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História da Assembleia de Deus. Oposições à crença na Fazenda Bugre

Moizeis Alexandre Gomis, autor do livro QUANDO SAMAMBAIA PEGOU FOGO fala de fatos pitorescos. Trata-se da estruturação da Igreja e as fortes oposições que incluiam zombarias, deboches, afrontas, insultos, agressões verbais e físicas e até ameaças de morte.

 PARTE II
“ESTES SINAIS HÃO DE ACOMPANHAR AQUELES QUE CRÊEM”.

Portanto, também nós, visto que temos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta. (Hebreus 12.1).

CAPÍTULO 12

O LIVRAMENTO DE DEUS NA HORA DO BATISMO

Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações. O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os livra. (Salmo 34.6 e 7).

No início da década de 1950, na Fazenda Bugre, município de Iporá, nasceu uma numerosa e dinâmica congregação da Assembleia de Deus, fruto do avivamento de Samambaia. Atualmente é pastoreada pelo evangelista Marcos Valério. A oposição ali contra os “pentecostes”, como sempre acontecia naquela época, ocorria de muitas maneiras: desde zombarias, deboches, afrontas, insultos, agressões verbais e físicas e até ameaças de morte.

Como de costume, as conversões na congregação ocorriam sempre e, em decorrência disto, os batismos eram frequentes e realizados de forma festiva, quando então os conversos eram batizados por imersão nas águas do Córrego do Bugre. Ocasião em que se reunia grande número de pessoas “não crentes”: umas movidas por curiosidade, outras para criticar e havia também as interessadas em ouvir a mensagem do Evangelho.

Foi em uma dessas celebrações de batismos que ocorreu o episódio registrado neste testemunho sobre o providencial livramento de Deus. Uma jovem muito bela, de nome Maria, popularmente conhecida por Mariinha, filha de um fazendeiro da redondeza, tendo ouvido a pregação da Palavra de Deus, se converteu, tornando-se uma fervorosa serva de Jesus Cristo. Logo quis se batizar, desejosa de tornar-se membro da igreja e de participar da comunhão dos santos e da Ceia do Senhor.

Contudo, o seu ex-namorado, inconformado com a mudança ocorrida na vida da moça, que terminara o namoro com ele, em obediência a Palavra de Deus que considera um “jugo desigual” o casamento de pessoas crentes com não-crentes, prometeu que se ela se batizasse a mataria na hora do batismo. Situação esta que não se constituía apenas em uma ameaça chantagista, com o fim de amedrontar a jovem e fazê-la reatar o namoro. Pois naqueles tempos a região era um sertão onde, não raro, prevalecia a lei do revólver ou da peixeira e a violência e jagunçagem reinavam soltas, com assassinatos bárbaros, por motivos fúteis, sobretudo passionais. Raramente, um baile na cidade ou na zona rural, terminava sem mortes violentas ou com pessoas baleadas ou esfaqueadas.

O pastor Divino Gonçalves dos Santos, presidente da Assembleia de Deus de Iporá, recebeu um bilhete anônimo, avisando-o que se batizasse a Mariinha, iria correr sangue no dia do batismo. Apesar de apreensivo com a ameaça, não recuou. No domingo marcado para os irmãos e irmãs descerem às águas batismais, ele estava presente na congregação, que fica a cerca de dezesseis quilômetros da cidade, na época dirigida pelo presbítero Osvaldo Magalhães.

Na hora da celebração do batismo, a congregação local e vários irmãos e irmãs vindos de Iporá, estavam reunidos às margens do Córrego do Bugre, juntamente com um grupo de assistentes, inclusive o ex-namorado da jovem, armado com faca e revólver, firme em seu propósito de assassinar a moça quando estivesse sendo batizada. Também estava presente um jovem conhecido do pastor Divino Gonçalves que, embora não fosse crente, era amigo dos evangélicos, e que já tivera rixas com o pretenso criminoso. Chegando para o pastor disse que se o seu desafeto matasse ou intentasse algum mal contra a moça, ele também morreria, pois iria alvejá-lo com uma bala no meio da testa.

A cerimônia foi iniciada com hinos de louvor a Deus, especialmente aqueles com mensagens pertinentes à redenção em Cristo e ao batismo. Os dois valentões estavam cada um no seu lugar, com as armas expostas na cintura para todo mundo ver e ao alcance da mão: um pensando em atirar na ex-namorada e o outro esperando a hora de executar a vingança.

O momento era de extrema tensão e angústia para o pastor e os seus auxiliares que sabiam do que estava acontecendo. O pastor Durvalino Nogueira era o ministrante do batismo. Quando começou a batizar os candidatos, que iam descendo as águas em fila, ao som de hinos de louvor a Deus, entoados pela congregação, o pastor Divino Gonçalves, impulsionado pelo poder do Espírito Santo, começou a pregar uma mensagem com grande graça e autoridade evangelizando os não crentes, repreendendo os demônios e proclamando o poder salvador do sangue de Jesus Cristo.

Enquanto o clima de ameaça prevalecia, a irmã Maria entrou na água, cruzou as mãos sobre o peito, na posição de ser imersa, virou-se para o seu ex-namorado, fitou-o fixamente, como se estivesse a dizer: “Se quiser, pode me matar, pois estou pronta até para morrer por meu salvador Jesus Cristo, assim como ele morreu na cruz do Calvário por mim”. Naquela hora, durante a pregação, o poder da Palavra de Deus imobilizou tanto o bandido, como o que pretendia matá-lo: ambos ficaram tomados de temor e, desmobilizados e desconcertados, logo esconderam as aramas. O batismo terminou, nem uma gota de sangue foi derramada e Deus foi glorificado por seu livramento sobrenatural!

Algum tempo depois os dois desafetos se encontraram em um baile realizado em uma fazenda nas proximidades. Após uma briga entre eles, o que jurara matar a ex-namorada disse que iria embora para a sua casa, que ficava na margem esquerda do Rio Caiapó, e que não pisaria mais para aquelas bandas do Bugre, avisando o seu inimigo para que também não pusesse os pés do lado de lá do rio, pois no dia que fizesse isso, seria um homem morto.

Passado cerca de um ano, houve uma festa em uma fazenda do outro lado do Rio Caiapó. E lá se foi o moço advertido participar da festança, ignorando o aviso e, ao mesmo tempo, desafiando o seu inimigo. Durante o baile, a certa hora da noite, ambos tiveram uma desavença e o desafiante levou várias peixeiradas. Banhado em sangue, correu para fora da casa, onde caiu. O assassino, antes de ir embora, num ritual de “fechamento do corpo”, para se proteger de futura vingança, ficou dando algumas voltas ao redor da vítima e saltando-a de um lado para o outro, indo e voltando. Depois virou e se foi, deixando-a agonizante no chão. Esta, na ância da morte, sentou-se, sacou o revolver e alvejou o seu assassino pelas costas, que caiu imobilizado atingido por uma bala na coluna vertebral.

O pessoal da fazenda pegou o moço ainda com vida e paraplégico e o escondeu sob uma moita de espinheiros nos fundos do quintal, na esperança de que não fosse descoberto até que seus familiares pudessem socorrê-lo. Mais tarde, porém, quando os parentes do morto chegaram para resgatar o corpo, obrigou o fazendeiro, sob a mira de revólver, a mostrar onde havia escondido o assassino. Ao encontrá-lo, despejaram uma chuva de balas sobre ele, deixando-o morto, com as mãos todas perfuradas de balas enquanto tentava proteger o rosto.

A Bíblia diz que “o ímpio por si se destrói”. O Senhor Jesus mesmo disse: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Quem semeia violência, colherá inevitavelmente, cedo ou mais tarde, a violência semeada. A irmã Maria, porém, colheu a vida eterna em Jesus Cristo e ainda permanece viva depois de meio século, servindo ao Senhor. (Santos, 1995, p. 141).

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