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Iporaense publica livro que fundamenta espiritismo em trechos bíblicos

Anízio Alves de Oliveira, o Anizinho, acaba de publicar o livro EVOLUÇÃO: A NOVA ERA, PESQUISAS E REFLEXÕES BÍBLICAS, de 208 páginas, pela Editora Kelps. A produção independente do autor foi, numa primeira edição, de apenas 120 exemplares. A medida que houver interesse de outros, novos exemplares serão impressos. Nessa primeira edição a distribuição foi gratuita.

O intuito do livro foi colocar em papel um estudo que o autor faz, há vários anos, sobre a fundamentação do espiritismo dentro da bíblia (Velho e Novo Testamento). Anízio expõe trechos bíblicos para dar explicação para a comunicação com os espíritos, reencarnação e outros temas novos dentro da religiosidade e, por isso mesmo, ainda polêmicos. No final da obra, usa trechos psicografados para falar sobre o surgimento de uma nova era.

Análise da Obra

Anizinho, de quem sou amigo há muitos anos e com quem sempre troco impressões sobre a vida e a morte, me apareceu, nos últimos dias, com um belo presente. Era o seu Livro ” EVOLUÇÃO: A NOVA ERA, PESQUISAS E REFLEXÕES BÍBLICAS”. Veio com uma dedicatória carinhosa.

Li o livro em três dias. Na obra o Anizinho mostra que revirou a Bíblia de ponta a ponta. E como a Bíblia é um livro que dá base para múltiplas interpretações, achou lá também os trechos que servem para dar sustentação para as teses espíritas. São dezenas de religiões que se baseiam na Bíblia, cada uma tirando desse livro sagrado as suas diferentes fundamentações. E essa Bíblia que vem do Aramaico, Hebraico, depois Grego, mais adiante Latim e só depois Português, em várias traduções, tem a linguagem, ora direta, ora alegórica, que dificulta para se saber, de fato, a ideia original e real. Quanta dificuldade para se entender! Daí as muitas religiões que nela olham, leêm e tiram as diferentes conclusões.

Anízio mostrou que pode muito bem haver neste livro sagrado do ocidente o embasamento para o espiritismo. O autor deixou de advogar a sua causa com outros trunfos que teria. Para falar de comunicação com espíritos e reencarnação poderia recorrer à História, no início do Cristianismo, quando, por exemplo, o Padre Orígenes falava abertamente de reencarnação usando outra expressão: transmigração das almas. Deixou de falar do concílio católico que, por volta do ano 300 DC, fez abolir essa tese. Quem ler sobre o imperador Justiniano e sua influente esposa Teodora, pode aprofundar no assunto.

O autor não quis também usar trunfos da ciência (parapsicologia, hipnose, etc…) segmento ainda dividido, mas já admitindo essa possibilidade da vida em ciclos. Porém, usou o respeitado Charles Darwin, com sua teoria da seleção das espécies. Entre várias religiões orientais (não citadas pelo autor), a reencarnação é algo admitido. Resta ainda muito debate sobre a comunicação com os mortos, tida em muitos casos como apenas uma manifestação parapsicológica, uma emanação do subconsciente… Quanto ao ectoplasma e a mediunidade fenomênica, dentro de ambientes científicos, já são largamente admitidos.

A obra de Anizio relegou muitos outros trunfos como fator de prova. Restringiu-se à Bíblia. E neste particular o autor mostrou, mesmo sem ter formação acadêmica, que é possível a pesquisa. Deixou claro que o espiritismo pode também se referenciar neste livro sagrado. Ao Anízio falta agora estudar os outros livros sagrados do Oriente: Vedas, Bhagavad Gita, Cabala, Mahabharata, Zend Avesta, Alcorão e tantos outros. Em muitos textos deixados por outros avatares essa ideia de vida cíclica é ensinada, bem como sobre o Karma (lei de causa e efeito), da evolução e da necessidade do cultivo do Bem como forma de alcançar a luz.

O Anizio está de parabéns por ser estudioso. Não fica preso somente no seu quintal. É reflexivo. Vamos repetir com Sócrates: “Uma vida que não pode ser examinada, não vale a pena ser vida”. É certamente isso que Jesus quer de nós. Que a gente olhe pra dentro, que examine, que estude. Infelizmente muitos religiosos jamais leram um livro que não fosse de sua seita. Ficam presos dentro da estreiteza de suas paredes. Parabéns ao Anizio por corajosamente, e sem ufanismo, abrir o debate. Que cada um opine, respeitando a ideia do próximo. E para opinar com sabedoria é preciso estudar mais do que essas doutrinas próximas. Tenham coragem de abrir novos horizontes, de ir mais longe, quem sabe, ao oriente, espiritualmente tão rico! (Valdeci Marques)

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