Tem mais de duas décadas que Iporá não tem deputado estadual, que seja filho da terra ou que seja morador da mesma. E essas mais de duas décadas sem uma representação na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás podem se tornar um tempo muito maior: três décadas, quatro, cinco, meio século ou um século!
E esse desânimo com a tão sonhada representatividade na Assembleia Legislativa ocorre exclusivamente por causa da desunião da classe política local. Uma grande desunião que tem perdurado todo esse tempo em que Iporá ficou sem ter um deputado estadual, tempo que pode perdurar por muito mais, já que não vislumbramos sinais de diálogo e de união.
Ainda no ano passado este veículo de comunicação falou com cada presidente de partido sobre as eleições deste ano de 2018, quanto a deputado estadual, indagando de cada um se haveria a possibilidade de união em torno de projeto comum, de nome de consenso que pudesse representar a cidade, em um patamar acima de partidos, no interesse maior do município. Na ocasião, todos os presidentes de partidos disseram um sonoro SIM para a ideia, mas depois, foi só entrar o ano de eleição e NÃO vimos nenhum esforço para diálogo e união.
O espetáculo da discórdia está aí, já colocado nas ruas, em pré-campanha de pré-candidatos. Todos os eleitores de Iporá estão assistindo a um espetáculo de egos, vaidades, zelo por interesses de grupo. Surgem candidatos inexpressivos para segurar a bandeira de um deputado federal de fora, com lançamento de nome apenas para cumprir um papel de grupo político de pré-candidato a governador.
Existem os nomes que poderiam emplacar, empolgar o eleitorado de Iporá e, em seguida, alavancar os apoios de toda uma grande região. Mas esses já saem para a pré-campanha divididos na nossa própria cidade. Quando chegarem em município circunvizinho para pedir voto, vão ouvir da liderança política e do eleitor: ora, vocês de Iporá não foram capazes de se unirem e como querem que a gente apoie vocês?
Não será fácil para que os iporaenses tenham êxito na eleição deste ano. Não é pessimismo. É triste constatação da realidade política de um município onde os líderes não se entendem.
O quanto seria bom se superássemos as diferenças partidárias e tivéssemos um só candidato a deputado estadual por Iporá! Não precisaria ser o político perfeito, até porque esse não existe. Mas que esse hipotético, único candidato a deputado estadual por Iporá, que tivesse a benção de todos os partidos, com todos estes que lidam com a coisa pública por aqui, pensando mais na cidade do que na ambição de poder e na briga por interesses pessoais.
Se houvesse união pra valer, Iporá poderia ter até dois deputados estaduais, como já houve entre 1991/1994, com José Antônio da Silva Sobrinho e Ézio Gomes. Era um tempo em que polarizava em torno deles as preferências e um tempo em que os eleitores não davam tantos votos para os forasteiros, os paraquedistas, aqueles que aqui chegam em tempo de campanha, distribuindo benefícios temporários (R$) e levam os votos que poderiam ser dos iporaenses.
Nesse ano de eleição, certamente não vai ser diferente. Já temos a desunião da classe política e teremos, a partir de agora, a vinda dos forasteiros e muitos eleitores vão acabar votando nesses de fora. A perspectiva não é boa. Lamentavelmente!
Eu me lembro de um tempo em que, quando ia a Goiânia, apreciávamos visitar a Assembleia Legislativa, passar no gabinete do deputado Divino Vargas, encontrar ali o nosso representante cuidando dos assuntos de Iporá. Anos depois, nas idas a Goiânia, visitávamos o gabinete do José Antônio e depois íamos ao gabinete do Ézio, percebíamos, ambos cuidando, PRIORIATARIAMENTE, de assuntos de Iporá. Era muito bom!
Por mais que o político não seja perfeito, que tenha seus defeitos, o fato de ser de Iporá, para nós aqui da terra das águas claras, isso faz toda diferença. Está faltando amor às grandes causas em favor de nossa terra. Uma pena!