No meu exercício de vereador, como fiscal do povo e como alguém que precisa exercer o cargo em todas as suas atribuições, fazendo leis, exigindo o cumprimento das leis e na fiscalização dos atos do Executivo, eu uso espaço neste veículo de comunicação para dizer que alguns dos vereadores tem alertado sobre a importância de que, numa gestão pública se tenha planejamento. Isso é sempre dito por alguns vereadores.
Ocorre que o Poder Executivo de Iporá, neste mandato, pecou por falta de planejamento e o resultado negativo de tudo isso já pode ser visto: dívida e demissões. A dívida conhecida do Ipasi é de dois milhões e setecentos. As demissões na Prefeitura de Iporá, anunciadas nesta semana, são de 117 servidores.
E essa falta de planejamento em gestão não é de agora. Desde o mandato do ex-prefeito de Iporá, que também era do mesmo grupo do atual prefeito, que a cidade passa por falta de um planejamento para as ações administrativas, acarretando em irresponsabilidade fiscal e gerando um passivo para o futuro. O ex-prefeito deixou de pagar parcelamentos para com a então Celg e deixou de honrar encargos que eram de obrigação dele, criando dificuldades para o mandato que viria depois. São diversas heranças da gestão anterior que também sobrecarregam o atual administrador.
São fatos lamentáveis os de antes e os de agora e que vão gerar efeito em cadeia, trazendo outros prejuízos para a gestão. O que não foi pago para o Ipasi no ano passado, terá que ser transferido para aquele instituto neste ano, acarretando um desfalque na receita, receita esta que já é pouca. E essa pouca receita da Prefeitura de Iporá será menor ainda neste 2019 por causa do parcelamento feito para os doze meses deste ano agora em curso.
As demissões de comissionados geram um grande problema social em Iporá. São 117 pessoas que estavam no trabalho, cada um imaginando que teria um emprego duradouro, até o fim do mandato. A medida administrativa que o prefeito teve que tomar a força deixa os desempregados em uma situação lamentável. Quem é que em sua vida pessoal não tem um parcelamento a quitar, compromissos futuros? Certamente esses também são afetados dessa maneira. Muitos são pais de famílias. Estes, agora sem o emprego, acarretam danos para a economia da cidade.
Tudo que vem acontecendo, repito: é por falta de planejamento. Todos sabem que as receitas públicas são concentradas em sua maior parte na União e outra parte menor, no Estado. Aos municípios fica a percentagem menor. Se o gestor municipal não tem juízo para trabalhar com o que arrecada, resulta nisso aí que está acontecendo agora em Iporá.
Fica o nosso alerta ao prefeito de que aja com economia de gastos, com austeridade fiscal, a fim de salvar essa segunda metade do mandato. Que haja as obras e a boa qualidade dos serviços públicos, mas que isso seja feito dentro da realidade orçamentária do Município de Iporá. Será muito pior se o prefeito pretender gastar aquilo que não arrecada. Poderemos ter um caos administrativo e que repercute para gestões futuras.
A Câmara de Iporá não nega ao prefeito a aprovação de matérias que são de interesse do povo. Mas os vereadores querem que o prefeito tenha planejamento na execução orçamentária. Queremos um Iporá melhor. E um Iporá melhor é com gestão que tenha equilíbrio financeiro.