Ninguém ganha sem nada propor. Em troca do voto há sempre um compromisso de trabalho para os próximos 4 anos. Agora os eleitos precisam se debruçar sobre o que foi prometido e, a partir de primeiro de janeiro, data da posse, começar a cumprir os compromissos. Isso será possível? Nem sempre. Ou quase sempre é impossível de se cumprir integralmente as promessas feitas aos eleitores, os quais já estão se acostumando a ver não se concretizar, no final de quatro anos, os compromissos que foram empenhados enquanto se buscava os votos.
No convencimento ao eleitorado a tônica do que é dito pode ser sincera ou de venda de ilusões. Existe o que pode ser feito. Mas é comum vermos candidatos usar do campo fértil de mentes desinformadas para propor o impossível. O que é dito em campanha pode ir de uma vaga carta de intenções ao específico de nominar as obras que serão feitas. O mais comum é falar em apoios, sem o contencioso quantitativo. Nesse sentido, vago e subjetivo, o eleito pode se desculpar bem, no final. Mas muita coisa do que há de escrito em planos de governo especificou claramente aonde se quer chegar. É isso que será mais cobrado.
O lamentável em muitas ocasiões é que não se leva em conta algo importante chamado de ORÇAMENTO. Esse é o limite para se saber do que é possível. Poucas vezes ouvimos um candidato na região do Oeste Goiano trabalhar suas ideias em cima do que se tem de receita municipal. Se não há esse parâmetro do ORÇAMENTO, ficam fáceis os devaneios de cada um que busca votos. A escapatória de dizer que parcerias são buscadas externamente também não cola. Aonde se for buscar essas parcerias também haverá a limitação de orçamento.
Mas fica a torcida para que compromissos (ou promessas) de campanha sejam cumpridos. Quem sabe haja aumento geral de receitas públicas no país. É tarefa do eleitor e da imprensa fazer essa cobrança do que foi prometido em campanha. Isso certamente será feito. Quem sabe seja esta mais uma lição para fazer o eleitorado despertar para o que é possível, de fato. O eleitorado, que tantas vezes erra, na escolha de governantes, também vai aprendendo a ser mais racional no exercício da democracia. (Valdeci Marques)