Nesta quinta-feira, 27, as ações de alunos, professores e técnicos do Campus Iporá do IF Goiano estão intensificadas em protesto contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241, ora em tramitação no Congresso Nacional.
A entrada do Campus está sinalizada e bloqueada. Internamente não estão havendo aulas. As salas estão lacradas com cadeados. Ao invés de aula, terão entre eles atividades de politização e na área cultural.
São dois movimentos diferentes: um dos alunos e outro dos professores e técnicos. Ambos estão anunciando greve a partir da semana que vem, na segunda ou terça. De imediato, não há a greve, uma vez que estão cumprindo prazo previsto em lei.
O movimento dos alunos teve no dia de ontem, quarta-feira, muita movimentação e, inclusive, também com participação de discentes do Colégio Estadual Ariston Gomes, mas que foram reprimidos, segundo informação, por conselheiros tutelares de Iporá. Na Câmara Municipal, no horário da sessão desta quarta-feira, os estudantes fizeram ato político, clamando por apoio dos vereadores e de toda classe política local. Lá estiveram, acompanhados pelo professor Michel Rezende da Silveira e professor Leonardo Lossol.
Nesta quinta-feira os estudantes sinalizaram a portaria do Campus e interditaram a entrada. Cadeados foram colocados na entrada de dois blocos. Em seguida, se dirigiram para o auditório, onde permanecem. Uma reunião nesta quarta-feira, 26, de 330 alunos decidiu-se por greve, mas a partir da semana que vem.
Da parte dos professores, em um outro movimento, mas em harmonia com o dos alunos, estão agindo conforme orienta o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica Profissional e Tecnológica (Sinasefe). Foi decretada uma greve, documentada em ata, e que cumpre prazo para ter início. Em estado de greve, segundo informam os professores Leonado Lossol e Michel Rezende, não estarão ociosos e sim, engajados em um cronograma de ações do movimento de articulação política para reverter essa decisão do Governo de aprovação da PEC 241 e de corte nos recursos para a educação e para todos os demais serviços públicos federais.
Segundo Michel Rezende e Leonardo Lossol, professores do IF Goiano, haverá uma plenária nacional na semana que vem entre professores. Eles informam que a categoria está tentando reunir com autoridades do Ministério da Educação e, principalmente, do Governo Federal, mas estão encontrando dificuldades.
Os professores salientam que o Governo Federal investiu mais de 50 milhões na construção do IF Iporá. Atualmente, sua folha de pagamento passa de 1 milhão de reais. Com a aprovação da PEC 241 a infraestrutura será sucateada e a injeção de dinheiro na cidade pode diminuir, causando prejuízos para toda população iporaense.
A PEC 241 congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas públicas e tentar superar a crise econômica. A medida já foi aprovada na Câmara dos Deputados e segue para o Senado.
Cadeado em porta para que não haja atividades
