Eu me sinto bem na minha ocupação profissional, pois sinto colaborar com a cidade. Ser um sucateiro é ter na cidade um papel que traz resultados econômicos e ambientais.
Essa atividade de coleta de sucata e de comercialização passa desapercebida para muitos. Mas quero chamar a atenção a respeito disso, até para que as pessoas possam dar mais valor aos sucateiros e até ajudá-los em tarefa que limpa a cidade de muita coisa que seria imprestável, dando a essas coisas um rumo de reaproveitamento.
Iporá tem algumas pessoas nesta atividade. Sou um deles. Pessoas como o Divino Varanda, o Erasmo, Andrea, Domízio e Mauri além de outros, tem prestado grande serviço à nossa comunidade.
O que nós fazemos, primeiramente, é um trabalho nas oficinas, retirando dali o que é imprestável: peças, rodas, cadeiras de fio, cadeiras de bar, chapas, ferros, eletrodomésticos velhos, sucatas em geral. Mas não é só em oficina. Um sucateiro tem os olhos voltados para todos os ambientes da cidade: ruas, praças, lotes badios, etc… E onde tem sucata está o sucateiro a retirar aquilo do meio ambiente. Sabemos que, infelizmente, as pessoas descartam isso em lugar impróprio. E o sucateiro anda nas ruas atento a isso e funciona como um lixeiro.
Muitos descartam a sucata que possuem gratuitamente. Outros vendem. E vendem porque sucata tem valor. Custa 23 centavos por kilo. Nós pagamos. E encaminhamos essas sucatas para os grandes centros urbanos. As sucatas de Iporá e dessa região geralmente vão para Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde tem uma siderurgia. São 10 toneladas por mês que encaminhamos para Betim.
De posse da sucata, classificamos isso em sucata miúda, sucata pesada, sucata de lata ou ferro, latinhas, material de alumínio, etc… Tudo isso é reutilizável. Tudo isso tem valor.
E veja bem. Se não houvesse o sucateiro, a cidade estaria inundada de sucata e quanto mais sucata se tem no meio ambiente, mais risco de acúmulo de ratos, insetos e mosquito da dengue. Retirar isso do meio ambiente faz um bem enorme para toda a comunidade.
E manter a sucata, antes do embarque para a comercialização, em ambiente fechado, é outra preocupação nossa. Em nosso ferro velho hoje temos área coberta para toda sucata. De tal forma que não pega chuva e não há risco de acumular água para criadouro de mosquito da dengue.
Agora precisamos também chamar a atenção do poder público e da comunidade. O sucateiro precisa ser mais valorizado. O poder público precisa vê-lo como um aliado da limpeza pública e dar a ele condições de trabalhar de forma cada vez mais eficiente. E quanto a comunidade, pode também ser aliada do sucateiro, ao informá-lo sobre a existência nas casas de algo que seja descartável. Estamos aberto a todas as parcerias possíveis. Meu telefone e whatsapp é o 64 9 9981-5801. Minha equipe conta com cinco pessoas: Marcão, Saulinho, Emanoel, Zezinho e Sidney. Um abraço a todos, especialmente aos que mais zelam do meio ambiente.