Reunidos em Assembleia Geral na manhã desta segunda-feira, professores e servidores administrativos da Rede Estadual de Educação, inclusive com representação da região de Iporá, aprovaram o fim da greve da categoria, iniciada no dia 13 de maio.
“O fim da greve não significa o fim da luta, pelo contrário, não abrimos mão de conversar com o governador Marconi Perillo para discutirmos a nossa pauta, principalmente dos servidores administrativos, que não tiveram nenhuma proposta”, afirmou a presidenta do Sintego, Bia de Lima, durante a Assembleia.
Os trabalhadores reivindicam quatro pontos emergenciais: pagamento do Piso salarial dos professores, de acordo com a Lei 11.738/08; pagamento da data-base dos administrativos; pagamento dos salários dentro do mês trabalhado e realização de concurso público.
Destes quatro pontos, o governo começou a pagar o Piso com o reajuste de 13,01%, em julho, mas em desacordo com a legislação, uma vez que somente os professores PI, PII e do Quadro Transitório do Magistério receberão retroativo a janeiro, conforme estabelece a legislação. Os docentes PIII e PIV só receberão a partir de maio, e ainda por cima, em 10 parcelas, a partir deste mês. Com esse novo calote, as perdas para os professores PIII chegam a R$ 2.827,92 e para os PIV, a R$ 3.188,48, não incluindo os ganhos individuais.
Sobre os salários, mesmo mudando a forma de pagamento, não contempla toda a categoria, por estabelecer teto para quem vai receber dentro do mês.
Com relação à data-base dos administrativos, o governo não fala sobre data para pagamento. E concurso público parece estar fora do dicionário do governo.
Agenda com o governador
Na última audiência com a secretária Raquel Teixeira, o Sintego foi informado da possibilidade de um encontro com o governador e, de acordo com Bia de Lima, há alguns encaminhamentos que serão tratados, como a readequação das tabelas dos administrativos, o Projeto de Lei do Quadro Transitório, vale transporte para os trabalhadores onde há transporte público e os pontos da pauta que levaram à greve.
“Ao propor o fim da greve, fizemos com a certeza de que saímos mais fortalecidos para lutarmos pelos nossos direitos. A reação do governo, com retaliações aos contratos temporários, militarização das escolas e até mesmo a suspensão da nossa consignação mostra que a greve foi positiva. O recuo é estratégico, vamos continuar a luta”, afirma.