O que é referenciado no dia 20 de novembro já mereceu da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Iporá, um evento. Isso foi na última segunda-feira, dia 16 de novembro, com a presença de pessoas importantes para discutir a questão da Consciência Negra. O dia 20 de novembro é data nacional da Consciência Negra.
Na UEG, na última segunda-feira, o evento contou com Marta Quintiliano, (cotista quilombola da UFG), apresentando a experiência de negros e índios na Universidade. Contou com a presença da Erika Pereira dos Santos, do (Pro-afro-Goiânia), com uma oficina, fazendo Ojá (turbantes) Moda e estética negra. E teve também um Minicurso, com o tema Cartografia do continente africano sobre a orientação do Professor Ricardo Assis, (Geografia Campus Iporá).
A noite foi marcada por uma roda de conversa, sobre a coordenação do professor, Eduardo Moséis Humbane da (Universidade Pedagógica – Moçambique-África). O professor Eduardo deu início a conversa fazendo uma reflexão sobre o ativista, Steve Biko, pensador sul-africano, “que nos ensina que aquele que assume a sua consciência negra necessariamente caminha no sentido de sua libertação psicológica a física”. Ele fez referência à importância do ensino dizendo que “as potencialidades da educação não só enquanto espaço para a autoafirmação do negro, mas também para desconstruir a mentalidade racista naqueles que a tem”. A roda de conversa fluiu envolvendo todos no dialogo, muitas das falas era argumentativa sobre a necessidade de ressignificar os conceitos pejorativos construído sobre o negro brasileiro.
A parte cultual contou com apresentação de capoeira organizada pelo Mestre Carlos Toledo. Desfile da beleza negra com participação de acadêmicos e comunidade teve também música exposição de poesia e livros sobre a temática. Para representar a culinária afro-brasileira foi servido uma saborosa Feijoada.
O evento foi organizado e coordenado pela Professora Madalena Freitas e pelos acadêmicos do curso de História UEG Campus Iporá.
REFLEXÃO DA UEG SOBRE CONSCIÊNCIA NEGRA
Comunidade e universidade com diálogos a caminho de uma consciência racial
No Brasil as populações negras estiveram excluídas ao longo da História, numa situação de subordinação durante os quase trezentos anos de escravidão, após a abolição não estabeleceu leis e políticas para reparação aos danos causados pela condição do cativeiro. Para amenizar a situação a sociedade brasileira procurou camuflar o racismo com o mito da democracia racial negando a existência do mesmo.
A tomada de consciência dessa realidade estimula iniciativas com ações construtivas sobre os negros no Brasil. Foi por meio das lutas constituídas pelos movimentos negros, que o Estado brasileiro reconheceu essa realidade e instituiu em 2003 a Lei Federal 10.639/03, tornando obrigatório em estabelecimentos de ensino público e privado, o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Tornando o dia 20 de novembro como dia Nacional da Consciência Negra, em memória a Zumbi dos Palmares, representante da resistência negra contra a escravidão do Brasil Colonial, morto pelas forças governamentais, no ano de 1695, no Quilombo dos Palmares.
Na UEG Campus Iporá, essa data vem sendo comemorada desde 2009, como atividade do curso de História e de 2012 à 2014 desenvolveu-se como parte do projeto de extensão, História e Racismo: Abordagem para Construção da Identidade, coordenado pela professora Madalena Freitas. Nesse ano a atividade foi transformada na modalidade de Extensão como EVENTO.
