Os protestos contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241 ecoam com força entre estudantes do Campus Iporá do IF Goiano. Essa noite passada foi de protestos que iniciaram na tarde e prolongaram-se por uma noite que passaram acampados. Nesta manhã, ainda lá estão os estudantes!
Enquanto em Brasília a classe política planeja congelar os recursos investidos em serviços públicos por vinte anos, os protestos ganham força em todos os segmentos. No IF Goiano, escola federal em Iporá, os estudantes tomaram a decisão de ocupar a instituição.
Ao contrário das outras manifestações relacionadas ao assunto e que foram promovidas por servidores da instituição, o protesto desta noite foi uma iniciativa dos próprios alunos.
A estudante Eduarda Silva relata que os professores sempre comentam sobre questões políticas e sociais: “Eles nos informam sobre essas questões e também sobre as lutas em outras escolas, mas como eles mesmos disseram, a iniciativa de fazer algo tem que ser nossa também”, relembrou.
Em espaços de salas e laboratórios os alunos aprenderam a efetuarem ações dentro do movimento estudantil. Eduarda contou ainda que a ideia da manifestação surgiu nos grupos de mensagens instantâneas e redes sociais, primeiramente, como forma de apoiar a manifestação prevista para essa sexta-feira, 14, em Iporá, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego).
Durante o dia, os estudantes confeccionaram cartazes, realizaram manifestações nas margens da GO-060, onde fica localizado o campus. Esses estudantes foram também a outras escolas públicas para incentivar os alunos a participarem do movimento desta sexta-feira e planejaram novas ações. Foi durante essas atividades da quinta-feira que decidiram pela ocupação do campus, à noite.
A aluna Carolina Faloni Ferreira dos Santos disse que as manifestações têm origem na indignação dos estudantes com os políticos brasileiros. “A PEC 241 vai reduzir o que já é reduzido, como os recursos da educação e da saúde; e essa precariedade vai fazer com que os mais pobres fiquem numa situação ainda pior”, afirmou ela.
O aluno Rodovalho Gonçalves do Nascimento Júnior disse que as manifestações buscam mostrar que “quando elegemos parlamentares, queremos que lutem por nossos direitos e não por interesses próprios, e é isso que estamos cobrando deles”.
Além da cobertura da mídia local, Carolina Faloni Ferreira dos Santos contou que os protestos estão ganhando visibilidade nas redes sociais. De acordo com ela, “por mais que Iporá seja uma cidade pequena, por meio das redes somos ouvidos em outros lugares, tanto que estudantes de outros campi e universidades estão entrando em contato”.
Nessa sexta-feira, os alunos vão se juntar à manifestação organizada pelo Sintego, na Praça do Trabalhador, centro de Iporá. Para chegar ao centro da cidade, vão fazer uma passeata com os cartazes e faixas que produziram.
Foto do amanhacer desta sexta-feira