Ser honesto. Por aí começam as características básicas que são imprescindíveis para um candidato a prefeito que resulte em um administrador eficaz numa futura gestão.
Além de honestidade, muitas outras características podem ser alinhavadas. Em tempo de escolha de futuros gestores municipais seria bom que o eleitorado começasse a prestar atenção para que a lida pública de futuro próximo não fracasse.
As características de bom gestor público coincidem em muito com a forma como o cidadão administra também a sua vida pessoal. Claro que pode ser diferente! Alguém pode ter administrado bem sua vida e fracassar na vida pública. Mas se não saiu-se bem na sua gestão pessoal, fica difícil acreditar que será eficaz para tratar de questões do interesse coletivo.
Um bom prefeito é também aquele que busca ser auxiliado por pessoas de bem. Como a estrutura administrativa é grande, ele sozinho não saberá se informar sobre tudo. Se for mal assessorado, com secretários desonestos ou mal intencionados, ou ainda sem uma qualificação para cada área, a gestão estará fadada ao fracasso.
Nesse item de composição de secretariado muitos fracassam por razões de fator político. É que, ao serem eleitos, ao invés de buscar na comunidade local as pessoas mais qualificadas para cada cargo, acabam tendo que satisfazer compromissos com companheiros políticos. Em razão disso nomeiam pessoas que, em muitas vezes, deixam a desejar. Um perfil técnico para secretário é muito importante para a solução dos problemas da comunidade. E destes nomeados é preciso que o gestor cobre sempre resultados.
Outra característica imprescindível para um prefeito é que tenha sintonia com a legislação vigente, hoje ampla e exigente, e que este gestor tenha até obsessão por cumpri-la. Sem esse zelo de estar bem assessorado e de fazer cumprir todas as leis irá ter grandes problemas, podendo nem terminar o mandato, conforme a gravidade de seus erros cometidos. Prefeitos que, diante de situações complexas, tomam decisões precipitadas, às vezes até no meio da rua, sem antes fazer uma consulta jurídica, podem ter problemas na sua gestão.
Ter força de vontade. Isso é muito importante para o êxito de um mandato. Ele, prefeito, e seus auxiliares precisam de dedicação exclusiva aos cargos. E se não houver o empenho, muito empenho, não se chegará a um melhor resultado.
É sempre dito que um gestor precisa ter espírito público. Isto é, precisa ter uma conduta de estar sempre sensível para os clamores da comunidade. A sensibilidade e o senso de humanidade de um administrador vai fazer com que estabeleça suas prioridades. Nem tudo será possível fazer, daí vem o uso da sensibilidade para enumerar o que é mais urgente para aplicação dos recursos públicos que são sempre insuficientes para tantas necessidades.
Alguém com perfil positivo para ser um futuro prefeito é democrático. Isto significa ouvir as pessoas (secretariado, lideranças da comunidade, segmentos sociais, etc…) e compartilhar as decisões, fazendo prevalecer as questões técnicas de cada caso e as enquadrando dentro da permissão legal para executá-las.
O planejamento é algo importante para a vida pessoal e para a lida pública. Sem planejamento não se consegue bons resultados. Em qualquer início de gestão é preciso de um planejamento estratégico. Este leva em conta as prioridades, estabelecem-se cronogramas. Leva-se em conta o volume de receitas e foca-se nos resultados possíveis.
Tem-se exemplos de bons prefeitos que foram aqueles que souberam trabalhar o aumento das receitas locais. Nessa atitude, comumente, amarga-se impopularidade de primeiro momento, mas criam-se as condições para melhores serviços públicos e até obras. No ato de contar com mais recursos públicos vale muito a habilidade do gestor em ter expressivos apoios políticos externos, de governos e deputados que possam transferir recursos de convênios por meio de emendas parlamentares. A falta de representatividade política pesa negativamente.
É conveniente dizer que o fracasso de uma gestão municipal tem início muitas vezes em uma campanha eleitoral quando o então candidato vende ilusões a respeito do que faria. Desinformado do que é possível, promete o que não poderá cumprir. Quando empossado, chegam as cobranças e o desgaste. Neste caso o prefeito, às vezes, até que fez bastante, mas ainda fica faltando muito, já que as promessas foram excessivas e o gestor acaba colhendo um saldo político negativo.
Para ser um bom prefeito as recomendações são muitas. Impossível descrevê-las em um só artigo. A complexidade da lida pública é assunto de um curso atualmente existente: GESTÃO PÚBLICA. Alguns que fazem política em Iporá fizeram esse curso: Adeilton Ferreira, Auelione Alves, Ivair Queiroz, Paulo Alves e Silda Lorena são exemplos. Não é que a conclusão de um curso seja a chave do sucesso. Mas estudar GESTÃO PÚBLICA, mesmo que autodidaticamente, é uma forma de se preparar para ser um bom prefeito. Oxalá tenhamos entre 2013/2016 uma boa safra de administradores municipais. (Valdeci Marques)