Mesmo com a pandemia, riscos para a saúde e mortes ocorrendo a cada dia, a pauta das eleições 2020 está presente neste ano, em nome da democracia, mesmo que o pleito seja adiado em semanas, para um maior alívio quanto a intensidade do vírus.
Em Iporá, assim como em demais municípios, o assunto está sendo tratado ferrenhamente nos meios políticos e, de forma mais amena, chega também nas rodas sociais, na manifestação popular.
Nomes são colocados. Mas sem novidades, a não ser do nome do Léo Contador que desta vez aparece. Os outros o povo conhece bem: Naçoitan Leite, Amarildo Martins, João Batista da Saneago e Danilo Gleic. Paulo Alves, que já é bem conhecido como vereador, tem nome em articulação agora para o Executivo. Tem também Tiago Campos, que nos disse que a prioridade dele é uma eleição futura para deputado estadual. Mas está citado em conversas de prefeituriáveis.
A saída de Mac Mahoen foi lamentada. Parecia estar com nome em bom momento. Com os nomes que estão colocados fica difícil fazer previsão de resultados. Em qualquer situação, na verdade, é sempre difícil prever um resultado eleitoral, até porque muita coisa ainda está por acontecer, principalmente se a eleição for adiada em algumas semanas. Em um prazo assim extenso muita coisa pode ocorrer, até a exclusão de algum deles em razão de alguma impossibilidade jurídica.
Esses que querem o poder são pessoas com virtudes e defeitos, como quaisquer da sociedade, de onde, aliás, saíram todos eles. São políticos com estilos diferentes, de tal forma que o eleitor pode se servir a vontade, preferindo um e preterindo outros. O eleitor pode optar por continuidade ou por mudança, por estilo realizador ou por tipo mais intelectualizado. Pode se ater aos de partidos tradicionais ou apostar em quem represente sigla nova.
São possibilidades diversas em estilo. Mas do que o eleitor certamente não vai abrir mão é da lisura, honestidade e probidade. E vai certamente apostar em quem acreditar que possa trazer bons resultados para Iporá, cidade que sempre esteve cheia de problemas, que começam na limpeza pública e chegam ao cenário econômico de pouca (ou insignificante) geração de riquezas e empregos.
Nestas ocasiões de eleições quem vota costuma sonhar muito, esperar demais de quem é eleito e empossado. Com o tempo e mandato transcorrido, percebe-se que as coisas não são fáceis e que até manter a cidade limpa é difícil. Imagine obras grandes! São sempre poucas realizações, até porque os recursos da Prefeitura são escassos. E os apoios de governos (estadual e federal) são poucos. Ao final, todos os mandatos que passam pela Prefeitura deixam os problemas perpetuarem.
O atual prefeito, Naçoitan Leite (PSDB), é que está nesta luta diária da gestão. E parece ser o que mais quer o cargo. Para ele, uma continuidade. Com certeza, vai buscar os votos afirmando que fez muito e que precisa de mais tempo para realizar mais. Fez muito? Isso é avaliação que o eleitorado é que vai fazer. E campanha eleitoral serve pra isso, pra avaliar candidatos. E quem vai a reeleição é julgado pelo povo. Se passou no teste da gestão, será reeleito. Se não, deixa o cargo. Em Iporá nunca se reelegeu prefeito. Aliás, os nossos prefeitos costumam nem ter coragem de enfrentar reeleição. Remember: Sebastião Coutinho (2.000), Mac Mahoen (2.008), José Antônio da Silva Sobrinho (2.012) e Danilo Gleic (2.016). Naçoitan está com a coragem de ser julgado pelo povo.
Apoiado por um governador Ronaldo Caiado que tem uma rivalidade de plano pessoal com o prefeito Naçoitan Leite, está o Amarildo Martins (DEM), que foi segundo colocado nas eleições de 2.016. Agora, tem apoio do governo e faz disso um trunfo para derrotar o adversário de quatro anos atrás e os demais. Fazendeiro do Tocantins, homem bem resolvido na vida pessoal, quer entrar para a História de Iporá como prefeito. Costuma dizer que com apoio do governo a disputa fica mais fácil. Ele está tentando reunir em torno dele todos esses que são caiadistas em Iporá. Vai conseguir? Não sabemos. Caiado vai empenhar de forma muito pessoal nisso? Não sabemos.
O ex-prefeito Danilo Gleic (Cidadania) também está na sombra de Ronaldo Caiado. Ocupou cargo no Governo. É nome colocado como pré-candidato a prefeito. Tem a sua formação universitária e o mandato de prefeito 2.012/2.016 para ser avaliado. Foi gestor municipal encravado dentro de gabinete, quase sem aparição pública. Depois, como candidato a deputado estadual (o mais votado em Iporá) acabou virando figura política mais popular e até carismático no contato com o povo. Se quiser prosperar terá que conseguir parceiros políticos. Ou seja, outros líderes ao lado dele. Conseguirá? Não sabemos.
Sem Mac Mahoen como candidato, o nome de João Batista da Saneago está quase que oficializado como o nome do MDB, partido tradicional e que tem uma certa quantidade de eleitores cativos. João Batista da Saneago é desses que não depende de disputa interna de partido e nem de permissão de Juiz para ser um candidato. Enquanto outros precisam contar com a sorte e a permissão da Justiça, o emedebista está livre para tentar o seu voo. Porém, para isso terá que encantar mais o eleitorado do que na sua performance de 2.016, quando foi candidato e ficou em terceiro lugar. Sem ausentar da cidade e muito atuante em contato com o povo e redes sociais, tem tentado deslanchar. Vai conseguir? Não sabemos.
Paulo Alves, do PT, foi nome colocado como pré-candidato a prefeito. Vereador de segundo mandato, professor e sindicalista, tem história de serviços prestados e de retidão pessoal. Mas é cobrado pelo eleitorado por permanecer em um partido em péssimo momento. O PT deixou o governo brasileiro com a mancha da corrupção, o que acaba arranhando a reputação de partidários, mesmo dos corretos, como é o caso de Paulo Alves.
O nome realmente novo nessa corrida é do Leonardo Araújo (Léo Contador). É colocado como pré-candidato a prefeito de Iporá pelo Patriotas. Se por um lado Léo Contador tem bom perfil pessoal, está em um partido minúsculo, quase sem filiados e sem fundo partidário. O Patriotas é quase que somente o Léo Contador. Ele teria que ter outros apoios de siglas para ter condições de colocar uma campanha na rua. Alguns que estavam com Léo Contador para concorrer para vereador, foram para o Republicanos. Nesse partido, Léo tem um bom trânsito. Sabe-se que sem grupo não tem como fazer campanha. Léo Contador precisa disso.
Mas o Republicanos, partido em Iporá formado por turma quase toda de novos na política, tem também o Tiago Campos, filho do deputado federal João Campos e casado com a filha do pastor presidente do Campo das Assembleias de Deus de Iporá, Ataul Alves Rosa. O Republicanos tem políticos de diferentes igrejas. Dentre estas, da Assembleia de Deus. Tiago, com demais líderes desta igreja, é peso importante na eleição para prefeito em Iporá. Onde a liderança da igreja estiver, há peso positivo. E se esse meio evangélico não estiver representado em candidatura majoritária, certamente acompanha prefeituriável com ficha boa e perfil mais cristão. É o mínimo que se espera de quem se diz religioso.
Postos os nomes, surgem as articulações para aproximações entre siglas. Isto é o que está acontecendo agora, em conversas feitas entre quatro paredes, aqui, ali e acolá. São as composições, onde surgem os vices. Tem aqueles que não se misturam de jeito nenhum (Naçoitan e Amarildo) e tem aqueles que possuem facilidades para se unirem. Os que são inconformados com o momento que a cidade vive, falam em união da oposição para derrotar o atual prefeito. Mas isso será possível? Certamente é difícil, já que prevalece a vaidade e ganância de poder, cada qual querendo se valorizar mais…. Há quatro anos atrás foi assim. A oposição estava dividida, naquele pleito. Provavelmente, vão continuar divididos. E divididos são fracos. Em caso de divisão a vantagem é de quem tem a seu favor da máquina administrativa. A não ser que esta máquina administrativa esteja tão fraca a ponto de nem conseguir pelo menos um terço dos votos dos iporaenses.