Foi uma satisfação ter contado com a confiança do povo de Iporá e ter sido eleito vereador para a legislatura 2017/2020. Mas estou tendo uma decepção. Preciso dizer isso ao povo de minha cidade e de modo especial aos que votaram em mim, confiando essa tarefa.
Fui eleito pela oposição e por ser assim, é claro que minha tarefa é de fiscalizar. E mesmo que eu não fosse da oposição, mesmo que eu fosse do lado do prefeito, o meu dever é de fiscalizar, de denunciar, de apreciar as matérias legislativas e de votá-las, aprovando ou não e de apresentar projetos e requerimentos.
Temos preparo para fazer tudo isso e tudo isso tem sido feito por nós, mas a barreira em Iporá é quando se faz críticas ao poder público. Não aceitam. Os que estão no poder não querem ser criticados. Tenho sofrido com isso. E tenho visto colegas meus, da oposição, também sofrendo da mesma forma. Não se pode criticar. É preciso ficar com a boca fechada.
Vivi fatos sobre isso que não quero aqui relatar de público. Mas digo que dói a repressão, a mordaça, a perseguição. Ora, o vereador é livre para dizer o que quiser. Temos até imunidade parlamentar, exatamente para facilitar o nosso trabalho. Vereador é fiscal do povo, tem o direito de adentrar nos espaços públicos, ver o que está certo e o que está errado e, no caso do que está errado, denunciar. Somos fiscais do povo, pagos para isso.
Mas em Iporá o momento é delicado. Existe uma arrogância de governantes que não podem sofrer críticas. Ora, quem não erra? Será que essa gestão municipal vive só de acertos? Claro que não. E se denunciamos, se vamos à imprensa, é para que seja corrigido o que está errado. Queremos dizer aos que governam que estamos a apenas pouco mais de um ano de mandato, ainda é tempo de corrigir erros, reconsiderar comportamentos e, com isso, passar a aceitar críticas, até porque nossa crítica é construtiva, é de quem torce para que tudo dê certo.
Teríamos o maior prazer em aplaudir os acertos. Quero acreditar que tudo isso vai mudar, que vão passar a entender o trabalho do fiscal do povo, daquele que é abordado pela comunidade. Somos cobrados pelo povo e para a gestão temos que levar essas cobranças. Que passem a ser tolerantes. Quero ter esperança de que para os três anos que ainda restam desse mandato, os governantes do município vão aprender a conviver em respeito e harmonia com o contrário, o que está do outro lado.