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O background do aborto

Quem nunca ouviu: “Nosso limite termina onde começa o limite do outro”? Obviamente esse é um conceito de relacionamento e convivência social. Trata-se de um padrão estabelecido para que seja possível que um grande número de pessoas possa conviver de forma harmoniosa em sociedade. 

 

Entretanto, essa realidade vem sendo rompida por uma filosofia estabelecida por dois conceitos morais e filosóficos definidos séculos atrás, mas que está mais presente do que nunca, o HEDONISMO e o EPICURISMO. Você pode até não ter ouvido falar delas, mas certamente é influenciado por elas.

 

O primeiro, Hedonismo, consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida, assim, determina que o bem supremo, ou seja, o fim último da ação, é o prazer. Neste caso, “prazer” significa algo mais que o mero prazer sexual. Como uma filosofia, veio da Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como seus propagadores. Esse conceito pode ser dividido em duas abordagens. O hedonismo psicológico que tem como fundamento a noção que em todas as ações, o ser humano tem a intenção de obter mais prazer e menos sofrimento, e essa forma de viver é a única coisa que fomenta a ação humana. E o hedonismo ético que tem como princípio o fato de o homem ver o prazer e os bens materiais como as coisas mais importantes da vida. Assim, a busca pelo prazer é aconselhada de forma intensa, levando também em conta os prazeres sexuais.

 

O Segundo, Epicurismo, é uma ampliação da filosofia anterior. Epicuro criou o epicurismo com o objetivo de aperfeiçoar o hedonismo. Segundo o epicurismo o Ser Humano deve viver com a ausência da dor. Dessa maneira o prazer tem um papel mais passivo, e o indivíduo deve renunciar a coisas que possam originar dor e sofrimento.

 

Assim poderíamos dizer que a junção de ambos os conceitos formam o pensamento moderno de vida. Isso reflete em vários âmbitos da vida humana. A busca pelo prazer e a negação do sofrimento levam-nos a afirmar coisas como: “o importante é ser feliz”, ou ainda “valorize-se”. Isso traz influência das diversas áreas da vida, tais como, educação de filhos, sexualidade, trabalho e etc.

 

Contudo, qual a relação disso com o aborto? Uma vez que colocamos o prazer pessoal e a abnegação de qualquer sofrimento como regra principal da nossa vida (isso pode ser feito até mesmo inconscientemente devido a internalização do conceito), obviamente, definiremos todas as nossas decisões por esse conceito.

 

Uma “mãe” que não quer assumir a dor de ter que criar um filho que lhe causará privações e, muitas vezes, sofrimento, quebra a regra principal da boa relação: “Nosso limite termina onde começa o limite do outro”. Não importa se é necessário tirar a vida do outro, o que importa é que “não posso passar pela privação da felicidade e bem estar”. Daí surge a expressão de que a “mulher é dona do seu próprio corpo”. Isso é fato, mas se esquece que a criança também é dona do seu próprio corpo.

 

A “mãe” não tem o direito de ferir a criança para, em detrimento dela, estar livre de dor e sofrimento. Ela precisa respeitar o limite e a vida alheia mesmo que essa esteja em união com o seu próprio corpo.

 

Precisamos aprender a fazer uma leitura correta do que nos influencia e determinar nossas ações. Apesar de estarmos em um mundo que se prega tanto a intelectualidade, independência, a liberdade de expressão, a diferença, a pessoalidade e o respeito, vivemos amplamente “emburrecidos”, cegados, alienados por conceitos outrora definidos achando-nos o supra sumo da sabedoria e assim, nos tornamos bonecos manipuláveis sentindo-nos livres.

 

Avalie suas decisões, respeite a vida, respeite o outro e assim, lutemos pela vida e pela “limitação” dos limites. Aprendendo com o Apóstolo Paulo, podemos dizer: “não sejam sábios aos seus próprios olhos” [Romanos 12.16]. E ainda: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” [Filipenses 2.3, 4].

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