Um dia desses, convidado para um evento no CEPI Osório Raimundo de Lima, cheguei adiantado e a coordenadora pedagógica daquela escola, professora Fátima Maria de Jesus, foi me mostrar como tudo funciona por ali. Fiquei encantado! O ambiente mostra que por ali tudo está em um direcionamento muito bom. E mais do que ambiente. Há resultados, por ali, em notas, há aprendizado… A escola é a segunda melhor em Iporá em nota do IDEB. Só perde para o IF Goiano.
Ao chegar, percebi um ambiente de harmonia e trabalho. A diretora Alessandra Ávila, toda ocupada em seus afazeres, mas atenciosa com os visitantes.
Foi a Fátima que me levou a ver os espaços da escola. Mostrou-me horta, espaço de recreação, refeitório, etc… O CEPI Osório tem quadra de esportes e um ambiente interno estruturado por meio da criatividade daquela equipe. Um projeto ambiental está em fase inicial, que vai movimentar os alunos, fazendo com que, mediante uma recompensa com uma moeda interna da escola, os alunos tragam de casa garrafas pet. Quanto mais garrafas pet, mais moedas a serem usadas na aquisição de chocolates, bom-bom, etc… Tudo mais que eles precisam para alimentar não é preciso, já que a escola oferece refeição completa. Usa-se suco nas refeições. E quem quiser comer algo ainda mais diferente precisará ter a moeda que circula dentro da escola: o Cepi Real. Achei interessante! Uma forma que motiva alunos a engajamento na área ambiental.
Trata-se de uma escola de tempo integral, com chegada dos alunos às 7 da manhã e final da jornada diária às 17 horas. Não é escola grande. O CEPI Osório tem somente 250 alunos, de oitava série ao terceiro ano do ensino médio. O ambiente é de alegria e, para eles, ficar o dia todo por lá é satisfação. Esse dia letivo é bem distribuído em diferentes atividades, com uma prática de educação que me pareceu criativa e lúdica.
Conversava com a professora Fátima em meio ao corredor, quando dado o sinal, todos os alunos saíram de todas as salas e foram em direção a outras salas. A professora explicou que no CEPI Osório não são os professores que trocam de sala e sim os alunos. É que eles tematizaram as salas da escola. Por exemplo, tem uma sala de aula para geografia, que é toda cheia de mapas, globo terrestre e equipamentos para essa disciplina. E assim com as demais disciplinas, cada qual tem seu ambiente caracterizado. A equipe sempre inova e me contou a professora Fátima que isso é feito com apoio da Regiane Cândido, coordenadora regional de educação que, aliás, já trabalhou nesta escola.
Como os alunos passam todo o dia na escola, cada um deles tem um espaço em armários instalados no saguão, com chave e a oportunidade de ali dentro deixar seus objetos pessoais que queira manter sempre na escola. Coisas como essas são conquistas que a equipe conseguiu com muita luta. Por ser de tempo integral, a escola tem uma verba extra, mas é recurso que preciso ser administrado com inteligência.
Quanto às refeições servidas, garante a Fátima, que são melhores do que a média de lares de Iporá: cardápio variado, nutritivo e saboroso. E os alunos mostram-se realmente felizes ali. Naquela hora de troca de sala de aula a movimentação deles é eufórica. Vi um grupo de garotas sair da sala cantando… A professora explicou que são alunas do terceiro ano e que estavam despedindo da escola naqueles dias. Um aluno vem e abraça a professora Fátima, trocam algumas palavras e ele segue para mais uma aula, numa nova sala. A professora explica que tem alunos que são carentes de carinho em seus lares e a escola, através de todos que ali trabalham, fazem esse papel de transmitir calor humano e diálogo aos alunos.
Não há problemas com drogas. Quanto a bebidas, há estudantes que ingerem em sua vida social. Porém, no interior da escola não há influência disso… Ela conta que na hora de casos de indisciplina, se resolvem as coisas de uma forma muito tranquila. Se há um caso de indisciplina o aluno é chamado para conversar. Isto que se diz: “conversar”. E nesta conversa, deixando o aluno falar mais do que ouvir, ele próprio descobre que errou, se envergonha e geralmente faz promessa de melhora e que sempre funciona. De fato, se corrige. Os problemas de indisciplina são mínimos.
A visita na escola me mostrou que a educação tem jeito. O CEPI Osório está de parabéns. Está no caminho certo. Fazendo uma educação exemplar com uma equipe muito boa, da direção ao mais humilde servidor que ali trabalha. Eles são dinâmicos em eventos, dando oportunidade aos alunos de atividades na área cultural e esportiva. Outro dia fizeram um evento inédito: o I Encontro das Profissões. Foi uma oportunidade de se levar para dentro da escola os mais diferentes profissionais de nível superior, a fim de que os alunos conhecessem os profissionais e com isso despertar neles, as vocações, até porque está chegando a hora de escolher a carreira profissional a seguir. Foi iniciativa interessante. Dizem que vão continuar fazendo isso.
E falam em continuar com tudo de bom que tem por lá. Foi assim, com criatividade e dedicação que a escola chegou aonde está, com alunos que estiveram na China, numa Olímpiada Internacional de Matemática Sem Fronteiras. Essa escola levou o nome de Iporá para fora do país. Tomara que continuem assim e que esse exemplo do CEPI Osório seja copiado por todos. Gostei de ter visitado a escola. Percebi que a educação tem jeito. Basta querer.