Chegou em Iporá no último dia 12, o casal de holandeses Alex Engbers e Ankie Ligteringen Engbers. Eles vieram para o Brasil e, especificamente para Iporá, atendendo a um pedido do filho de 18 anos, que quis conhecer sua mãe biológica, Eva Aparecida Nunes. Essa é uma história interessante! O rapaz de 18 anos, que em Iporá foi registrado como Flávio Aparecido Nunes, e que na Holanda recebeu no seu documento o nome de Nanco Engbers, está em Iporá com sua família adotiva: os pais e sua irmã, uma chinesa de nascimento e que também foi adotada.
Nanco Engbers é um rapaz bem encaminhado na vida, sereno e que, na avaliação do pai adotivo “é bom filho e sabe o que quer”. Está quase adentrando na faculdade para se formar em assistente social. Ele mostra satisfação de conhecer a mãe e programa que, a partir de agora, pretende retornar a Iporá mais vezes. Perguntado sobre o que achou da cidade, disse ser pequena, mas agradável. Eles moram numa cidade grande da Holanda. É perceptível a emoção entre todos os membros das duas famílias que se encontraram e estão passando juntos alguns dias deste mês de julho.
A história
Em Iporá, o Padre Wiro Van Vliet, que foi pároco na cidade por 45 anos e que faleceu a 4 anos atrás, tinha uma prática que era muito conhecida por todos. Ele fazia o encaminhamento de crianças recém-nascidas para adoção por famílias europeias, especialmente por holandesas. O padre, tal como o casal Alex Engbers e Ankie Ligteringen Engbers, também era holandês. Em dezenas de casos, famílias que tiveram filhos e que viviam em condições precárias, deixaram que os recém nascidos fossem encaminhados para adoção. O Padre Wiro fez muitas intermediações para essas adoções. Eva Aparecida Nunes, a mãe de Nanco Engbers, conta que sua história é mais uma dessas, igual a tantas outras. Eva não gosta de entrar em detalhes sobre as dificuldades que viveu naqueles tempos. Aquele era o ano de 1995.
O recém-nascido foi parar na Holanda. Cresceu e foi educado numa família que demonstra ser muito harmoniosa. A reportagem do Oeste Goiano falou com todos os membros das duas famílias, numa sala do Grand Hotel, onde a família de Alex Engbers está hospedada. Com a ajuda de uma intérprete (Professora Andrea Carvalho / Oaktree English School) tivemos uma demorada conversa. Alex Engbers é um bem humorado jornalista. Ankie Ligteringen Engbers, uma simpática senhora, é atenta a tudo. Ela foi uma pesquisadora na internet e que facilitou o encontro entre todos. Pelo Facebook, Ankie encontrou Eva Aparecida Nunes e depois o filho encontrou a mãe biológica, também no Facebook.
Enquanto muitos dos casos de adoção com intermediação do Padre Wiro foram de separação definitiva entre mãe e filho, no caso de Eva e Nanco Engbers foi diferente. Mesmo antes do uso mais diário da Internet, entre essas duas famílias havia algumas trocas de informações por meio do Padre Wiro e das pessoas que trabalhavam na casa paroquial. Ankie Ligteringen Engbers, a mãe adotiva, conta que nos sete últimos anos de vida do padre, quando já estava doente e com problemas de memória, essa troca de informações entre as famílias ficara mais difícil. Esse esforço de comunicação existia porque a mãe adotiva sempre foi sincera com o filho. Desde pequenino, dizia a ele que viera do Brasil e tinha uma mãe que morava neste país.
Nanco Engbers afirma que só a partir dos 14 anos é que se interessou pelo assunto. Quis conhecer a mãe. Foi prontamente atendido pelos pais. Estão visitando a casa de Eva Aparecida Nunes, na Vila Brasília. A mãe de sangue tem a sua família, inclusive dois filhos, uma moça e um rapaz cujo nome é Marcos também foi adotado, porém por uma família iporaense. Os irmãos também estão se conhecendo. Marcos, o irmão de Nanco Engbers, conta que “é uma emoção, a gente não fala a língua dele e ele não fala Português, mas nem precisa, é muito bom”. Estão todos felizes, incluindo o avô de Nanco Engbers, o pai de Eva, o senhor Odílio José Nunes, satisfeito de conhecer o neto e sua família adotiva. Eles ficarão na cidade até o dia 30 desse mês, e enquanto isso, estão explorando as belezas naturais da região, contando com o auxílio da estrutura do Grand hotel que, entre muitas facilidades, oferece, inclusive, intérprete.
A professora Andrea Carvalho sugeriu que, para que a família adotiva possa acompanhar a publicação desse artigo fosse aqui apresentado o texto desta reportagem em Inglês:
Emotion takes place at the gathering of mother and son 18 years after adoption
On July 12th arrived in Iporá a Dutch couple named Alex Engbers and Ankie Ligteringen Engbers with their two adopted children. They came to Brazil specifically to Iporá on the request of their 18 year old child who wished to meet his biologic mother, Eva Aparecida Nunes. That’s a very interesting story! The 18 year old boy, who in Iporá was baptized as Flávio Aparecido Nunes and in Holland received the name of Nanco Engbers, is in Iporá with his adoptive family: his parents and his sister, a Chinese girl who is also adopted.
Nanco Engbers is a well directed boy, looks serene and in his adoptive father evaluation “he is a good son and knows what he wants”. He is one step to university and will be a social worker. He shows satisfaction in meeting his biologic mother and plans to come to Brazil again. When asked what he thinks about Iporá, he answered that it’s small but pleasant town. They live in a big city in Holland. The emotion among the members of both families that met and are spending some days together this month is remarkable.
The story
In Iporá, the priest Wiro Van Vliet, who was a vicar during 45 years and died 4 years ago, used to direct new-born children to be adopted by European families, especially to Dutch ones. At that time, this practice was known by all citizens in Iporá. The priest, such as the couple, was also Dutch. In dozens of cases, families that were living in precarious situation and happened to have children allowed the new-born children to be adopted. The priest Wiro intermediated many children to adoption. Eva Aparecida Nunes, the biologic mother of Nanco Engbers, told us that her story is one of those, similar to so many others. Eva doesn´t like to get into details about the difficulties she lived at that time. That year was 1995.
The new-born boy went to Holland. Grew up and was educated in a family that demonstrates to be quite harmonious. The Oeste Goiano reporter spoke to all members of both families in a room at Grand Hotel where Alex Engbers’ family is hosted. With a translator’s help (Andrea Carvalho / Oaktree English School) we had a long conversation. Alex Engbers has a very good sense of humor and Ankie Ligteringen Engbers is a friendly lady, attentive to everything around her. She was the searcher at the internet which made it easier to the reunion between them all happened. Through facebook Ankie found Eva Aparecida Nunes and afterwards her son found his biologic mother, also at facebook.
Whilst many cases of adoption with the intermediation of Priest Wiro were about total and definitive separation between mother and child, with Eva and Nanco´s case it was different. Even before the daily use of the internet, there was communication between these two families through priest Wiro and staff from the parish house. Ankie Ligteringen Engbers, the adoptive mother, told us that in the last seven years of life of the priest when he was ill and with memory problems, the exchange of information between both families became pretty difficult. The effort to keep the communication was thanks to the adoptive mother who was always frank to her son. Since he was a small boy, she used to tell him that he is from Brazil and that he has a biologic mother who lives in this country.
Nanco Engbers says that only after he was 14 years old he got interested about this subject and wished to meet his biologic mother and was promptly attended by his parents. They have been visiting Eva´s house daily at Vila Brasilia. His biologic mother has got other two children – a girl and another boy – the other boy named Marcos is also adopted but by a family from Iporá. The siblings are getting to know each other. Marcos, Nanco Engbers’ half-brother tells that “ it’s an emotion, we don’t speak the same language but yet it is so good to be together”.
They are all happy, including the biologic grand-father who is Eva’s father, his name is Odílio José Nunes, and he is very pleased to meet his grand-son and his adoptive family. They will be in Iporá until the end of this month, and meanwhile are exploring the local natural beauties counting on the help of the Grand Hotel‘s structure, which among many facilities also offers translator.
This article was kindly translated by Andrea Carvalho, to the adoptive family.