A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de nº 2241-40, incluiu, no dia 17/02/2020, o Profissional de Educação Física na área da saúde – o que demonstra um importante reconhecimento para a categoria. Esse é um dos fortes argumentos para os do segmento de academias em Iporá pleitear que não fiquem fechados nesse tempo de pandemia.
Atividades físicas sem contato físico e por saber que o suor não transmite Coronavírus, reforçam o argumento de que as academias de ginástica devem ficar abertas nesse tempo de pandemia. A preocupação principal é que todos mantem a distância entre si. Em Iporá, os donos de academias estão unidos nesta argumentação.
Segue texto redigido por eles sobre o assunto:
Nos dias de hoje está claro que a cidade de Iporá respira atividade física. Dispomos de academias e profissionais preparados para entregar saúde para seus alunos. O fato é que, nesse momento difícil que estamos vivendo, todas as academias da cidade estão fechadas, o que redobra a preocupação, por três motivos: saúde mental, física e social.
Mesmo nesse momento de incertezas e medo, em que o risco de contaminação é próximo em qualquer ambiente, o exercício é essencial já que, se feito adequadamente, de forma coordenada e constante, fortalece a imunidade e diminui o risco de adoecimento. As sessões de exercícios funcionam como doses de vacina que mantém a imunidade fortalecida por uma janela de tempo (1). Assim, se repetidas periodicamente, levam a um menor risco de adoecimento, que chega ser 50% menor, quando comparados com pessoas fisicamente inativas (1).
As duas maiores causas de mortes no país são as doenças cardiovasculares e o câncer. Nesse sentido, sabemos que pessoas que praticam exercício têm um risco 33% menor de morrer por doenças cardiovasculares(2). No caso do câncer, as evidências mostram que o risco de morte chega a ser 50% menor em pessoas fisicamente ativas quando comparadas às inativas(3).
Outro problema grave da nossa população é o Diabetes, uma das principais causas de morte e incapacidade do Mundo(4) e que afeta grande parte da nossa população. Aqui cabe lembrar que somos o País com a quarta maior quantidade de diabéticos do Mundo e temos mais da metade da nossa população com problemas de glicemia(4).
Todos os problemas de saúde citados acima são graves, porém um problema sensível e silencioso tem se agravado durante a pandemia, os transtornos de humor; crises de ansiedade, síndrome do pânico e depressão vem se agravando e surgindo em pessoas que eram saudáveis na nossa cidade. É comprovado cientificamente que o risco de desenvolver depressão aumenta de 20 a 30% em pessoas fisicamente inativas(5).
É importante destacar que o sedentarismo é a principal causa de morte do Mundo! A inatividade física pode ser considerada o principal problema de Saúde do Século 21(6). Desse modo, é notório que a inatividade física eleva sobremaneira o custo com gastos com a saúde, afeta de forma trágica famílias que dependem de seus empregos nas academias da cidade e pessoas donas de empresas que sofrem com algumas dessa doenças e por recomendação médica tem como principal tratamento o exercício físico orientado.
De fato tudo isso é uma bola de neve, porém é inegável que o setor de academias é fundamental nesse momento de enfrentamento do covid-19. Reconhecendo a importância do nosso segmento, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de nº 2241-40, incluiu, no dia 17/02/2020, o Profissional de Educação Física na área da saúde – o que demonstra um importante reconhecimento para a categoria. Outro importante e merecido acontecimento para nós profissionais de Educação Física foi o decreto 10.344 de 11 de Maio de 2020 assinado pelo Presidente da república onde nos inclui como atividade essencial.
Diante do apresentado, defendemos que os locais para prática de atividade física já são considerados atividades essenciais. Locais como academias, centros de atividade física, estúdios e outros são locais importantes onde muitas pessoas realizam atividade física de maneira sistematizada e supervisionada, dois aspectos importantes para sua eficiência e segurança. O possível risco de contaminação pode ser controlado por meio de ações direcionadas e pontuais, como controle de distanciamento, higienização, aglomeração de pessoas e principalmente a conscientização dos praticantes. E esses riscos controláveis são incomparavelmente inferiores ao risco de manter uma grande parte da população fisicamente inativa. As academias de Iporá estão unidas e cada vez mais forte no único proposito que é entregar saúde e qualidade de vida para nossa população.
1. Nieman DC, Wentz LM. The compelling link between physical activity and the body’s defense system. J Sport Heal Sci [Internet]. 2019 May 1 [cited 2020 Apr 21];8(3):201–17. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31193280
2. https://expertscape.com/ex/resistance+training
3. Hardee JP, Porter RR, Sui X, Archer E, Lee IM, Lavie CJ, et al. The effect of resistance exercise on all-cause mortality in cancer survivors. Mayo Clin Proc [Internet]. 2014 Aug [cited 2020 Apr 21];89(8):1108–15. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24958698
4. http://lattes.cnpq.br/1035626376037407
5. Schuch FB, Vancampfort D, Firth J, Rosenbaum S, Ward PB, Silva ES, et al. Physical activity and incident depression: A meta-analysis of prospective cohort studies. Am J Psychiatry [Internet]. 2018 Jul 1 [cited 2020 Apr 21];175(7):631–48. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29690792
6. Blair SN. Physical inactivity: The biggest public health problem of the 21st century. Vol. 43, British Journal of Sports Medicine. 2009. p. 1–2