Tinha a pensão do Manoel Josué que tinha uma filha linda, a Célia, que tinha uma pele rosada de fazer inveja a qualquer atriz de cinema. Mostramos mais um pouco do livro de Paulo Afonso Ribeiro Barbosa que mostra a AMORINÓPOLIS NA METADE DO SÉCULO PASSADO.
Vamos à doce leitura e lembrança:
O COMÉRCIO NAQUELES TEMPOS
Nos anos cinquenta e sessenta do século passado o comércio em Campo Limpo era bastante ativo, com umas três lojas boas para os padrões da época, dois bares que vendiam cerveja gelada e picolé, alguns armazéns que vendiam gêneros alimentícios, muita pinga em dose e secos-e-molhados (confesso que até hoje não sei o que significa, realmente, esse termo, mas sabia exatamente o que tinha lá dentro, quando via isso escrito em algum armazém). Havia, também, duas ou três padarias, alguns hotéis e pensões, vários cerealistas, dentistas, raizeiros, benzedeiras e duas farmácias: a do seu Vergílio e a do meu pai, mas não tinha nenhum médico na cidade. As pessoas tinham que se consultar e ser socorridas nas próprias farmácias. Às vezes o farmacêutico tinha que ser até cirurgião. Se o caso fosse mais grave, o socorro mais próximo era Rio Verde, no hospital do Dr. Gordon. Quase um dia de viagem.
Os armazéns
Armazéns eram as casas comerciais que vendiam secos e molhados, como os denominávamos na época, um termo muito usado então, significando que o estabelecimento vendia de tudo, menos tecidos e confecções. Tinha latarias, ferragens, chapéus de palha, fumo, cordas de bacalhau, salame pendurado no teto para ser vendido picado, pinga em garrafa ou em doses. Enfim, tudo no ramo de secos e molhados, entendeu? Eu também não entendi direito até hoje, mas parece que a diferença básica era que as lojas vendiam tecidos e confecções. Mais tecidos que confecções, naquela época, porque o normal era comprar o pano e mandar fazer a roupa no alfaiate ou na costureira.
Por volta de cinquenta e cinco, sessenta, o maior e mais sortido de todos eles era o do Joãozinho Perna-Torta, que ficava onde hoje é a casa do Jair Barbeiro. Era uma casinha baixa, pintada de verde bem vivo, que tinha de tudo que precisávamos. Como esse armazém ficava em frente nossa casa, era faltar alguma coisa e correr para o armazém do João para comprar. Nossas famílias se tornaram muito amigas e, talvez por isso, sempre o elogio.
Com o Joãozinho moravam duas irmãs, a Irá e a Nega, e dois irmãos, o Dorvalino e o Irani. Os pais deles haviam se separado e os irmãos foram morar com o João, até ele se casar. Gozado que, naquela época, tinha um caminhoneiro de Uberaba, de nome Ioiô, que viajava para Campo Limpo abastecendo o comércio com mercadorias diversas e levando cereais de volta, e ele só se hospedava na casa do João. Isto foi por muitos e muitos anos, e era de graça, incluindo os ajudantes que ele carregava. O João, com quem convivi mais quando ele era solteiro e morava perto de nossa casa, foi sempre assim, farturento e cheio de amigos e parentes vivendo junto com ele. Uma figura espetacular, por quem tinha muito apreço, embora raramente o encontrasse, em função de meus afazeres. Era apaixonado por futebol. Praticamente era o dono do time em Campo Limpo. Faleceu recentemente, em acidente de carro.
Mais tarde, já nos anos sessenta, o Joãozinho vendeu o armazém, com a casa e tudo, para o Zezinho Diógenes, marido de dona Ordália e pai da Joaninha, da Vani e do Dema. Por falar nos filhos do Zezinho, a Vani, depois que foi para Goiânia, passou a ser chamada de Ivone, que é o nome verdadeiro dela, coisa que a gente não sabia quando morávamos em Amorinópolis. Parece que nem ela sabia disto antes. Hoje, vez por outra falo com ela ao telefone e não consigo chamá-la de Ivone. Com o Zezinho o armazém ainda continuou a ser bem sortido e muito movimentado. Trabalhou muito tempo com ele o Mano, filho do seu Jacinto Machado, que tinha uma fazenda na beira da estrada antiga para Rio Verde, em frente à fazenda do seu Elpídio Souza Santos, que depois foi vendida para o José Damascena e hoje é do Célio, genro do Mauro Chico.
O armazém do Miguel da Lavoura, na rua de baixo da praça, contra-esquina com o bar do Fiicão, era muito sortido também. O seu Miguel era casado com uma sobrinha da dona Lélia, chamada Odete, irmã da mulher do Joaquim Vó. Tiveram vários filhos, dentre eles o Rubens, que já encontrei algumas vezes em Iporá, e o China, que parece estar por lá também. O seu Miguel mexia ainda com compra e venda de creme de leite. Naquela época não havia os laticínios como existem hoje, que compram o leite in natura todos os dias. Os fazendeiros desnatavam o leite diariamente na fazenda, guardavam o creme ou gordura em latões de cinquenta litros, que eram recolhidos periodicamente pelo caminhão do Miguel da Lavoura. O soro que sobrava desta separação os fazendeiros usavam para engordar porcos. O Abel Branco trabalhou muitos anos com o Miguel, nesse negócio de soro.
Tinha, também, o armazém do Donzete, muito sortido, que se localizava na segunda casa depois da atual prefeitura, indo em direção à praça. Trabalhava lá o Paquinha, parece que parente do Donzete. Na esquina da rua principal com a rua do Hotel Junqueira tinha o armazém do seu Horozino Honorato, marido da dona Levina e pai da Deusa e do Oripim. Ao lado, na avenida principal, ficava o armazém do seu Brasiliano, que criava três netos muito meus amigos: a Ilda Guerra, o Edson Guerra e a Flordeniz. Eles eram sempre denominados como do Brasiliano, ou seja, Édson do Brasiliano, Ilda do Brasiliano e assim por diante. O Edson faleceu no início de dois mil e nove. A Ilda mora em Goiânia. A bela Flordeniz, que faz aniversário dia 25 de julho, no mesmo dia que a Sirlene, também mora em Goiânia. Depois de muitos anos sem vê-la, outro dia a encontramos em um shopping e foi a maior alegria.
Alguns armazéns mais novos surgiram a partir do início da década de sessenta, como o armazém Boa Sorte, lá pros lados da casa do Tunico Dentista, no cruzamento da rua da igreja católica com a rua da farmácia do seu Vergílio e, para o lado da saída de Iporá, o armazém do João Machado, irmão do Luís Retratista. Por falar em João Machado, era clássico o seu cumprimento de despedida, quando o freguês ia saindo após comprar alguma coisa em seu armazém: ooooooobrigado! Para a saída de Rio Verde, tinha o armazém do irmão do Jair Barbeiro. Devia ter outros, mas a memória…
As lojas
A principais lojas, no começo dos anos cinquenta, quando mudamos para Campo Limpo, eram a Casa Piauí, do seu Artur Piauí, e a filial da Casa Barbosa de Iporá, do Valdemar Barbosa, um baiano de Lençóis. Antes, havia a loja do seu Romão Tomé, de nome Casa Boa Sorte, na esquina da avenida da igreja católica com a rua que passa ao lado da igreja pentecostal de hoje, onde morou mais tarde o seu Leopoldino, pai do Ademir, que foi prefeito em Amorinópolis. Mas quando chegamos por lá a loja do seu Romão já estava quase fechando as portas. Ele tentou, posteriormente, montar um posto de gasolina ali onde depois foi a cadeia, mas não deu certo. Meu pai ainda tem, até hoje, um relógio de parede que toca de quinze em quinze minutos, comprado do seu Romão por volta de cinquenta e seis mais ou menos, que por sua vez já o havia comprado de outra pessoa. Esse relógio deve ter, no mínimo, uns cento e cinquenta anos.
A Casa Piauí funcionava onde hoje é a prefeitura. Trabalhava lá o Osvaldo Coriolano, irmão do Manoel Antônio. Parece que foi a primeira loja de Campo Limpo. Eles costumavam dizer, como slogan de propaganda: Casa Piauí, a primeira daqui. Em cinquenta e seis ou sete, também a Casa Piauí fechou as portas.
A Casa Barbosa era uma loja muito sortida, que funcionava na esquina da praça com a avenida Iporá, avenida essa que depois passou a se chamar Francisco Antunes Macedo. Não sei por que motivos desfizeram a homenagem, mudando o nome para avenida Macabeus. O gerente da Casa Barbosa era o lendário Gildásio Coutinho, também baiano de Lençóis. Quando chegamos a Campo Limpo, em cinquenta e cinco, era a melhor loja da cidade. Na época do Natal, o Gildásio ia a São Paulo, comprava as novidades do momento e enchia a loja. Eu ficava deslumbrado. Uma vez trouxe um patinete fabuloso, que a dona Rosinha do Cirilo comprou para o Cheirinho, filho dela, irmão da Lindamar, Lusmar e da Lucimar, mais conhecida como Liquinha. Não sei onde foi parar este pessoal. Faz muitos anos que não vejo ninguém deles mais e tenho uma vontade danada de revê-los. O Toím de seu Manoel Cearense me falou que a Liquinha está por Goiânia. Vou procurar reencontrá-la. O Cheirinho parece que já faleceu.
Mais ou menos em cinquenta e oito, cinquenta e nove, surgiu a Comercial Lindoya, a maior e mais deslumbrante loja de toda a região naquela época. Era de três sócios: Gildásio Coutinho, tio Rui e João Leão. Esta loja começou quando meu pai, que era amigo dos três e viu que todos eles estavam querendo abrir um novo negócio, teve a idéia, colocou-os para conversar e deu certo. Tio Rui havia fechado uma loja que tinha em Iporá e estava sem saber o que ia fazer; o Gildásio, que havia saído da Casa Barbosa, estava querendo montar o seu próprio negócio; o João Leão, que mexia com compra e venda de cereais, estava querendo um negócio mais estável. Juntaram os três e fundaram a Comercial Lindoya, nome dado pelo Gildásio. A loja funcionou por muitos anos em um prédio na Avenida Iporá, onde antes havia sido a pensão do seu Josino, pai do Ocrécio, este casado com uma filha ou neta do seu Josias, que por sua vez era marido da dona Jerônima. Era um prédio, no mínimo, umas cinco vezes o tamanho da Casa Barbosa. Afundou a coitada. O Valdemar Barbosa sentiu o impacto da concorrência e ficou de mal do Gildásio por muitos anos, por achar que tinha sido traído por ele.
A Lindoya, quando da formação de seu estoque inicial, trouxe quase tudo de São Paulo. O Gildásio, que já conhecia alguma coisa, foi lá fazer as compras. Pegou a referência dada pelo senhor Jesuíno Veloso, pai do Dr. Humberto Veloso, de Iporá, que tinha tido um grande comércio quando morava em Baliza e que conhecia quase todos os grandes fornecedores de São Paulo. Aí as portas se abriram para eles. Compraram o que havia de mais fino em tecidos, armarinhos, ferramentas importadas, latarias de fino gosto, calçados das melhores marcas, as finas capas de chuva Ideal, chapéus Bantan-Ramenzoni, brinquedos ultra-modernos, malas de viagem finíssimas, langerris (é assim que se escreve mesmo?) francesas e por aí afora. Juntaram a isto grande estoque de arame farpado e sal Luzente. Abalaram o comércio de toda a região.
Os sábados, na Lindoya, eram como uma festa. Cheguei a contar mais de trinta cavalos amarrados lá na porta, com o pessoal vindo das fazendas, comprando o que podia e o que não podia, deslumbrados com o estoque. Os carros de bois que buscavam sal e arame farpado, chegavam a fazer fila para serem carregados. O tio Rui ia conseguir almoçar lá pelas três horas da tarde, quando conseguia. Os fregueses vinham do Caiapó, do Morro Alto, do Chapadão, da Balisa, da Balisinha, da Santa Marta, da Jacuba, do Atolador, do Lote Seco, do Espraiado e de todo lado. Passaram a vir vários de Iporá, principalmente os mais abastados, que tinham carro, para comprar os mais finos produtos, desde roupas e sapatos de alto padrão, até whisks, vinhos, azeites ou cervejas importados. Vinham de Caiapônia, de Ivolândia e até de Rio Verde e sempre levavam alguma novidade. Uma vez, quando me preparava para o vestibular, não pude ir para casa no fim do ano. Aproveitando um viajante que ia para Goiânia na véspera do Natal, meus pais me enviaram uma ceia com frango assado e, sabe o que mais? Umas latas de cerveja alemã que, quando eram abertas, desprendiam um gás que gelava o conteúdo, compradas na Lindoya. No Brasil, nem se pensava ainda em produzir cervejas em lata.
Hotéis, pensões & caminhoneiros
O mais luxuoso hotel daquela época era o do seu Evaristo. Mas quando mudamos para Campo Limpo tinha outro hotel grande também, ali onde depois funcionou a Comercial Lindoya. Era o hotel do seu Josino, pai do Ocrécio. Tinha, também, uma pensão na praça, de que não me lembro quem era o dono, mas que depois foi comprada pelo seu Manoel Josué, marido de dona Cicinha, pai do Idelfonso, da Dora, da Célia e da Darlene, a mais nova.
A pensão do Manoel Josué era movimentada, também, não só por ser o ponto principal dos ônibus que iam para Goiânia, mas, sobretudo, pelo carisma dos proprietários. E a gente aproveitava a deixa para fazer uma paradinha por lá nos começos de noite, para dar um dedinho de prosa com as filhas da dona Cicinha. A Célia era linda e tinha uma pele rosada de fazer inveja a qualquer atriz de cinema. O Mário da dona Golô não iniciava a noite sem tentar tirar uma casquinha com a Célia. Faleceu muito nova a minha querida amiga.
Nos anos cinquenta havia, também, a Pensão Rio Verde, do seu Oriosvaldo, que funcionava quase em frente o Hotel Junqueira, na esquina da rua da igreja católica, onde depois morou a dona Augusta. Mais para a década de sessenta, depois que o Zé Lelé morreu, a dona Malvina abriu uma pensão na casa dela, em frente à prefeitura atual. Era uma pensão mais simples e, por ser mais barata, foi muito concorrida também. Mas isto já foi coisa mais recente, bem depois que Campo Limpo mudou de nome.
Como disse logo acima, o hotel mais famoso das décadas de cinquenta e sessenta foi, sem dúvida, o Hotel Junqueira. Era do seu Evaristo Junqueira, oriundo de Itumbiara, que tocava o hotel com duas filhas, de nomes Gercília e Adelice, ou Delice, como era mais conhecida. Ali era o ponto de hospedagem dos caminhoneiros que vinham de Uberlândia e, por conseguinte, o ponto de contato com o mundo, já que não havia televisão e o rádio era a válvula, o que nem sempre permitia uma sintonia razoável. Desta forma, para saber das novidades, era preciso ir lá para o hotel do seu Evaristo, quando chegava algum caminhão. E, invariavelmente, à noite, se a gente demorasse um pouquinho mais por lá e começasse a dar a hora de dormir, seu Evaristo, com sua simplicidade, logo convidava para “pousar aqui mais nóis”, numa maneira gentil de dizer que estava passando de hora de ir embora. Era uma pessoa fabulosa. Além de ser extremamente hospitaleiro, sempre me pareceu estar algumas décadas à frente das outras pessoas, pela inteligência e pelo seu conhecimento das novidades tecnológicas. Tornou-se um grande amigo meu, principalmente depois que me casei com a Sirlene, neta dele. Quando eu chegava a Amorinópolis, a primeira visita que recebia era a do seu Evaristo, me convidando para ir almoçar com ele. Minha mãe ficava morrendo de ciúmes.
Por falar em caminhoneiros, eles eram considerados como as pessoas mais importantes daquela época, em Campo Limpo. Viajavam pelo mundo afora, quando quase ninguém conhecia mais que o Iporá. Portanto, formavam a elite ambulante da sociedade da época. E lá para os lados de Campo Limpo viajavam o Zé Kardec, o Rubens, hoje mais conhecido como o Rubão da dona Maura do Colégio Exato de Iporá, o Venerando, o Ioiô, que só se hospedava na casa do João Perna-Torta, o Aluísio Grama, que virou fazendeiro no alto da serra, o Geovani, com seu belo caminhão Volvo todo cheio de luzes no alto da cabine e o Rui Rosa.
E uma coisa puxa a outra. Lembro que o irmão do Rui também tinha caminhão, ou guiava um outro caminhão do Rui. Uma vez, na subida da serra do Neném Carneiro, que era o ponto mais difícil da estrada naquela época, ele tentava subir e um outro caminhoneiro de Rio Verde, de nome Rômulo, ia em outro caminhão, esperando para fazer a mesma coisa. Por uma questão besta de saber qual o caminhão era mais possante, desentenderam-se e o Rômulo bateu com o chapéu na cara do irmão do Rui. O rapaz, que não era de confusão, foi embora com o desaforo, que naquela época era o mais grave que podia acontecer: um homem bater na cara de outro. Passados uns tempos, os dois irmãos estavam jantando no hotel do seu Evaristo, quando chega o Rômulo por lá. Não deu outra. Eles apanharam o revólver e desferiram seis tiros no caminhoneiro da ofensa que, baleado, ainda deu dois tiros, ferindo o irmão do Rui, de leve. O Rômulo morreu ali na hora. Lá de minha casa, que ficava perto do hotel, ouvimos os tiros e ficamos aguardando ir alguém chamar meu pai para socorrer a vítima, que era o que sempre acontecia naquela época.
Este fato ficou marcado em minha mente, porque o Rui era muito amigo de meu pai e, também, namorava com a tia Zenaide. Ficava lá na sala de nossa casa, namorando com minha tia e conversando com a gente. Naquele tempo era assim. Tinha que ser lá na sala, ao pé do lampião a querosene, porque não tinha luz na cidade. Nunca mais vimos o Rui Rosa. Sumiu para sempre.
Surgiram outros caminhoneiros famosos, tempos depois, sucedendo os pioneiros. O Geraldo Calixto foi um deles. Era uma figura engraçadíssima, meio doidão, mas fora de série, muito trabalhador e muito prestativo. Começou a vida tomando conta de uma vara de porcos do Zenildo, lá no Chapadão, perto da fazenda do Nego Borges. Depois foi para Campo Limpo, trabalhou como ajudante da Lindoya, depois virou motorista do caminhão da loja e, mais tarde, teve caminhão próprio, transportando cereais para Uberlândia. Casou-se com a Neves, irmã da esposa do seu Alcides Soares de Melo, e tiveram três filhos: Nerivan, Nerivaldo e Genivaldo. O Geraldo nos deixou há alguns anos atrás. Outro famoso naquela época era o Júlio da Zefa, pai da Célia e da Celma. Meu grande amigo Júlio, que me ensinou a dirigir carros no jipe de meu pai. Era, além de motorista, um exímio caçador e sempre tinha em casa uns bons cachorros perdigueiros. Teve uns, certa vez, que possuíam o nariz partido, separando uma narina da outra. Trabalhou muitos anos, também, como motorista no caminhão da Lindoya. Tenho, até hoje, uma garrucha antiga com que ele me presenteou, para a minha coleção. Velho e querido amigo Júlio: que Deus o tenha ao seu lado direito.