Texto de Pedro Vinicius Barreto Souza e Ana Paula Ferreira
O pesquisador científico DR. Alexandre Faisal Cury, destacou em sua coluna no Jornal da USP que o Departamento de Pediatria da Universidade de Alberta, no Canadá, apresentou dados de uma pesquisa que avalia o impacto negativo da exposição excessiva as mídias digitais. “As crianças que ficavam duas horas ou mais em frente à tela apresentavam cinco vezes mais risco de ter problema de comportamento e seis vezes mais chance de apresentar problemas como déficit de atenção. A associação entre tempo de tela e a morbidade comportamental foi mais importante que qualquer outro fator de risco”, ressalta.
Através dessa informação e a observação do aumento significativo de crianças com necessidades educacionais especiais nas nossas Unidades Escolares Municipais viemos trazer esse artigo para conhecimento, compreensão e alerta a todos os pais e/ou responsáveis. Não estamos afirmando o motivo desse cenário atual, mas acreditamos que esse ALERTA irá contribuir com a gestão das tecnologias em nossas casas a partir de agora.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as sequelas do uso excessivos do smartphone, principalmente em relação ao uso precoce e exposições prolongadas, acabam por alterar o comportamento e desenvolvimento das crianças de forma significativa. Mediante tal fator, destacamos algumas orientações sobre o uso de aparelhos eletrônicos, com fundamentação em diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Academia Americana de Pediatria (AAP), abordando idade de início do uso, mediação de tempo, conteúdos e sugestões de atividades que possam manter crianças afastados por mais tempo das telas.
Pesquisas destacam urgência de se discutir o tema e a amplitude dos riscos envolvidos, principalmente por conta dos desenvolvimentos de diversos transtornos relacionados à saúde mental e problemas comportamentais, segundo os atuais critérios do CID-11 sobre dependência digital.
No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não é saudável que a criança passe mais de 2 (duas) horas por dia em frente de um dispositivo eletrônico. Além disso, esses aparelhos podem interferir na socialização, na relação com os adultos e até mesmo no desenvolvimento cognitivo.
Apesar de os recém-nascidos serem capazes de perceber telas brilhantes, a interação com a tecnologia não é apropriada nesta fase. Esse cuidado é fundamental, pois a exposição excessiva a essas telas pode afetar a capacidade de concentração e de atenção das crianças nesta fase. Na verdade, é recomendado que as crianças de até 2 (dois) anos não fiquem diante das telas por mais de uma hora por dia.
Segundo o Quadro 1- Manual de Orientação – Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021) os principais problemas médicos e alertas de saúde de crianças e adolescentes na Era Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, são:
A utilização de tecnologias deve ser feita de forma equilibrada, de acordo com a idade e o desenvolvimento das crianças. Vale ressaltar que a interação com outras pessoas, a socialização e o convívio são fundamentais para o desenvolvimento das crianças, portanto, é importante que elas não fiquem muito tempo expostas às tecnologias, principalmente aos smartphones.
Nessa perspectiva, é importante considerar que as crianças brinquem e aprendam juntas, tendo nas mãos um brinquedo, seja ele: uma bola, um carrinho ou um animal de pelúcia. A partir deste contato, elas começam a estabelecer suas relações interpessoais na infância e isso se reflete em suas interações sociais durante a vida toda. Deve-se considerar que a interação social é fundamental para o desenvolvimento das crianças, sendo que as brincadeiras são uma excelente oportunidade para elas irem para além dos grupos de amigos que já fazem parte de seu mundo.
Por fim, é importante ressaltar que as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento das crianças, principalmente em idade entre 4 e 5 anos, início de sua vida escolar, pois além de promoverem a interação social, fazer novos amigos e, consequentemente, expandir seus horizontes. Essas práticas também são previstas em Documentos Curriculares, que estabelecem Campos de Experiências com objetivos de desenvolvimento e aprendizagem que estimulam além do comportamento, o desenvolvimento cognitivo das crianças através das brincadeiras.
É perceptível salientar que a educação escolar tem vivificado um processo drástico de mudanças, aspectos esses, que estabelece que as escolas repensem suas práticas educativas.
Na Educação Infantil, assim como nas demais etapas de escolaridade, as crianças precisam ter acesso a variadas técnicas e estratégias de aprendizagem, mas a parceria da família em relação a rotina em casa também é essencial. Por isso esse alerta em relação a exposição excessiva as mídias digitais. Seu filho vem demostrando algum comportamento atípico em casa ou na escola? Vamos observar qual a rotina dessa criança, quanto tempo está exposta ao smartphone, a televisão, ao tablete, aos jogos. Essas crianças estão brincando? Estão ficando expostas a luz natural, com atividades físicas? Estão realmente sendo crianças? Vale a pena essa reflexão!
Como estamos conduzindo a educação digital de nossos filhos?
Sobre os autores
Pedro Vinicius Barreto Souza é, atualmente, mestrando em Gestão, Educação e Tecnologia pela UEG – Universidade Estadual de Goiás, UnU – Luziânia. COACH pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coach. BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO – ADMINISTRADOR regulamente registrado pelo CRA-GO (Conselho Regional de Administração) sob o número 16.331 – (2013); BACHAREL EM TEOLOGIA. LICENCIADO EM MATEMÁTICA. LICENCIADO EM LETRAS. LICENCIADO EM PEDAGOGIA. Especialista em MBA GESTÃO DE PESSOAS pela FAI – Faculdade de Iporá (2013); Especialista em DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR / DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA – FABEC – Faculdade Brasileira de Educação e Cultura (2014); Especialista em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL – FABEC – Faculdade Brasileira de Educação e Cultura (2018); Especialista em EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – UNIP – Universidade Paulista (2019); DISSEMINADOR EM EDUCAÇÃO FISCAL pela ESAF – Escola de Administração Fazendária – DF (2011). Atualmente trabalho como professor concursado pela Secretaria Municipal de Educação da Cidade de Iporá. Delegado do C.R.A/GO – Conselho Regional de Administração do Estado de Goiás no município de Israelândia/GO; Professor Universitário (FAI/GO). Tutor dos cursos de bacharéis e gestão na UNIP – Universidade Paulista.
Ana Paula Ferreira é coordenadora pedagógica de inclusão do município de Iporá, Mestranda em Gestão, Educação e Tecnologia pela UEG-Luziania; Pós graduada em Psicopedagogia; Pós graduada em Educação Infantil e Séries Iniciais; Pós graduada em Docência do Ensino Superior; Pós graduada em Gestão Escolar;
Pós graduada em Educação a Distância e Tutoria EAD; Graduada em Licenciatura em Pedagogia; Graduada em Comunicação Social- Publicidade e Propaganda; Técnica em Agropecuária.