Por causa de uma dívida de cerca de 10 mil reais irá a leilão o velho campo do Umuarama Esporte Clube, parte que restou do antigo Estádio Adelar Dias. Esse time que está inativo, mas que tem patrimônio, poderá ficar sem algo que é dos seus pertences, da sua história e da memória da cidade.
Em atividades recentes, quando disputou campeonato, a diretoria do Umuarama deixou de pagar uma dívida referente ao aluguel de uma casa onde estavam alojados jogadores que não eram residentes na cidade.
Sem receber a dívida, a locadora da casa entrou na Justiça. Como não houve pagamento imediato, a Justiça determinou o leilão do imóvel que é patrimônio do clube. Esse leilão será no próximo dia 28 de fevereiro, às 9 da manhã, no Fórum de Iporá.
O imóvel que irá a leilão é um bem avaliado em R$ 990.000,00 (quase um milhão). Por causa de uma dívida de 10 mil reais, é preciso leilão um bem de valor bem superior. Isso é procedimento com base em lei. Está certo.
O que se lamenta é que o glorioso Umuarama Esporte Clube, campeão amador do Estado de Goiás, que tanto tem a ver a História de Iporá, o Umuarama dos duelos contra a Associação, a cada tempo que passa, vai sendo diminuído. O Umuarama, que na década de 60 se estabeleceu nas margens da cidade, com grande área adquirida do senhor José Dias, pioneiro de Iporá, agora já tem área menor (mas valiosa!) e poderá ficar por completo sem terreno.
Foi na década de 90 que a Prefeitura comprou do Umuarama toda extensão onde hoje é a Câmara, Prefeitura e Fórum. Quem é mais velho lembra que ali era um clube, com brinquedos na área mais baixa e um salão de festas; um pouco acima, uma quadra de esportes. Hoje é algo como uma Praça dos Três Poderes. Isso também é bom. Mas a memória e a história pagam um preço por isso! E quem mais é prejudicado é o time do Umuarama com sua história de glórias!
Um torcedor me procurou para relatar esse fato, preocupado com o andamento da história e com o desfecho de mais um capítulo que pode ser triste.
Do leilão do dia 28, depois de alguém comprar a área e pagar por ela o valor avaliado e embolsar a credora com o valor que lhe é devido (R$ 10.000,00), vai sobrar ao Umuarama um bom dinheiro, uma pequena fortuna! E será dinheiro que, pelo menos, vai precisar ser bem gerido, já que não se trata de dinheiro que seja de fulano, ciclano ou beltrano. Trata-se de recurso de uma entidade: do Umuarama Esporte Clube, que embora inativo, tem CNPJ, existência jurídica e, mais do que isso, trata-se de algo que tem a ver com o sentimento de muitos.
Se com o dinheiro puder ser adquirida outra área, se fizer um bom investimento, menos mal. O que não se pode é desrespeitar mais uma vez o clube. Não dar bom destino ao que sobrar do pagamento da locadora seria outro desrespeito. Mas a torcida e a imprensa vão vigiar, para que isso não aconteça.
Mas quem sabe, até o próximo dia 28, apareça um grupo de torcedores e pague essa conta da mulher que locou a casa para os jogadores. Se isso for feito, evita-se a venda por leilão do valioso imóvel. Vamos acompanhar o fato. Há quem acredite que o Umuarama ainda pode ser atuante no futebol goiano. Aqui, no rodapé desse artigo, deixo o endereço para que todos possam acessar o edital do leilão.