O mioma uterino é um tumor benigno da musculatura lisa do útero, acometendo 25 a 35% das mulheres em idade reprodutiva. A causa dos miomas não é bem estabelecida, porém existe forte indício de predisposição genética pois tem-se verificado uma incidência 10 vezes maior em pacientes da raça negra em comparação com as mulheres da raça branca e ainda bem mais frequentes nas pacientes onde as mães delas já possuem miomas.
Esses nódulos são hormônios-dependentes, sendo então mais frequentes em pacientes com maior exposição ao estrogênio (hormônio feminino), como as mulheres que nunca tiveram filhos, as tabagistas e obesas e assim, consequentemente os miomas tendem a diminuir após a menopausa e em algumas pacientes podem até desaparecerem.
O quadro clínico é bastante variável. Muitas mulheres permanecem assintomáticas(50%), porém algumas podem ter sintomas dependendo do número de nódulos miomatosos, do tamanho, do ritmo de crescimento e da localização dos miomas incluindoaumento do volume abdominal, sangramento menstrual excessivo e/ou irregular, anemia,infertilidade, abortamento, dor pélvica, compressão de estruturas vizinhas ao útero, entre outros. Os miomas apresentam um baixo número de divisões celulares, indicando um baixo potencial para se malignizar (1,5 se malignizam em cada 100.000 mulheres negras ou 0,9 em cada 100.000 mulheres brancas).
O diagnóstico é suspeito pela história clínica e exame físico e éfacilmente confirmado pela ultrassonografia abdominal e pela via transvaginal. O tratamento do mioma vai depender dos sintomas, do desejo ou não de gestação, da quantidade e volume dos miomas, da velocidade de crescimento dos mesmos, podendo realizarapenas acompanhamento ultrassonográfico, tratamento clínico ou o tratamento cirúrgico(exérese apenas dos miomas ou retirada do útero).
Faça acompanhamento regular com sua Ginecologista e Obstetra. O diagnóstico precoce sempre se acompanha de melhores resultados no tratamento.
Dra Leandra Campos Barbosa (Ginecologista e Obstetra do Hospital Evangélico de Iporá).