
A Câmara de Vereadores de Montes Claros de Goiás ficou dividida diante de um Projeto de Lei que pretendia para a cidade aquilo que vem sendo sacramentado em todo país: a adoção da Lei da Ficha Limpa como exigência para que alguém ocupe um cargo de chefia no poder público municipal. A maioria dos vereadores não quiseram a implantação da Lei.
O vereador Enizio José Coelho, o Tuquinha, do PSC, deu entrada na Câmara ao Projeto de Lei da Ficha Limpa. Colocado em votação no último dia 8 de abril, este foi reprovado. Acompanharam Tuquinha, votando em favor da moralidade da Lei da Ficha Limpa os vereadores Luiz Eduardo Carvalho (PMDB), José Carlos Gonçalves, o Bradock (PMDB), Weder Carlos da Silva, o Balico, do PP, além do autor da iniciativa, Tuquinha.
Como o projeto de lei foi reprovado a Lei da Ficha Limpa não precisa ser levada em conta no preenchimento de cargos em Montes Claros. Nos bastidores políticos da cidade consta que o prefeito Vilmar Maciel (PP) tem secretários atuais que se enquadram como “fichas sujas”. Se aprovada a Lei, teria que haver remanejamento de nomes de auxiliares.
Vereadores ligados ao prefeito votaram contra a iniciativa, a exceção de Balico (Weder Carlos da Silva). Contra a implantação da Lei da Ficha Limpa votaram Valdeci Aparecido Gomes da Neiva (PP), Adriano Siqueira (PP), Adelson Casimiro (PP), João Pereira (PP) e Odantes Martins de Oliveira (PSDB), presidente da Câmara que foi o voto minerva (de desempate).
Com este posicionamento, a qualquer tempo, neste e em outros mandatos, o prefeito fica a vontade para nomear auxiliares, sem levar em conta a ficha deste. A Lei da Ficha Limpa surgiu no Brasil com base em uma Ação Popular. Nos municípios, tem sido comum a aprovação desta como forma de reforçar a moralidade na esfera municipal.