O professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Iporá, João Paulo de Paula Silveira, deixa sua reflexão sobre o momento, relembrando que essa é uma ocasião em que se requer que um cuide do outro. Nesse sentido, relembra religiosas de Iporá em outras décadas. João Paulo é Doutor em Sociologia das Práticas e Representações Sociais pela Universidade Federal de Goiás (2016). Possui graduação em História pela Universidade Federal de Goiás (2006) e mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás (2008). Possui experiências em Sociologia das Religiões.
Sua mensagem:
Os últimos dois anos foram cheios de desafios e perdas lamentáveis. Os 622 mil mortos constituem a cifra momentânea da maior tragédia sanitária que o Brasil viveu. A pandemia levou gente de várias idades, produtivas, amadas e felizes que farão muita falta. Apesar disso, nossa cultura vacinal, fruto de iniciativas responsáveis e relativamente longevas, tem nos ajudado a enfrentar esse momento difícil em favor da imunidade comunitária. Ainda assim, temos que manter o cuidado.
O enfrentamento da pandemia também exigiu a disposição fraterna daqueles que buscaram, simultaneamente, proteger a si e aos outros. Muitos entenderam que a liberdade individual, em sua dimensão madura e cidadã, não está divorciada da responsabilidade com o outro e com a sociedade. Sobre isso, aliás, é impossível não lembrarmos daquilo que as irmãs Passionistas de Santa Gemma, Elizabeth, Benigna, Miguela, Margareth, Vicência e Gabriela, ombreadas pelos Padres Wiro e Floris, lucidamente ensinaram em nossa região há algumas décadas: o respeito ao outro e o cuidado dos vulneráveis são fundamentais para um mundo melhor. Muitos de nós honramos e perpetuamos esses ensinamentos.
Espero que esse horizonte ético nos mova em ano de eleição a fim de que possamos orientar nossas escolhas pelo ideal do bem-viver comum, com educação e saúde pública de qualidade, segurança alimentar, liberdade responsável, mais empregos e respeito ao meio-ambiente.
Ousemos ‘olhar para cima’ em 2022 a fim de avistarmos uma realidade melhor e mais justa.