horas ou dias, extenuantes e que exigem prática e conhecimento para não desprender esforços sem resultado.

O ano de 2017 apresenta um aumento considerável do número de focos de incêndio registrados por monitoramento de satélite no estado de Goiás em comparação com 2016. Somente no mês de Agosto deste ano foram registrados 1612 focos contra 1115 do mesmo período de 2016. O reflexo pode ser sentido no dia a dia, com aumento da fumaça na atmosfera, maior percepção de focos de incêndio nas margens de rodovias, na vegetação nativa, em pastagens, nas áreas de palhada e de plantio.

 

Volume de ocorrências e prioridades

 

O atendimento a ocorrências de incêndio florestal é uma das atividades que o Corpo de Bombeiros exerce. Entretanto o volume de solicitações do tipo inviabiliza o atendimento a todos os chamados, uma vez que o mesmo militar que combate ao incêndio florestal também é responsável por combater os incêndios urbanos (residências, comércios, veículos, etc), além de prestarem atendimentos em acidentes de trânsito, salvamento de vítimas presas em veículos, busca de desaparecidos, busca de cadáveres em meio aquático e tantas outras atividades. As ocorrências que envolvem risco a vida humana são prioridade, não podendo o Corpo de Bombeiros empenhar todos os seus recursos em um incêndio florestal e ao mesmo tempo diminuir sua capacidade de responder a situações de emergência, com risco iminente de morte.

 

Contudo, apontar dificuldades não resolve o problema nem atende as demandas. Visando cumprir o melhor possível seu papel, o Corpo de Bombeiros anualmente executa uma grande operação em todo o estado, denominada Operação Cerrado Vivo. Nesse período, além do combate direto, o Corpo de Bombeiros realiza atividades preventivas a incêndios florestais através de palestras para crianças e produtores rurais sobre os riscos das queimadas. Confecciona e realiza manutenção dos abafadores para utilização nos combates. Realiza entrevistas frequentes nos meios de comunicação apontando os riscos das queimadas e os prejuízos que ela pode causar ao meio ambiente e ao patrimônio.

 

Uma outra estratégia adotada na região é enviar um militar do serviço operacional com abafadores, motosserra e outros equipamentos necessários para os locais de incêndio para apoiar os produtores no combate as chamas, tentando resolver a situação de forma eficiente, através dos conhecimentos e experiência dos bombeiros.

 

Causas: Crime e Hábitos Antigos

 

Muitos incêndios são causados intencionalmente, por incendiários, principalmente em margens de estradas e rodovias. É fundamental que os proprietários de terras contíguas a rodovias e estradas realizem anualmente a confecção de aceiros entre a faixa de domínio e suas terras. Esse manejo evita a propagação do fogo para áreas de pastagem e de reserva. O período ideal é de abril a maio, não sendo recomendado que ser faça manejo de fogo nessas áreas a partir de junho.

 

Outras causas de incêndio são ligadas a cultura rural. Esta ainda admite certas práticas que além de ilegais, causam grandes prejuízos. O manejo inadequado do fogo nas zonas rurais, associado a práticas intencionais de colocar fogo em margens de rodovias, reservas e pastagens, constituem as principais causas de incêndio durante o período de estiagem.

 

A maioria dos incêndios atendidos pelo Corpo de Bombeiros em 2017 foi provocada após a perda de controle em atividades como construção de aceiros, queima controlada de margens de rodovias ou queima de vegetação para limpeza de áreas desmatadas. Atividades que envolvem uso de fogo devem ser realizadas em período adequado (até o mês de Maio), sob condições favoráveis (ausência de vento, a partir das 17:00 e preferencialmente a noite), com equipamentos adequados (bombas costais, carretas pipa com água, pessoas suficientes) e finalmente, com autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado de Goiás – SECIMA. Quaisquer práticas diferentes destas são ilegais e o responsável é passível de responder pelos prejuízos causados ao meio ambiente e ao patrimônio de terceiros.

 

É muito importante que os produtores rurais abandonem práticas como queimar pastagens para rebrota ou a queima de vegetação em áreas desmatadas. Contudo, outras práticas provocam incêndios em zonas rurais, sendo as principais a extração de mel silvestre com uso de fogo e a caça de animais silvestres, sendo esta última crime. Cabe ao produtor fiscalizar suas propriedades e impedir que tais práticas sejam realizadas, protegendo a natureza e o seu patrimônio.

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