Na primeira hora desta quarta-feira, pouco após a meia noite, faleceu a professora Zilda de Araujo e Silva.
Estava aposentada, com 75 anos, e durante a vida foi pessoa muito benquista na sociedade iporaense.
Ela lutava contra um Câncer e veio a óbito quando estava em tratamento no Hospital Evangélico, em Iporá.
Seu velório foi no Salão da Pax Bom Fim, para sepultamento às 17 horas de ontem, quarta-feira.
Ela deixa a filha Renata (funcionária do Ministério Público) e o Henrique, o Kiko (que foi jogador de futebol de destaque no país). Zilda é de uma família tradicional e importante na história da cidade. Segue a história da família.
Joaquim Lucas Evangelista se tornou nome de uma das principais ruas da cidade, que cruza todo o centro da cidade, e se tornou também nome de uma escola, mas dessa vez com o sobrenome carinhoso que membros da família tinha. A Escola Estadual Joaquim Berto está também no centro da cidade. Esse nome é do pioneiro Joaquim Lucas Evangelista. Berto era um sobrenome que costumavam dar aos membros da família. Joaquim Lucas veio de Guapó e sua vinda foi decidida depois de ter se entristecido de ter ficado viúvo de Ricarda Araújo. Era fazendeiro naquela região e tinha também uma outra propriedade no município de Paraúna. No início da década de 40, aquele viúvo iniciou sua aventura por esta região e se tornou uma pessoa importante nesta terra, homem que era de boa instrução, que lia bons livros, que tinha visão e era empreendedor. Enquanto seus filhos estavam em Guapó, comprou e iniciou o trabalho em uma grande propriedade na Fazenda Jacuba. Em 1949 os filhos vieram. Joaquim Berto teve um grande entrosamento com a comunidade local, contribuindo de diversas formas para a cidade que tinha início. Já por volta de 1946, junto com o líder político Israel Amorim, era pessoa importante na construção de uma hidrelétrica no ribeirão Santo Antônio e que por mais de 20 anos iluminou Iporá. Foi dono de uma cerâmica que funcionou no lado oeste da cidade e de uma máquina de beneficiar arroz. Ajudou a fundar a primeira loja maçônica da cidade. Eram tempos iniciais da cidade e estes empreendimentos ou novas instituições davam avanço para a nova cidade. A descendência de Joaquim Berto foi também importante para a formação da sociedade iporaense. Sua filha mais velha foi Maria Geralda de Araújo, que se casou com o lavrador Claudimiro. Elói Pereira de Araújo (Elói Berto), o segundo filho, era fazendeiro e maçon e casou-se com Coracina. Divino José de Araújo (Divino Berto) foi comerciante que deu continuidade na máquina de beneficar arroz do pai, na esquina da Rua Francisco Salles com a Avenida Dr. Neto. Foi ele que fez de uma área rural de sua propriedade, surgir o Bairro do Sossego, que era parte de suas terras de antes. Divino Berto casou-se com Maria Rosalina Gomes, filha de Octaviano Gomes, e que foi professora muito atuante em Iporá, mulher arrojada e que era vista a dirigir um jeep pelas ruas da cidade, hábito inusitado. Da união deles nasceram 8 filhos. Dentre estes, o Ariston que se tornou advogado e empreendedor em faculdades privadas. Uma das que ajudou a fundar foi a Faculdade de Iporá (FAI). Outro filho de Divino Berto e a professora Maria Rosalina é o Paulo Araújo, artista plástico. O quinto filho de Joaquim Berto e Ricarda foi o José Pereira de Araújo (Zico Berto) que era fazendeiro, grande produtor de leite, maçom e que se casou com Laci Alves Pedra. Duas das filhas, ambas solteiras, foram de ações importantes na cidade: Nair e Dahir. Ambas empreenderam em Iporá no pensionato que funcionou no local onde hoje é a AABB. Ali, filhos de quem estavam nas fazendas a trabalhar, em idades entre 6 e 19 anos, tinham abrigo para estudar na cidade. O empreendimento foi marcante para muitos nesta terra. Ao lado do mesmo local, Nair empreendeu também em uma granja que muito contribuiu com a cidade, na geração de muitos empregos e na exportação de ovos e carne de aves. Além disso, foi liderança da Igreja Católica. Quanto a Dahir, depois de se graduar para o magistério e em curso de Letras, dedicou 29 anos para o ensino público (Escola Dom Bosco e Colégio Estadual de Iporá e que depois se tornou Colégio Elias Araújo Rocha). Dahir atuou em práticas inovadoras de hipnose e acumputura. Outra filha de Joaquim Berto teve o mesmo nome da mãe: Ricarda. Esta, ainda jovem, conheceu o baiano Júlio Herberto da Costa Pinto, um médico que vinha a esta região para curar as pessoas e era dos poucos a exercer esta profissão nesta região, atendendo nas casas, quando a localidade ainda não tinha hospital. Ricarda foi esposa de um homem importante para Iporá. Dr. Júlio chegou sozinho e aqui, além da medicina que fazia com amor, se tornou fazendeiro e foi eleito vereador e chegou a presidente da Câmara Municipal de Iporá. O filho caçula de Joaquim Berto teve o nome de: Joaquim Lucas Goiano de Araújo. Este optou por vida em Goiânia, onde se tornou farmacêutico e professor universitário. Ao se entrosar tanto com a sociedade iporaense, o patriarca Joaquim Berto encontrou a Maria Cardoso de Araújo (Nenem) e a acomodou em sua viuvez, em um segundo casamento dele, do qual ainda nasceram dois filhos: Eleuza Regina de Araujo, professora que se casou com Volnei de Souza. O outro filho teve nome que mostrou toda criatividade e inspiração de Joaquim Berto. Seu filho se chamava Goiás Americano do Brasil, que se casou com a Marizilda e foi empresário em Goiânia. Quanto ao patriarca Joaquim Berto, que tanto contribuiu com Iporá, faleceu com pouca idade, ainda antes dos 60 anos. (Foto pág. 23)