O uso de animais para ir à Festa do Divino Pai Eterno, em Trindade, está aumentando a cada ano entre iporaenses. Neste 2015 são 112 romeiros que, em mulas ou burros, animais resistentes à longas distâncias, estão se dirigindo para aquela cidade, cuja festa religiosa será no primeiro domingo de julho.
Os romeiros saíram nos últimos dias. As Comitivas estão assim constituídas:
Comitiva do Bugre – 19 integrantes
Comitiva dos Tropeiros – 18 integrantes
Comitiva da Amog – 20 integrantes
Comitiva do Divino Pai Eterno – 30 integrantes
Comitiva do Dr. Esmar e amigos – 25 integrantes
Total = 112 romeiros
A reportagem do Oeste Goiano acompanhou a saída de uma das comitivas. Estivemos acompanhando os preparativos e largada dos muladeiros da região do Bugre. Na noite do dia 23 de junho, terça-feira passada, os 19 integrantes da comitiva e seus familiares se reuniram na residência de um dos seus integrantes, senhor João José, na Fazenda Bugre. Ali juntaram os animais, prepararam tudo que diz respeito ao apoio aos romeiros, em caminhão que os acompanha, na assistência.
A noite que antecedeu a partida foi de missa celebrada pelo padre Rodrigo Antônio e jantar para a despedida dos familiares e amigos. Na manhã seguinte, partiram na direção de Iporá. Tomaram na cidade o café da manhã servido pelo empresa Agrovida. Seguiram para o primeiro pernoite, no povoado de São Sebastião do Rio Claro (Mandioca Assada), município de Moiporá. A partir de então são nove dias de um percurso de cerca de 350 kilometros, seguindo quase sempre em estrada de chão, nas proximidades da GO-060.
João José, um dos líderes da Comitiva do Bugre, relatou para a reportagem do Oeste Goiano que este é o sétimo ano de ida à Trindade em animais. Conta que o número de integrantes da comitiva de ida à Trindade vai só aumentando. No primeiro ano eram apenas 3.
“Nosso gesto é de devoção”, relata João José. Ele estava emocionado na saída da Comitiva. Contou-nos que é sempre uma grande alegria essa ida à Festa do Divino Pai Eterno. “Por onde passamos somos muito bem recebidos”, diz ele, destacando que são acomodados por pessoas que, às vezes, nem os conhecem. Por saber do objetivo da viagem recebem bem os romeiros e oferecem acomodação. Ele relata que em cada noite, após o banho, tem a reza do terço. Destaca ainda que ninguém maltrata os animais. Inclusive, cada um leva um segundo animal para revezamento na montaria. Ele afirma que a maior alegria é quando chegam em frente à Basílica, em Trindade, local aonde são recebidos por um padre. Ali, completam o ato de devoção ao participar da missa.
Outros dois membros da Comitiva do Bugre, o odontólogo Divino Barbacena e o produtor rural Paulo Miranda também nos falaram de sua alegria de todos os anos integrar a comitiva. Estavam também muito felizes na partida, destacando a oportunidade de reflexão e de devoção de uma longa viagem como esta, para a qual passam o ano se preparando.
Instante de oração, com o padre Rodrigo, antes da partida