Paulo Afonso chorou. Cacildo e Talvani estiveram felizes e emocionados com a homenagem recebida. A noite deste sábado, 12, foi marcante em Amorinópolis. Em meio a programação do aniversário da cidade houve, no Salão Paroquial, a entrega de Títulos de Cidadania para aqueles que, embora não tendo nascido em Amorinópolis, merecem ser considerados como filhos da terra.
O local do evento esteve lotado de populares. A presença de autoridades e de ex-prefeitos trouxe para o momento um saudosismo para a história desta terra. Cleito Costa, presidente da Câmara de Amorinópolis, abriu a sessão solene anunciando a exclusividade da pauta: entrega dos três Títulos de Cidadania para as 3 personalidades. Feita a execução do Hino Nacional procedeu-se a entrega das honrarias. Por meio de Projeto de Lei de autoria do próprio Cleito Costa foi homenageado Paulo Afonso Ribeiro Barbosa, aquele que viveu tantos anos em Amorinópolis, saiu para se tornar um competente profissional da geologia e que, recentemente, brindou a cidade com um livro de memórias da terra e que tanto agradou a comunidade.
Por meio de Projeto de Lei de autoria do vereador Dedé Fernandes foram homenageados Eduardo Talvani de Lima Couto e Cacildo Campos. Os dois receberam Títulos de Cidadania por serviços prestados para a Amorinópolis que contribuíram positivamente para a vida recente da cidade. Talvani, por 8 anos, foi assessor jurídico da Prefeitura e que fez mais do que o previsto no seu contrato profissional. O atencioso advogado acabou servindo ao povo e dispensando grande colaboração em tudo que lhe foi solicitado. Atualmente administra a cidade de Palestina de Goiás e preside a Associação de Municípios do Médio Araguaia (AMMA).
Cacildo Campos, também homenageado, é um rio-verdense que chegou em Amorinópolis em 1992 e, desde 1997, é vereador na cidade. Está no quarto mandato ininterrupto como membro da Câmara Municipal. Este recorde em tempo de atividade parlamentar só se tornou possível porque Cacildo é uma pessoa simples, identificada com o povo amorinopolino e, o mais importante, é grande servidor nas necessidades da comunidade, nunca negando sua contribuição para aqueles que o procuram.
Os homenageados fizeram uso da palavra em agradecimento pela honraria recebida. Paulo Afonso acabou usando do momento para mais uma vez lembrar da Amorinópolis do passado. Desfilou nomes de personagens e fatos e mexeu na emoção de cada um dos presentes. Ele disse que o momento era importante em sua vida, marcando mais uma vez sua relação de amor por Amorinópolis. Os homenageados Talvani e Cacildo também ressaltaram a importância do momento. Talvani disse não se considerar merecedor da honraria. Cacildo disse que estava muito grato pelo gesto da cidade que o acolheu.
Aluno Davi Sardinha Pacheco surpreende
O homenageado Paulo Afonso Ribeiro Barbosa foi às lágrimas quando Davi Sardinha Pacheco, de 15 anos, aluno do Colégio Estadual Analícia Cecília, em nome do povo amorinopolino, o agradeceu por ter brindado a cidade com um belo livro, tão detalhista a respeito da Amorinópolis da metade do século passado. Davi surpreende a todos com sua habilidade da oratória. Ele tem uma deficiência na visão, mas é prodigioso na comunicação e mexeu com a emoção dos presentes, especialmente do emotivo Paulo Afonso que não conteve as lágrimas. Na fala do aluno, ali representando o povo, o géologo que é escritor nas horas vagas, é considerado alguém que, ao publicar o livro, valorizou as tradições e a memória da gente amorinopolina. O aluno Davi certamente será uma grande figura da sociedade amorinopolina. Embora tão jovem, mostra muita sabedoria.
Os colégios estaduais Analícia Cecília e Alfredo Nasser aproveitaram o ensejo para belas apresentações artísticas que também valorizaram a noite de homenagens. A sessão solene foi marcante dentro da programação do 51o. aniversário de Amorinópolis.
Paulo Afonso e sua obra
O coração de Paulo Afonso Ribeiro Barbosa, um geólogo, homem culto e de tocante comunicação, bate forte por Amorinópolis, a cidade onde chegou com 3 anos de idade e onde viveu cerca de duas décadas. Mesmo residindo em Goiânia e andando pelo país no exercício da sua geologia, trabalhando para grandes empresas, Paulo Afonso não esqueceu Amorinópolis. Pelo contrário, afirma várias vezes no livro que morre de saudades…
Sua relação com Amorinópolis não é totalmente rompida. Ele tem propriedade rural no município, onde para lá se dirige nestes finais de semana prolongados. Paulo Afonso é desses que vive com o passado presente, com emoções que acumulou ao longo do tempo… Seus quase 20 anos vividos em Amorinópolis viraram um livro de doce nostalgia. O autor relembra tudo da cidade em seu início do povoamento, numa Amorinópolis ainda bem pequena.
O livro que acaba de vir a público, edição independente, é um desfile de imagens e reflexões. Embora sem nenhuma fotografia, a comunicação fácil do autor em 261 páginas nos faz ver o passado, sentir as pessoas de uma época e reviver costumes que o avanço tecnológico sepultou. Trata-se da Amorinópolis sem energia elétrica, sua gente religiosa, as travessuras da meninada e um relato sobre cada um que viveu aquele tempo, na metade do século passado. A memória do autor é prodigiosa. Ele lembra de tudo.
O livro “Amorinópolis na Metade do Século Passado” não se prende a política ou a uma narração cronológica de fatos. O autor fala é da vida! São lembranças e sentimentos! Os mais diversos perfis são destacados. É possível que ele tenha lembrado de 99% dos viveram naquela época, discorrendo com saudade as mais diversas situações. Mas o que faz o livro ser de um interesse mais do que local, é sua detalhada descrição sobre costumes de um tempo. Por essa razão a obra de Paulo Afonso Ribeiro Barbosa tem valor nacional. Mostra como viviam as pessoas em um certo tempo no interior do Brasil.
